Atos 7 — Comentário Devocional

Comentário Devocional



Atos 7

7.1 - Esse sumo sacerdote era provavelmente Caifás, o mesmo homem que anteriormente interrogou e condenou Jesus (Jo 18.24).

7.2ss Estêvão fez um longo discurso sobre o relacionamento de Israel com Deus. Ao analisar a história no AT, mostrou que os judeus constantemente rejeitaram a mensagem de Deus e seus profetas, e que o sinédrio havia rejeitado o Messias, o Filho de Deus. Em seu discurso, Estêvão destacou três pontos principais: (1) a história de Israel é a da ação de Deus no mundo; (2) as pessoas adoravam a Deus muito antes de existir um templo porque Ele não vive em um templo; e (3) a morte de Jesus foi apenas mais um exemplo da rebelião de Israel e de sua rejeição a Deus.

7.2ss - Estêvão realmente não se defendeu. Ele tomou uma posição ofensiva; aproveitou a oportunidade para resumir seu ensino a respeito de Jesus. Acusou os líderes religiosos de falharem em obedecer às leis de Deus; as quais diziam orgulharem-se de seguir meticulosamente. Foi a mesma acusação que Jesus fez contra eles. Quando testemunhamos sobre Cristo, não precisamos estar na defensiva Podemos simplesmente compartilhar nossa fé!

7.8 - A circuncisão era um sinal do pacto que Deus fez com Abraão e toda a nação de Israel (Gn 17.9-13). Estêvão resumiu a história de Israel, contando como essa aliança se deu naquele tempo. Estêvão assinalou que Deus sempre cumpriu sua parte na promessa, mas Israel falhou repetidamente em segui-la até o fim. Embora os judeus dos dias de Estêvão ainda circuncidassem seus filhos, falharam em obedecer a Deus. O coração das pessoas estava longe de Deus. A falta de fé e de obediência da parte dos judeus mostrou que falharam em cumprir sua parte na aliança.

7.17 - A revisão da história judaica feita por Estêvão transmite um claro testemunho da fidelidade e da soberania de Deus. Apesar dos contínuos fracassos de seu povo e do desenrolar dos acontecimentos mundiais. Deus levou seu plano adiante. Quando você enfrentar um conjunto de circunstâncias confusas, lembre-se de que: (1) Deus está no controle, nada o surpreende: (2) este mundo não é tudo o que existe, ele perecerá, mas Deus e eterno; (3} Deus é justo, e fara as coisas certas, castigará os ímpios e recompensará os fiéis; e (4) Deus quer usá-lo (como usou José. Moisés e Estêvão), para fazer a diferença no mundo.

7.37 - Os judeus pensavam originalmente que esse “profeta” fosse Josué. Mas Moisés profetizava sobre o Messias, que estava por vir (Dt 18.15). Pedro também citou esse texto em Deuteronômio ao referir-se ao Messias (3.22).

7.38 - Estêvão usou a palavra ekklesia (traduzida como “assembleia”) para descrever a congregação do povo de Deus no deserto. A palavra significa “chamados para fora” e foi usada pelos cristãos do primeiro século para descrever sua comunidade. O ponto de vista de Estêvão era que a lei, dada aos judeus por intermédio de Moisés, era o sinal da aliança. Então, pela obediência a ela continuariam a ser o povo aliançado com Deus, mas, por terem desobedecido a lei (7.39), quebraram o pacto e per deram o direito de estar entre o povo escolhido.

7.38 - Os textos em Gálatas 3.19 e Hebreus 2.2 transmitem a ideia de que Deus deu a lei a Moisés por intermédio de anjos. Em Êxodo 31.18, é dito que o próprio Deus escreveu os Dez Mandamentos (“escritas pelo dedo de Deus”). Não há contradição alguma entre os textos: Deus escreveu a lei e usou mensageiros angelicais para entregá-la a Moisés.

7.43 - Estêvão deu mais detalhes sobre a idolatria mencionada em Atos 7.40. Os ídolos aqui citados foram adorados por Israel durante o tempo em que peregrinaram no deserto (Êx 32.4). Moloque era o deus associado ao sacrifício de crianças, e Renfã era um deus egípcio. O profeta Amós, em seu livro, mencionou outras divindades assírias adoradas por Israel (Am 5.25-27).

7.44-50 - Estêvão fora acusado de falar contra o Templo (6.13). Embora reconhecesse a importância do Templo, sabia que este não era mais importante do que Deus. O Senhor não é limitado; não está presente apenas em uma casa de adoração, também habita no coração de todos que, com fé, recebem-no (Is 66.1,2). Salomão já sabia disto quando orou por ocasião da dedicação do Templo (2 Cr 6.18). Deus quer viver em nós. Ele está vivendo em você?

7.52 - Realmente muitos profetas foram perseguidos e mortos. Urias (Jr 26.20-23). Jeremias (Jr 38.1-6). Isaías (a tradição diz que ele foi morto pelo rei Manassés: ver 2 Rs 21.16). Amós (Am 7.10-13). Zacarias (o filho de Joiada, o sacerdote; ver 2 Cr 24.20-22), Elias (1 Rs 19.1. 2). Em alusão a esse fato, Jesus proferiu uma parábola sobre como os judeus continua mente rejeitaram as mensagens de Deus e perseguiram seus mensageiros (Lc 20.9-19).

7.55-58 - Estêvão viu a glória de Deus e Jesus, o Messias, ã direita do Pai. As palavras do discípulo foram semelhantes às de Jesus diante do Sinédrio (Mt 26.64; Mc 14.62; Lc 22.69). A visão de Estêvão apoiava a reivindicação de Jesus; ela irritou os líderes judeus que condenaram Jesus á morte por blasfêmia. Por não tolerarem as palavras de Estêvão, mataram-no. Talvez as pessoas não nos matem por testemunharmos a respeito de Cristo, mas podem deixar claro que não desejam ouvir a verdade e tentar nos calar. Continue honrando a Deus por meio de sua conduta e de suas palavras; embora muitos possam rebelar-se contra você e sua mensagem, alguns seguirão a Cristo. Lembre-se de que a morte de Estêvão causou um profundo impacto na vida de Paulo, que mais tarde se tornou o maior missionário cristão. Mesmo aqueles que se opõem a você agora, podem mais tarde se voltar para Cristo.

7.58 – Saulo, também chamado Paulo (ver 13.9), foi o grande missionário cristão que escreveu a maioria das epístolas do NT. Saulo é um nome hebraico; Paulo, um nome grego, que foi usado quando o apóstolo começou seu ministério voltado aos gentios. Quando Lucas mencionou Saulo pela primeira vez, este ia a todos os lugares, perseguindo os seguidores de Jesus. Há um grande contraste entre Saulo, o perseguidor dos cristãos, e Paulo, descrito por Lucas em Atos, como um seguidor dedicado de Cristo e pastor talentoso. Paulo estava bem qualifica do para falar aos judeus a respeito de Jesus, porque já havia perseguido os cristãos e entendia perfeitamente como os judeus se sentiam. Ele é um poderoso exemplo de pessoa que, na opinião da maioria, não poderia ser alcançada e transformada por Deus.

7.59 - A penalidade por blasfêmia, o ato de falar irreverentemente a respeito de Deus, era a morte por apedrejamento (Lv 24.14). Os líderes religiosos estavam furiosos, e fizeram com que Estêvão fosse apedrejado sem um julgamento. Não entenderam que as palavras dele eram verdadeiras, porque não buscavam a verdade: queriam apenas manter suas convicções religiosas.

7.60 - Quando Estêvão morreu, proferiu palavras bem parecidas com as de Jesus na cruz (Lc 23.34). Os primeiros cristãos ficavam contentes por sofrer como Jesus, porque isto significava que eram considerados dignos de tal honra (5.41). Estêvão estava pronto para sofrer como Jesus e para pedir perdão para os seus assassinos. Tal disposição só poderia vir do Espírito Santo. Ele também pode nos ajudar, como fez com Estêvão, a responder com amor aos nossos inimigos (Lc 6.27). Como você reagiria se alguém o ferisse por causa de sua crença?

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