Significado de Salmos 72

Salmos 72

O Salmo 72 é um salmo atribuído a Salomão, filho de Davi, e é uma oração pela bênção e orientação de Deus para um governo justo e reto. O salmo reflete o desejo de um rei que governe com justiça e equidade e que cuide dos pobres e oprimidos.

Na primeira seção do salmo, Salomão pede sabedoria e orientação de Deus em seu reinado, orando para que ele governe com justiça e retidão. Ele também ora pelas bênçãos de Deus sobre o povo de seu reino e pede que eles possam prosperar e serem protegidos sob seu governo.

Na seção intermediária do salmo, Salomão descreve as características de um governante justo e reto. Ele enfatiza a importância de cuidar dos pobres e oprimidos e de defender aqueles que não podem se defender. Ele também enfatiza a importância da honestidade e integridade na liderança.

O salmo termina com uma declaração de louvor e um chamado a todos para louvar a Deus por Sua bondade e misericórdia. Salomão afirma que Deus é a fonte de toda sabedoria e força, e que Ele é digno de todo louvor e honra. Ele chama todos a confiar em Deus e buscar Sua orientação e proteção.

Resumo de Salmos 72

Em resumo, o Salmo 72 é uma oração pela bênção e orientação de Deus para um governo justo e reto. Reflete o desejo de um rei que governe com justiça e equidade e que cuide dos pobres e oprimidos. A ênfase do salmista na honestidade e integridade na liderança também nos lembra da importância dessas qualidades em nossa própria vida e na daqueles que nos lideram. O chamado do salmista para confiar em Deus e buscar Sua orientação e proteção serve como um lembrete de que Deus é a fonte de toda sabedoria e força e que Ele está sempre pronto para nos ajudar.

Significado do Salmos 72

O Salmo 72, salmo real, é um dos dois salmos (sendo o outro o 127) atribuídos a Salomão, filho de Davi. E bem possível que o rei Salomão haja organizado os salmos de Davi em uma forma próxima à atual e que a eles tenha acrescentado seus poemas próprios (v. 20). Este é um salmo intensamente messiânico, falando em termos ideais da vinda do grande Rei. Com base nos ideais da realeza do antigo Oriente Médio, clama por um bom rei para governar Israel, sob a bênção de Deus. Este Rei é, em suma, Jesus, o Salvador. O salmo possui a seguinte formação: (1) clamor por um reino de justiça (v. 1-4); (2) antevisão de um reino de justiça (v. 5-7); (3) visão de um reino universal (v. 8-11); (4) visão de um reino de justiça compassiva (v. 12-14); (5) previsão de um reino de grandes bênçãos (v. 15-17); (6) louvor a Deus, que irá estabelecer esse reino glorioso (v. 18-20).

Comentário ao Salmos 72

Salmos 72.1-7 Temer-te-ão é uma expressão de grande respeito, admiração, reverência, adoração e obediência. Ele descerá. O grande Rei é representado pelas chuvas suaves, consideradas bênção de Deus por sobre a terra. Seu reino conduzirá à verdadeira paz, às coisas como deveriam ser.

Salmos 72:1-7

Introdução

Com o Salmo 72, o segundo livro dos Salmos termina. Assim como o segundo livro da Torá, Êxodo, termina com a vinda da glória do SENHOR no tabernáculo, o segundo livro dos Salmos termina com a vinda do rei-sacerdote em justiça e retidão.

Não há menção neste salmo de sofrimento, perseguição ou batalha, mas de paz e bênção. O salmo apresenta o grande Filho de Davi como a Fonte e Garantidor das bênçãos do reino milenar de paz. É o cumprimento da oração: “Venha o teu reino” (Mt 6,9-10).

O salmo é a resposta à oração do Salmo 71, na qual o remanescente deposita sua confiança em Deus. Esta resposta é a revelação da glória do Rei vindouro. Isso pode acontecer porque o remanescente foi redimido (Sl 71:19-24). O reino da paz pode agora começar.

O salmo é “de Salomão” (Sl 72:1). Salomão é uma figura do Senhor Jesus como Rei no reino da paz, como o Príncipe da paz. Salomão significa ‘paz’, ‘pacífico’, ‘pacificador’. O salmo começa com uma oração a Deus pelo “rei”, isto é, Salomão, para que Deus lhe dê Seus “juízos” e Sua “justiça” (Sl 72:1). Como resultado, ele poderá falar a justiça de Deus, ou seja, reinar com retidão sobre o “teu povo” e principalmente sobre os “teus aflitos” (Sl 72:2). Julgamentos e justiça e os aflitos se repetem nos dois versículos seguintes.

Tal oração é apropriada para uma entronização (1Rs 1:38-40). Pedir que Deus lhe dê Seus julgamentos significa que Deus lhe dará uma compreensão da justiça de Deus e a autoridade para executá-la. Ele representa Deus em Seu governo na terra. Então tudo deve ser julgado de acordo com a lei de Deus.
Na oração também se pede a Deus que dê “ao filho do rei” – isto é, novamente Salomão, filho de Davi, um tipo do grande Filho de Davi – Sua justiça. Aqui a exigência é que Salomão aja de maneira justa de acordo com a lei, sem levar em conta qualquer pessoa. Isso significa que o mal deve ser punido e o bem recompensado.

Também vemos a importância da justiça com relação ao reino da paz, pois a ‘justiça’ é mencionada em todos os versículos do Salmo 72:1-3. É o atributo mais importante do governo de Cristo, um atributo que não está presente em nenhum governo humano. Justiça e retidão são o fundamento do trono do Messias (Sl 89:14). Um governo em justiça resulta em paz no reino.

O salmo é de fato sobre o Senhor Jesus, como ouvimos no anúncio do nascimento do Senhor Jesus (Lc 1:32-33). Fala de um governo mundial e eterno e será exercido somente por Cristo. Além disso, o Senhor Jesus é o verdadeiro Filho de Davi e, portanto, “mais do que Salomão” (Mateus 12:42).

O salmo é definido no futuro do Salmo 72:2 em diante, como indica a palavra recorrente “pode”. Isso também pode ser lido como um desejo. Não Salomão, mas o Senhor Jesus cumprirá perfeitamente tudo o que é falado nesta oração. O que segue agora nesta oração flui do Salmo 72:1.

O Senhor Jesus “julgará” o “povo de Deus com justiça” (Sl 72:2). Antes que as nações tenham que lidar com a justiça de Deus, primeiro há justiça para o povo de Deus. Todos os ímpios serão julgados de acordo com uma justiça perfeitamente justa.

Como já foi dito, os “aflitos” em particular serão julgados “com justiça”. Eles perseveraram sob severa opressão e acusações caluniosas em sua confiança em Deus e não negaram Seu nome. Agora eles estão sendo feitos - não ‘beneficência’, mas - justiça. O fato de serem chamados de “teus aflitos” significa que eles, isto é, o remanescente crente, têm uma posição especial no coração de Deus. Eles são a “menina dos Seus olhos” (Sl 17:8; Dt 32:10; Zc 2:8).

Por “montanhas” possivelmente se entendem os príncipes do povo de Deus (Sl 72:3). Eles não irão mais oprimir e explorar seus súditos, mas “trazer paz ao povo”. Eles trabalharão para manter a paz para seu povo. Por se tratar do reino da paz, podemos pensar nas “montanhas” como reinos ou grandes poderes, e nas “colinas” como autoridades inferiores ou judiciário. Eles não vão mais abusar de sua posição de responsabilidade para enriquecer às custas dos outros.

A paz (Sl 72:3) vem depois da justiça (Sl 72:2). O Rei vindouro é o verdadeiro Melquisedeque. Em Hebreus 7, o significado desse nome é explicado: Ele é “antes de tudo, pela tradução [de seu nome], rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz” (Hb 7:2). . Ao falar de “antes de tudo … e depois também” a ordem – primeiro a justiça e depois a paz – é enfatizada. A razão se encontra em Isaías 32, onde lemos: “E a obra da justiça será paz, e o serviço da justiça, sossego e confiança para sempre” (Is 32,17; cf. Tg 3,18).

Mais uma vez é dito que o Messias “justificará os aflitos do povo” (Sl 72:4; Sl 72:2; cf. Is 11:4). Isso prova quanto o interesse dos aflitos está na mente do Messias. Ele os recompensará pelas provações que enfrentaram e fará justiça dando-lhes a bênção prometida. Isso não apenas compensará a injustiça que sofreram, mas também os fará esquecê-la completamente.

Ele também pensa nos “filhos dos necessitados”. Os filhos, involuntariamente, são as maiores vítimas de uma situação de aflição em que caíram os pais, culpados ou inocentes. Eles são tomados pelos credores como ‘pagamento’ das dívidas dos pais (cf. 2Rs 4:1). O Messias leva a sério o destino deles e os salvará. Ele não apenas os remove do poder do opressor, mas também esmaga o opressor para que nunca mais tenham que temê-lo.

O desempenho da justiça e retidão do Messias criará medo entre os habitantes da terra (Sl 72:5). Deve-se ter cuidado para não fazer nada de mal. Esse respeito ou reverência estará presente “enquanto o sol [perdurar] e enquanto a lua durar”, isto é, durante os mil anos do reino da paz. “Por todas as gerações” este medo estará presente. No povo de Israel, as gerações não se sucedem no sentido de uma geração que vai e outra que vem (Ec 1,4), mas novas gerações se acrescentam continuamente às já existentes (cf. Is 59,21). A geração mais velha terá que ser caracterizada principalmente pelo temor de Deus. Afinal, eles desfrutaram da bênção do reino da paz por um longo período de tempo.

A vinda do Messias é comparada à “descida como a chuva sobre a erva ceifada, como aguaceiros que regam a terra” (Sl 72:6). O fato de a chuva cair no campo ceifado significa que ela cai no campo de onde a colheita foi feita. Quando a chuva cai nesse solo, é em um campo que está pronto para a nova colheita que agora deve crescer. Isso evoca a imagem de refrigério abundante que está presente no Messias e vem sobre as pessoas que estão prontas para recebê-lo.

O campo foi ceifado, ou seja, todos os apóstatas foram julgados. Cortar é uma figura de julgamento, o corte da vida (Ap 14:14-16; cf. Is 26:9). Também significa que o remanescente se condenou em reconhecimento de sua culpa na morte do Messias (Zacarias 12:10-14). Que alívio é para eles descobrirem que, por meio dessa mesma morte, o Messias fez a reconciliação de seus pecados com Deus. Como resultado, eles também sabem que são justos diante de Deus.

Um campo cortado pode parecer triste, seco e amarelo após um período de seca. Mas quando a chuva chegar, o campo seco parecerá fresco e verde novamente, cheio de vida nova (Is 35:1; Ez 34:26; Atos 3:19). Assim, a vinda de Cristo mudará a terra. Ele virá primeiro para colher, para julgar os apóstatas. Então surgirá o reino da paz, que também é chamado de “regeneração” da terra (Mateus 19:28). Em outras palavras, Ele “renova a face da terra” (Sl 104:30).

Sua vinda com Seu refrigério tem o efeito de que “nos seus dias... o justo florescerá” (Sl 72:7). “Seus dias” são os dias de Seu governo. São dias marcados por Sua presença na terra em poder e bênção. Seus dias são todos os dias do reino da paz, dias de “abundância de paz até que não haja mais lua”. A paz é abundante porque está em toda parte na terra. A paz também é abundante porque não terá fim (Is 9:6).

Na nova terra não haverá mais mar (Ap 21:1). Este versículo parece indicar que após o reino da paz, na nova terra que então será criada, também não haverá mais lua – “até que não haja mais lua”. Afinal, também lemos que não haverá mais noite (Ap 22:5).

Salmos 72.8-12 As promessas de Deus a Abraão incluíam a de que seus descendentes teriam domínio sobre a terra de Canaã (Gn 15.18-21). Estes versículos, estendendo as dimensões geográficas, abrangem toda a terra. O rio refere-se ao Eufrates — um curso d’água distante, mas significativo, que os israelitas esperavam fosse incorporado ao seu reino. O glorioso Rei por vir iria dominar desde o rio, estendendo Seu território até as extremidades da terra. Ninguém há de escapar do poder do Seu reino, nem mesmo quem habita no deserto. Lamberão o pó. Os inimigos do Rei estarão com a face voltada para o chão, em submissão obrigatória à Sua majestade. Társis e Sabá representam locais dos mais longínquos conhecidos pelos israelitas, insinuando distâncias muito além da imaginação de Salomão. Como ele mesmo havia recebido ricos presentes da rainha de Sabá (1 Rs 10.1-10), prevê que o futuro Rei será presenteado com riquezas pelos soberanos de toda a terra.

Salmos 72:8-11

Dominação mundial

O governo do Messias é universal (Sl 72:8; cf. Is 42:4). Não há área que não esteja sob Seu domínio ou possa se esconder dele. Seu governo permeia tudo e todos. Obviamente, isso não se refere ao reinado de Salomão. Isso se aplica apenas ao Messias. É o cumprimento da aliança de Deus com Abraão (Gn 15:8; cf. Zc 9:9-10; Sl 2:8).

Os habitantes das regiões mais desoladas, os “nômades do deserto” de espírito livre, que não reconhecem nenhuma regra, “se curvarão diante dele” (Sl 72:9). Estes são os nômades, os vagabundos sem morada fixa, o que significa também sem autoridade fixa à qual devem obedecer. Eles reconhecerão Sua autoridade. Os seus adversários, «seus inimigos», serão reduzidos ao pó, que «lamberão» (cf. Is 49, 23).

Os poderosos da terra, “os reis”, aqueles que ocupam um lugar de autoridade na terra, também se submeterão a Ele (Sl 72:10). Há menção aqui dos reis “de Társis e das ilhas”. Társis fica no sul da Espanha, uma cidade comercial com a qual Salomão negociava (1Rs 10:22). As ilhas são as terras costeiras no Mar Mediterrâneo. Ambas as áreas ficam a oeste de Israel. Eles mostrarão sua submissão trazendo presentes ao Messias em Jerusalém. Também “os reis de Sabá e Sebá oferecem presentes”. Sheba está no atual Iêmen e Seba no Alto Egito. Ambos são países ricos que ficam bem ao sul de Israel.

Não há governante que não se prostre diante dEle. “Todos os reis” – isso não deixa exceção – “se curvarão diante dele” (Sl 72:11). Não há nação que não O sirva. “Todas as nações” – isso não deixa exceção – “o servirão”. O Messias é Deus. Os reis se curvam diante dele e o adoram. O Messias é o Senhor, o “Senhor dos senhores e Rei dos reis” (Ap 17:14). Dobre-se todo joelho “dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:10-11). As nações O servirão em obediência.

Os nômades (Sl 72:9), por um lado, e os reis de Társis (Sl 72:10), por outro, representam nações próximas e nações distantes. Todos eles (Sl 72:11) devem se curvar diante dEle.

Salmos 72.13, 14 Aqui se enfatiza a obra do Rei em prol do pobre e do aflito. Precioso será o seu sangue. O sangue derramado pelos necessitados alude ao que o Salvador iria derramar na cruz (Hb 12.24). Não é de admirar que se considere precioso o sangue de Jesus derramado por todos.

Salmos 72:12-14

Natureza do Reino do Messias

A palavra “para” (Sl 72:12) indica que a razão para o que foi dito acima agora segue. Seu reinado, pelo qual todos, de alto a baixo e de amigo a inimigo, ficarão admirados (Sl 72:9-11), acaba sendo um reino de amor compassivo. Não se trata dos “teus aflitos” (Sl 72:2), os aflitos do povo de Deus, mas dos aflitos dentre as nações, todos os que dele necessitam.

Por Seu poder Ele pôs fim a toda oposição e inimizade. No Seu amor Ele livra “o necessitado quando clama por socorro”. Ele também livra “o aflito e aquele que não tem quem o ajude”. Para aqueles que não têm ajudador, Ele é um Ajudador. Eliú testificou Dele a Jó: “Eis que Deus é poderoso, mas não despreza [a ninguém]” (Jó 36:5). No entanto, enquanto ainda tivermos nossas próprias ferramentas e as usarmos, Ele não poderá nos ajudar. Ele só pode nos ajudar quando estamos perdendo o juízo e clamamos a Ele em nossa angústia. Só então Ele pode e vai nos ajudar (Sl 107:23-32).

Até mesmo “os pobres e necessitados” experimentarão os benefícios de Seu reinado (Sl 72:13). Os consideráveis e ricos os exploraram e não os pouparam. Os pobres não conseguiram pagar suas dívidas e, portanto, tiveram que vender seus bens, seus filhos e a si mesmos. Foi assim que eles acabaram na escravidão. Mas Ele os “salvará”, os poupará e não imporá fardos (Ml 3:17).

Isso significará a cura para eles das muitas feridas com que foram espancados por seus exploradores e opressores. Assim Ele salvará “a vida dos necessitados” de todos os seus sofrimentos. “Salvar” tem o significado de libertação do poder do outro, neste caso dos exploradores e opressores. Esta palavra também é usada para “redimir”, como Boaz faz no caso de Rute.

Eles tantas vezes foram vítimas “da opressão e da violência” (Sl 72:14), mas Ele resgatará suas almas, isto é, suas próprias pessoas. «O seu sangue», as suas lágrimas e os seus sofrimentos serão «preciosos aos seus olhos» (cf. Sl 116, 15). Eles foram resgatados pelo Messias-Rei e assim libertados de sua condição de opressão.

O sangue deles é tão precioso para Ele que Ele não permitirá que seja derramado injustamente. Ele pode fazer isso salvando-os quando suas vidas estão em perigo. E se for derramado, Ele considera o sangue deles tão precioso que não o deixará sem vingança. Significa que para o Rei a vida deles é tão preciosa quanto a dele. Ele nunca será indiferente à sua segurança ou reputação.

Eles perceberão que Ele não os esqueceu nem o que lhes foi feito. O que eles sofreram o chamou e chegou aos seus ouvidos (cf. Gn 4,10; Tg 5,4). Agora chegou a hora de responder a todas aquelas orações não respondidas no momento.

Salmos 72.15-17 A promessa de vida contida na palavra viverá é um tema messiânico (Sl 16.10,11; 91.16; 118.17,18), porque o Salvador que virá é o único que concede a verdadeira vida (Jo 11.25). Ouro de Sabá. Trata-se de uma referência ao versículo 10. O nome do grande Rei será visto como o maior nome de todo o universo; assim fala Paulo, em Filipenses 2.9-11, do nome de Jesus.

Salmos 72:15-17

Bênção do Reino

A exclamação “que ele viva” é um desejo (Sl 72:15). A vida é a grande característica do Messias. Que Ele viverá significa que Sua vida não terá fim (Sl 21:4). Ele vive “segundo o poder de uma vida indestrutível” (Hb 7:15-17). Seu reino é, portanto, um reino eterno. A bênção do reino da paz é inseparável de Sua vida. Onde Ele reina em bênção, a vida é desfrutada em toda a sua plenitude. A vida só é realmente vida e só é realmente vivida quando é vivida em comunhão com Ele.

A valorização dessa vida, visível em toda parte no reino da paz, é expressa pelas pessoas de várias maneiras:

1. “Que o ouro de Sabá seja dado a Ele.” O ouro que é dado a Ele é Dele (Ag 2:8). O fato de eles darem a Ele significa que eles reconhecem Seu direito à coisa mais preciosa da criação. Ao fazer isso, eles estão reconhecendo Seu direito a toda a criação.

2. “Que orem por ele continuamente.” Nos versículos anteriores, o Rei trouxe bênçãos aos necessitados, a Seu povo e ao mundo. Em resposta, eles orarão por Ele e desejarão a Ele as bênçãos de Deus. Haverá oração por Ele “continuamente” para que Ele continue Seu reinado abençoado em todo o reino da paz. Essas orações refletem o desejo de uma continuação infindável de Seu reinado.

3. “Que o bendigam o dia inteiro.” Abençoá-Lo “todo o dia” significa desejar-Lhe bem durante todo o “dia” do reino da paz, falar coisas boas Dele. Literalmente diz ‘sempre o dia todo’ e tem o significado de ‘todos os dias’.

Sob o reinado abençoado do Messias, “pode haver abundância [ou: punhados] de grãos na terra, no cume dos montes” (Sl 72:16). O reino da paz não apenas não tem falta, mas é caracterizado pela abundância. A fé já está experimentando que um punhado de grãos pode se tornar uma grande quantidade se formos ao Homem de Deus com aquele pouquinho (1Rs 17:12-15). No reino da paz, há abundância de grãos nos vales e nas montanhas. Nas montanhas, os grãos normalmente não crescem, mas crescerão. As espigas cheias de milho “ondularão como [os cedros] do Líbano”.

Colheitas abundantes acompanharão o crescimento e o florescimento da população nas cidades (cf. 1Rs 4:20; Gn 15:5; Is 9:3). Não há medo de superpopulação, não há medo de escassez de alimentos, não há medo de má administração dos suprimentos. Tudo é perfeitamente administrado e distribuído pelo Governante em retidão, que também age com absoluta retidão nisso.

Tudo depende Dele, cujo nome permanecerá para sempre (Sl 72:17). Com Seu Nome Ele garante o gozo imediato de todos os benefícios e abundância de bênçãos. Ele também garante que isso não vai acabar. Os olhos se desviam da bênção para Aquele que abençoa, para Seu Nome. A bênção só pode ser desfrutada pelas gerações vindouras em conexão com Seu Nome. Não é a bênção que aumentará ou brotará, mas Seu Nome e com ele a bênção.

Isso acontecerá “enquanto o sol [brilhar]”. Ele mesmo é “o sol da justiça” (Ml 4:2). À luz do Sol, as próximas gerações serão “abençoadas”. A bênção do reino da paz continuará ininterrupta porque Ele é e continua sendo a Fonte da bênção. Isso Ele não é apenas para o Seu povo Israel, mas para “todas as nações”. Eles também não abençoam a si mesmos por causa da bênção, mas abençoam Aquele por quem eles recebem a bênção.

Salmos 72.18, 19 Magníficas palavras de bênção marcam esta conclusão do salmo, bem como do livro II, ou seja, da segunda parte, de todo o livro de Salmos. A repetição da palavra bendito, o enfoque no nome do Senhor Deus e o duplo amém indicam que este salmo era de fato usado na adoração a Deus em Seu templo.

Salmos 72:18-19

Abençoado

Com este desejo de abençoar ou de agradecer, encerra-se o segundo livro dos Salmos. É uma versão elaborada da bênção ou ação de graças com a qual o primeiro livro conclui (Sl 41:13). Depois de descrever o governo geral do Messias e a bênção que isso significa para toda a criação, é feita referência Àquele que é sua fonte. Isso torna óbvio que fundamentalmente o SENHOR e Aquele que é Rei são a mesma Pessoa. Ele está tanto no início quanto no fim de toda bênção.

Ele é “o Senhor Deus, o Deus de Israel” (Sl 72:18). Deus está com este povo em um relacionamento especial. A bênção do reino da paz é a bênção que flui do relacionamento de Deus com este povo até os confins da terra. “SENHOR” é o nome de Deus pelo qual Deus se deu a conhecer a Seu povo como o Deus da aliança. Com base nisso, Ele cumpre todas as promessas que fez ao Seu povo. O cumprimento dessas promessas é o reino da paz.

Todas as bênçãos que Ele dá ao Seu povo no reino da paz são maravilhas Dele. Da parte do povo não tem direito. Eles não guardaram a aliança. Mas Deus pode cumprir todas as promessas porque o Messias tomou sobre Si todas as obrigações do povo, bem como o castigo por seu fracasso. As justas exigências de Deus foram atendidas por Ele. Essa é a grande maravilha que só Ele fez.

A resposta não pode ser outra senão um louvor exuberante e eterno de “Seu nome glorioso” (Sl 72:19). Sua glória encherá toda a terra (Is 6:3). Toda a criação irradiará Suas perfeições, tanto no macrocosmo, o vasto universo, quanto no microcosmo, os mínimos detalhes. Acima de tudo, Sua glória será vista em todos os que estão cheios do conhecimento Dele. Eles são as maravilhas especiais de Sua graça por meio da redenção que é sua porção por causa da obra de Cristo. Eles proclamarão Sua glória para sempre.

O louvor, que dura para sempre, é seguido por um apropriado “Amém e Amém”. É tanto uma conclusão quanto um assentimento: assim é, certamente, assim é.

Salmos 72.20 Orações de Davi. O sobrescrito deste salmo o atribui a Salomão. Mas é provável que Salomão o tenha escrito em honra ao pai, no final de uma edição preliminar dos salmos reunidos até então. Outros salmos foram acrescentados posteriormente à coleção original.

Salmos 72:20

As orações de Davi terminaram

O fato de as orações de Davi terminarem aqui não significa que não haverá mais orações de Davi. Ainda ouviremos regularmente as orações de Davi nos salmos seguintes, como os Salmos 86 e 138-145. O ponto aqui é que com a chegada do reino da paz, todas as orações de Davi serão atendidas.

Davi aqui se autodenomina “o filho de Jessé” e não “o rei de Israel”. Com isso, ele se refere às suas origens naturais e humildes. Ele dá um passo para trás, por assim dizer. Não é sobre ele, mas sobre o Messias, o Filho de Davi. O Senhor Jesus é o Rebento que brotará do tronco de Jessé, e um Renovo de Suas raízes que dará frutos (Is 11:1-2).

Algo semelhante ao que é dito aqui sobre as orações de Davi é visto nas “últimas palavras de Davi” (2Sm 23:1). Essas também não são suas últimas palavras no sentido literal, pois ouvimos mais palavras dele depois. Suas ‘últimas palavras’ são sobre o reinado do Messias.

Nessas últimas palavras, como aqui neste salmo, ele chama a si mesmo de “o filho de Jessé” (2Sm 23:1). A questão para ele, de fato, é “Aquele que governa os homens com justiça, Que governa no temor de Deus” (2Sm 23:3-4). Com este Governante, ele afunda no nada (2Sm 23:5), um lugar que ele está feliz em ocupar. Assim ele abre caminho para o Messias, o Rei ungido de Deus.

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