Atos 9 — Comentário Devocional

Comentário Devocional





Atos 9

9.2 - Saulo (mais tarde chamado de Paulo) era tão zeloso por sua crença religiosa e pelas tradições judaica, que começou uma campanha de perseguição contra qualquer pessoa que cresse em Cristo (os seguidores “do Caminho”). Por que os judeus de Jerusalém desejariam perseguir os cristãos em um lugar tão distante quanto Damasco? Existem várias possibilidades. Talvez: (1) para prender os cristãos que fugiram; (2) para evitar a expansão do cristianismo em outras cidades importantes; (3) para impedir que os cristãos causassem qualquer problema aos judeus em relação a Roma; (4) para proporcionar ascensão à carreira de Saulo, construindo a reputação dele como um verdadeiro fariseu, que zelava pela lei; e/ou (5) para unificar as facções do judaísmo, por combaterem um inimigo comum (os cristãos).

9.2-5 - Quando Saulo viajou a Damasco, perseguindo os cristãos, foi confrontado pelo Cristo ressurreto e colocado frente a frente com a verdade das Boas Novas. Algumas vezes Deus entra na vida de uma pessoa de maneira espetacular; em outras, a conversão ó uma experiência silenciosa. Previna-se contra as pessoas que insistem em um tipo particular de experiência de conversão. O modo correto de vir a crer em Jesus Cristo é aquele que Deus determinar para você.

9.3 - Damasco era um centro comercial, localizado aproximada mente a 240 quilômetros a nordeste de Jerusalém, na província romana da Síria. Várias rotas comerciais ligavam Damasco a outras cidades do Império Romano. Talvez Saulo tenha pensado que, eliminando o cristianismo em Damasco, evitaria a divulgação da religião em outras áreas. 

9.3-5 - Paulo se referiu a essa experiência como o começo de sua nova vida em Cristo (1 Co 9.1; 15.8; Gl 1.15,16). No centro dessa experiência maravilhosa estava Jesus Cristo. Paulo não teve uma visão; ele realmente viu o Cristo ressurreto (9.17). Re conheceu a Jesus como o Senhor, confessou seu pecado, entregou sua vida a Cristo e decidiu obedecê-lo. A verdadeira conversão é consequência de um encontro pessoal com Jesus Cristo e leva a uma nova vida, que implica um relacionamento com Ele.

9.5 - Saulo pensava que combatia os hereges, mas perseguia o próprio Senhor Jesus Cristo. Qualquer pessoa que combate os cristãos também é culpada de perseguir a Jesus (ver Mt 25 40.45), porque eles são o corpo de Cristo na terra.

9.13,14 - “Não, Senhor, isso é impossível. Ele nunca poderia tornar-se um cristão!” Em essência, foi isso que Ananias disse, quando Deus lhe revelou a conversão de Saulo. Afinal, este per seguia os cristãos, levando-os á morte. Apesar dos sentimentos de Ananias, ele obedeceu a Deus e ministrou a Saulo. Não devemos limitar a Deus; Ele pode fazer todas as coisas. Devemos obedecer e seguir a liderança dEle, mesmo quando nos levar a pessoas e lugares difíceis.

9.15,16 - A fé em Cristo traz grandes bênçãos, e frequentemente grande sofrimento também. Paulo sofreria por sua nova fé (ver 2 Co 11.23-27). Deus nos chama a um compromisso, não ao conforto. Ele promete estar conosco durante o sofrimento e a dificuldade, e muitas vezes não nos poupa destes.

9.17 - Ananias encontrou Saulo, conforme foi instruído, dizendo: “Irmão Saulo”. Ananias temia este encontro porque Saulo fora a Damasco, para prender os cristãos e levá-los como prisioneiros a Jerusalém (9.2). Mas em obediência ao Espírito Santo. Ananias saudou Saulo amorosamente. Nem sempre é fácil demonstrar amor aos outros, especialmente quando temos medo ou duvidamos de suas motivações. Não obstante, devemos seguir a ordem de Jesus (Jo 13.34) e o exemplo de Ananias, aceitando amorosa os outros cristãos.

9.17,18 - A mudança de vida e as realizações consequentes sus tentaram um forte testemunho da presença e do poder do Espirito Santo na vida do apóstolo. Paulo foi evidentemente cheio do Espírito Santo quando recebeu novamente a visão e foi batizado. Veja a segunda nota 8.15-17, para saber mais sobre a presença do Espírito Santo em cada cristão.

9.20 - Logo depois de recobrar sua visão e passar algum tempo com os cristãos de Damasco. Saulo foi para a sinagoga falar aos judeus a respeito de Jesus Cristo. Alguns cristãos aconselham os novos convertidos a esperarem até que estejam completa mente firmes em sua fé, antes de compartilharem as Boas Novas com outras pessoas. Saulo ficou algum tempo com outros cristãos para aprender a respeito de Jesus antes de iniciar seu ministério mundial, mas não esperou para testemunhar. Embora não devamos precipitar-nos no ministério, estando desprepara dos para tal tarefa, não precisamos esperar para contar a outras pessoas o que aconteceu conosco.

9.21,22 - Os argumentos de Saulo eram poderosos, porque ele era um estudioso brilhante. Mas o fato mais convincente foi sua mudança de vida. As pessoas sabiam que o que ele ensinava era verdadeiro, porque podiam ver evidências em seu modo de vida. É importante saber o que a Bíblia ensina e como defender a fé, mas suas palavras devem ser respaldadas por uma vida transformada.

9.23 - De acordo com o texto em Gálatas 1.17,18. Paulo deixou Damasco e viajou para a Arábia, a região do deserto, a sudeste de Damasco, onde viveu por três anos. Não se sabe ao certo se a permanência de três anos na Arábia aconteceu de pois de Paulo vivenciar os acontecimentos citados nos versículos 22.23.25.26 de Atos 9. Alguns comentaristas dizem que a frase “e tendo passado muitos dias” lv. 23) pode indicar esse longo período de exílio na Arábia. Eles sugerem que, quando Paulo retornou a Damasco, o governador, sob o comando do rei Areias, pediu sua prisão (2 Co 11.32) em uma tentativa de manter a paz com judeus influentes. Outra possibilidade é que a fuga noturna de Paulo tenha ocorrido durante sua primeira estadia em Damasco, logo após sua conversão, quando os fariseus estavam particularmente irados por sua deserção. De acordo com esta opinião. Paulo teria fugido para a Arábia, a fim de ficar um tempo a sós com Deus, aguardando até que os líderes religiosos judaicos se acalmassem. Não importa qual teoria seja a correta, houve um período de, pelo menos, três anos entre a conversão de Paulo (9.3-6) e sua viagem a Jerusalém (9.26).

9.26.27 - É difícil mudar a reputação, e Saulo tinha uma terrível entre os cristãos. Mas Barnabé, um judeu convertido (4.36), tornou-se a ponte entre Saulo e os apóstolos. Os novos cristãos (especialmente aqueles com reputações manchadas) precisam de alguém que se responsabilize por eles, pessoas que os acompanhem, encorajem, ensinem e os apresentem a outros crentes. Encontre maneiras de tornar-se como Barnabé para os novos convertidos à fé crista.

9.27 - O texto em Gálatas 1.18,19 explica que Paulo esteve em Jerusalém por apenas 15 dias e que se encontrou somente com Pedro e Tiago.

9.29.30 - Nessas pequenas sentenças podemos ver duas características de Paulo, mesmo após tornar-se um novo crente em Cristo: ele era corajoso e provocava controvérsias. Isto caracterizaria o ministério de Paulo pelo resto de sua vida.

9.30 - A visita de Saulo a Tarso ajudou a acalmar os conflitos com os judeus e deu-lhe algum tempo para provar seu comprometimento com a causa cristã. Apôs a conversão de Saulo, o maior perseguidor dos cristãos, a Igreja gozou de um curto período de paz.

9.36 - Jope era urna importante cidade portuária, que ficava a aproximadamente 41m acima do nível do mar, com vista para o Mediterrâneo. Era a cidade para onde os cedros do Líbano eram enviados, a fim de serem transportados de navio para Jerusalém e serem usados na construção do Templo (2 Cr 2.16; Ed 3.7). O profeta Jonas deixou o porto de Jope em sua viagem malsucedida (Jn 1.3).

9.36-42 - Tabita (ou Dorcas) havia causado um enorme impacto em sua comunidade por suas boas obras: ela ajudava os pobres, confeccionando casacos e outros artigos de vestuário (9.39). Quando ela morreu, o ambiente ticou repleto de pranteadores; provavelmente as pessoas a quem ajudara. E quando foi ressuscitada, a notícia se espalhou pela cidade. Deus usou grandes pregadores como Pedro e Paulo, mas também usa aqueles que têm o dom da generosidade, como Tabita. Em vez de lamentar-se e desejar outros dons, faça bom uso daqueles que Deus lhe deu!

9.43 - Em Jope, Pedro ficou na casa de Simão, o Curtidor, que trabalhava peles de animal até transformá-las em couro. É significativo que Pedro estivesse na casa de Simão, porque o trabalho com o couro envolvia o contato com animais mortos; o que a lei judaica considerava um trabalho Imundo”. Pedro já começava a perder seu preconceito contra as pessoas que não eram como ele. e que tinham costumes que não estavam de acordo com as tradições religiosas judaicas.

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