Interpretação de Levítico 24

Levítico 24

24:1-23 O capítulo pode ser dividido ora três tópicos: 1) o azeite para o candelabro (vv. 1.4); 2) o pão da proposição (vv. 5-9); e 3) blasfêmia e vingança (vv. 10-23).

24:1 E o Senhor falou a Moisés. Os regulamentos sobre as festas anuais e o ritual relacionado a elas são agora seguidos por instruções com relação ao serviço diário e seu ritual.

24:2. Azeite puro de oliveira. O azeite para o candelabro tinha de ser fornecido pelo povo para que se tivesse certeza de que este seria mantido aceso o tempo todo. Cons. Êx. 27:20, 21, onde as mesmas instruções são apresentadas conforme nos versículos 2 e 3 aqui. Para a obtenção deste azeite, primeiro era preciso bater ou espremer as azeitonas, para lhes extrair o liquido. Depois coava-se o liquido para remoção da polpa. Depois, quando o azeite subia à superfície do líquido, era retirado.

24:3 Testemunho. Uma referência ás Tábuas da Lei colocadas na arca por trás do véu (Êx. 25:16; cons. Dt. 31:26. Na primeira, ‘edut foi usado, como em Levítico. Na segunda, usou-se ‘ed, Ambas significam “testemunho”).

24:4. Castiçal (E.R.C.), Antes, candeeiro, uma vez que são lamparinas que estão envolvidas e não velas. Embora pareça de Êxodo 25:31 que o castiçal foi chamado puro porque foi feito inteiramente de ouro puro, mas, de acordo com as autoridades durante o segundo Templo, a ordem aqui é que “ele deve arrume as lâmpadas depois de purificar e limpar o castiçal e remover todas as cinzas.

24:5. Duas dízimas de uma efa. Duas dízimas de uma efa, como em 23:13, 17. Isto significa que cada filão de pão asmo continha cerca de 2,84 kgs.

24:7. Incenso. Possivelmente era colocado em pequenos recipientes de ouro que ficavam sobre cada fileira (cons. Jos. Ant. iii. 10:7), não diretamente sobre o pão. Estava com o pão como lembrete (‘azkeira; cons. comentário sobre 2:3), enquanto o incenso propriamente dito era provavelmente jogado sobre o fogo do altar.

24:8. Da parte dos filhos de Israel. Como no caso do azeite (v. 2), o pão da propiciação devia ser fornecido pelo povo.

24:9. E será de Arão e de seus filhos. Depois que o incenso tinha sido oferecido através do fogo ao Senhor, o pão devia ser comido pelos sacerdotes.

24:10. O filho de uma israelita. O filho do egípcio, acompanhado de sua mãe judia, incluía-se, ao que parece, entre o “misto de gente” de Êx. 12:38. De acordo com Dt. 23:7,8, ele não era considerado, como tudo indica, parte da “congregação do Senhor”. A natureza da discussão entre ele e o israelita não ficou declarada.

24:11 A palavra traduzida para blasfemou vem de neiqab e literalmente significa “aborrecer, ferir, marcar, distinguir ou designar”. Não indica uma falta de reverência em si mesmo (cons. Nm. 1:17, onde foi traduzido para “designar”) mas no contexto desta passagem não há dúvida quanto à intenção do significado. Os judeus usaram a palavra no seu sentido geral e não pronunciavam o nome sagrado de Yhwh sob hipótese alguma substituindo-o por Adonay, “Senhor” Do Senhor não está no hebraico porque entendia-se que “o nome”, hashshem, neste contexto referia-se ao Senhor.

24:12 Até que se lhes fizesse declaração pela boca do Senhor. Até esse momento não havia especificação quanto ao castigo por blasfêmia contra o nome de Deus.

24:14 Porão as mãos sobre a cabeça dele. Uma vez que o pecado do homem poderia ter envolvido toda a comunidade no castigo, a culpa que poderia haver na comunidade foi transferida para o pecador pela imposição de mãos. (Cons. 16:21, onde os pecados da comunidade foram simbolicamente transferidos para o “bode expiatório”.) Ele era então executado pelo povo.

24:15, 16 Estes versículos declaram a lei que foi naquela ocasião ordenada por Deus com referência ao pecado que foi cometido. Levará sobre si o seu pecado. Assumirá toda a responsabilidade e ficará sujeito ao castigo indicado para o caso.

24:17-21 Recapitulação de um Grupo de Leis Anteriormente Ordenadas. Para declaração anterior das leis veja Êx. 21:12 e segs. A situação em 24:18 é, contudo, indiretamente tratada na passagem de Êxodo.

24:17, 18 Quem matar a alguém é, literalmente, aquele que destruir a alma (nepesh) de qualquer homem. No versículo 18 encontra-se a mesma construção geral: “aquele que destruir a alma de um animal, restitui-la-á, alma por alma”. O animal da E.R.A. é preferível à vida por vida mais literal da E.R.A. (cons. v. 21a).

24:19, 20 Cons. Êx. 21:24, 25. Olho por olho, dente por dente. Esta lei de retaliação, lex talionis, foi mencionada por Jesus Cristo em Mt. 5:38 e segs., quando condenou, não o princípio envolvido aqui, mas o espírito da retaliação e vingança que mais provavelmente se lhe associava.

24:22 Uma e a mesma lei havereis. O princípio mencionado no versículo 16 destaca-se aqui. A lei devia ser aplicada ao estrangeiro como também ao israelita.

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