Filipenses 2 — Comentário Devocional
Filipenses 2
Filipenses 2 contém importantes aplicações de vida para cristãos e indivíduos que buscam orientação em suas vidas.
1. Humildade e Servidão: Filipenses 2:3-4 nos encoraja a não fazer nada por ambição egoísta ou vaidade, mas a considerar os outros melhores do que nós mesmos. Isso nos ensina o valor da humildade e de servir aos outros com uma atitude altruísta.
2. Imitando a Mente de Cristo: Filipenses 2:5-11 apresenta uma descrição poderosa da humildade e obediência de Jesus Cristo. Desafia-nos a adoptar uma mentalidade semelhante de humildade e submissão à vontade de Deus nas nossas próprias vidas.
3. Operar a Salvação com Temor e Tremor: Filipenses 2:12-13 nos instrui a operar a nossa salvação com temor e tremor, reconhecendo que é Deus quem opera em nós o querer e o agir, a fim de cumprir o Seu bom propósito. Isto nos encoraja a levar a sério o nosso crescimento espiritual e a confiar na orientação e força de Deus.
4. Reclamações e Resmungos: Filipenses 2:14 desaconselha resmungos e discussões, enfatizando a importância de manter uma atitude positiva e grata mesmo em circunstâncias difíceis. Isso nos lembra de focar na gratidão e no contentamento, em vez de reclamar.
5. Brilhando como luzes no mundo: Filipenses 2:15-16 nos encoraja a sermos irrepreensíveis e puros, brilhando como luzes no mundo e nos apegando firmemente à palavra da vida. Isto lembra-nos o nosso papel como embaixadores de Cristo e a importância de viver uma vida que reflecte os Seus ensinamentos.
6. Orientação e Encorajamento Espiritual: Filipenses 2:19-30 destaca as relações entre Paulo e Timóteo, bem como Epafrodito, mostrando a importância de orientar e encorajar uns aos outros na fé. Isto nos encoraja a buscar e fornecer orientação espiritual e apoio dentro da comunidade cristã.
7. Alegria na Fé: Filipenses 2:17-18 enfatiza a alegria que advém de nos dedicarmos ao serviço a Deus e aos outros. Ensina-nos que há grande satisfação e alegria em viver uma vida de fé e altruísmo.
8. Submissão à Vontade de Deus: O tema geral de Filipenses 2 é a submissão à vontade de Deus e a importância da unidade, da humildade e do amor dentro da comunidade cristã. O capítulo ressalta a ideia de que uma vida entregue aos propósitos de Deus traz realização e bênçãos.
Filipenses 2 oferece valiosas aplicações de vida relacionadas à humildade, ao serviço, à gratidão, ao crescimento espiritual, à manutenção de uma atitude positiva, ao ser uma luz no mundo e à importância da unidade e do encorajamento dentro da comunidade de fé. Estes princípios podem orientar os indivíduos na sua jornada de fé e vida diária, promovendo um estilo de vida centrado em Cristo e centrado nos outros.
Devocional
2.1-5 Muitas pessoas - e às vezes até mesmo cristãs - preocupam-se apenas em causar boa impressão aos outros ou a agradar a si próprias. Porém, o egoísmo traz a discórdia. Portanto, Paulo insiste na unidade espiritual pedindo aos filipenses para amarem uns aos outros e se unirem em espírito e propósito. Quando trabalhamos juntos, cuidando dos problemas de nossos semelhantes como se fossem nossos, revelamos o exemplo de Cristo, ao colocar os outros em primeiro lugar e viver em unidade. Não se preocupe tanto em causar boa impressão, ou satisfazer suas necessidades, a ponto de estremecer seu relacionamento com a família de Deus.2.3 O egoísmo tem o poder de arruinar uma igreja, enquanto a verdadeira humildade pode edifica-la. Ser humilde inclui possuir uma perspectiva real a respeito de si mesmo (ver Rm 12.3). Isso não quer dizer que devamos permanecer inativos. Perante o Senhor. somos todos pecadores, salvos somente pela sua graça; portanto, temos grande valor no Remo de Deus. Devemos colocar de lado o egoísmo e tratar nossos semelhantes com respeito e cortesia. Considerar os interesses dos outros como mais importantes do que os nossos estreitará nossa ligação com Cristo, que foi o verdadeiro exemplo de humildade.
2.4 Filipos era uma cidade cosmopolita, e a composição da igreja refletia sua grande diversidade, com pessoas de vários níveis. de várias origens, formação e condições de vida. O cap. 16 de Atos nos dá uma indicação da diversificada composição dessa igreja. Ela incluía tanto Lídia, uma judia convertida da Ásia e uma mulher de negócios próspera (At 16.14), como uma menina escrava (At 16.16,17), provavelmente nascida na Grécia; além do carcereiro que servia nessa colônia do império, talvez de origem romana (At 16.2Í5-36). Com tantos membros de diferentes origens e formações, devo ter sido muito difícil manter a união. Embora não existissem evidências de divisões na igreja, a unida de precisava ser resguardada (3.2; 4.2). Paulo nos encoraja a nos resguardar contra qualquer forma de egoísmo, preconceito ou ciúme que podem levar ã dissensão. Mostrar um interesse genuíno pelos outros será sempre um passo positivo para manter a unidade entre os crentes.
2.5 Jesus Cristo era humilde e estava disposto a renunciar aos seus direitos para obedecer a Deus e servir ao povo. Devemos, assim como Cristo, adotar a atitude de um servo e servir pelo amor que temos a Deus e aos nossos semelhantes, e não por qualquer sentimento de medo ou culpa. Lembre-se: você pode escolher a atitude que vai tomar. Pode viver na expectativa de ser servido ou pode procurar oportunidades de servir aos outros. Veja Marcos 10.45 para mais detalhes sobre a atitude que 0 Senhor Jesus Cristo demonstrou em relação a servir.
2.5-7 A encarnação foi um ato do pré-existente Filho de Deus, que voluntariamente assumiu o corpo e a natureza humana. Sem deixar de ser Deus, Ele tornou-se um ser humano, o homem chamado Jesus. Para tornar-se humano, Ele não desistiu de sua divindade, mas deixou de lado o direito à sua glória e poder. Em sinal de submissão à vontade do Pai. Cristo limitou seu poder e sabedoria. Jesus de Nazaré estava sujeito ao lugar, ao tempo e a muitas outras limitações humanas. O que tornou essa humanidade única e especial foi sua isenção de pecado. Em sua plena humanidade. Jesus nos mostrou tudo aquilo que pode ser transmitido em termos humanos a respeito do caráter de Deus. A encarnação é explicada com mais detalhes nas seguintes passagens: João 1.1-14; Romanos 1.2-5; 2 Coríntios 8.9; 1 Timóteo 3.16; Hebreus2.l4; e 1 João 1.1-3. 2.5-11 - Estes versículos provavelmente estejam relacionados a um hino entoado pela igreja cristã primitiva. E esta passagem se mostra como um paralelo com a profecia do servo sofredor em Isaías 53. Por se tratar de um hino, não tem o propósito de transmitir uma declaração completa a respeito da natureza e da obra de Cristo. Entretanto, várias características-chave de Jesus Cristo são louvadas nesta passagem: (1) Cristo sempre existiu com Deus; (2) Cristo é igual a Deus porque Ele é Deus (Jo 1.1ss ; Cl 1.15-19); (3) embora Cristo seja Deus, tornou-se homem para realizar o plano divino para a salvação de todas as pessoas.
(4) Cristo não só tinha a aparência de ser humano Ele verdadeiramente tornou-se homem para se identificar com os nossos pecados; (5) Cristo voluntariamente deixou de lado seus direitos e privilégios divinos pelo amor a seu Pai; (6) Cristo morreu na cruz pelos nossos pecados para que não tivéssemos que enfrentar a morte eterna; (7) Deus glorificou a Cristo por sua obediência; (8) Deus elevou Cristo à sua posição original, à sua mão direita, onde reinará por toda a eternidade como nosso Senhor e Juiz. Como seria possível deixar de louvar a Cristo como nosso Senhor, e não nos dedicarmos à sua obra!
2.5-11 Muitas vezes as pessoas justificam seu egoísmo, orgulho ou maldade como tendo direito a tais sentimentos. Pensam: “Posso trapacear nesse teste, afinal mereço ser aprovado”, ou “Posso gastar todo esse dinheiro comigo mesmo — trabalhei bastante para isso”, ou ‘ Posso fazer um aborto, pois tenho o direito de controlar meu próprio corpo”. Mas. como crentes, devemos adotar uma atitude diferente, aquela que nos permite deixar de lado nossos direitos a fim de servirmos aos outros. Se dissermos que seguimos a Cristo, devemos também dizer que queremos viver como Ele viveu. Devemos desenvolver sua atitude de humildade quando servimos, mesmo se provavelmente não receberemos nenhum reconhecimento pelos nossos esforços. Será que você está sendo egoísta, agarrando-se aos seus direitos? Ou será que está disposto a servir aos semelhantes?
2.8 A morte na cruz (crucificação) era uma forma de pena capital que os romanos usavam para executar criminosos notórios. Era terrivelmente dolorosa e humilhante. Os prisioneiros eram pregados ou amarrados numa cruz e abandonados para morrer. A pessoa condenada poderia levar vários dias para morrer e, geralmente, morria por asfixia uma vez que o peso do corpo enfraquecido tomava a respiração cada vez mais difícil. Jesus morreu como alguém que tinha sido amaldiçoado (Gl 3.13). Como é espantoso que o homem perfeito tenha sofrido essa morte vergonhosa para não termos que enfrentar o castigo eterno!
2.9-11 Por ocasião do Juízo Final, até aqueles quo foram condenados reconhecerão a autoridade de Jesus e seu direito de reinar. Atualmente as pessoas podem escolher entre dedicar sua vida a Jesus como seu Senhor ou ser forçadas a reconhecê-lo como Senhor quando Ele voltar. Cristo poderá retornar a qualquer momento. Será que você está preparado para encontrá-lo?
2.12 “Operai a vossa salvação com temor e tremor”. À luz da precedente exortação á unidade, essa frase pode significar que a igreja em sua totalidade deve trabalhar em conjunto para livrar-se das dissensões e da discórdia. Os cristãos filipenses precisavam ser especialmente cuidadosos na obediência a Cristo agora que Paulo não estava mais continuamente ao seu lado, orientando-os sobre como deveriam proceder. Nós também de vemos ser cuidadosos a respeito daquilo em que cremos e da maneira como vivemos, principalmente quando não temos ninguém para nos guiar. Na ausência de algum respeitável líder cristão, devemos dedicar ainda mais nossa atenção e devoção a Cristo, para não nos desviarmos do caminho verdadeiro.
2.13 O que fazer quando sentimos que não estamos obedecendo como deveríamos? Deus não nos deixou sozinhos na luta que enfrentamos para fazer a sua vontade. Ele deseja caminhar ao nosso lado e estar dentro de cada um de nós para nos ajudar. Deus nos ajuda a desejarmos obedecê-lo e, em seguida, nos dá o poder para fazermos a sua vontade. O segredo para que tenhamos uma vida transformada é nos submetermos ao controle de Deus e deixarmos que Ele trabalhe em nós. Em sua próxima oração, peça a Deus para ajudá-lo a desejar fazer a sua vontade.
2.13 Para sermos semelhantes a Cristo, devemos nos condicionar a procurar pensar como Ele. Para mudarmos os nossos desejos e alcançarmos essa semelhança, precisamos do poder do Espírito Santo que habita em pós (1.19). da influência de cristãos fiéis, da obediência à Palavra de Deus (e não apenas estarmos expostos a ela) e do serviço sacrifical. Na maioria das vezes, é fazendo a vontade de Deus que desenvolvemos o desejo de continuarmos a fazer a sua vontade (ver 4.8,9). Faça a vontade do Senhor e confie que Ele mudará os seus desejos.
2.14-16 Por que a murmuração e a contenda são tão prejudiciais? Se tudo que as pessoas souberem a respeito da igreja ó que seus membros estão constantemente discutindo, reclamando e bisbilhotando. cias terão uma falsa noção a respeito de Cristo e das Boas Novas. A crença em Cristo deve unir todos aqueles que confiam nEle. Se uma igreja estiver em constante murmuração e contenda, significa que lhe falta o poder unifica dor de Jesus Cristo. Pare de discutir com outros cristãos e de se queixar das pessoas ou das condições de sua igreja para que o mundo conheça o verdadeiro Cristo.
2.14-16 Nossa vida deve se caracterizar pela pureza moral, paciência e serenidade para que possamos “resplandecer como astros no mundo’' em um mundo pervertido e corrupto. Uma vida transformada representa um efetivo testemunho da Palavra de Deus. Será que a sua vida está brilhando com esplendor ou esta obscurecida por murmurações e contendas? Brilhe para que o mundo possa ver Deus em sua vida.
2.17 A libação (oferta de líquidos) era uma importante parte do sistema sacrifical judaico (para uma melhor explicação, veja Nm 28.7). Como essa igreja tinha pouca formação judaica, o termo “libação” pode estar se referindo ao vinho oferecido às divindades pagas antes de importantes eventos públicos. Paulo considerava a sua própria vida como um sacrifício.
2.17 Mesmo que tivesse de morrer. Paulo estava contente por saber que havia ajudado os filipenses a viverem para Cristo. Quando você está totalmente comprometido a servir a Cristo, o sacrifício necessário para edificar a fé dos semelhantes lhe traz uma feliz recompensa.
2.19 Timóteo estava com Paulo em Roma quando o apóstolo escreveu esta carta. Ele havia acompanhado Paulo em sua segunda viagem missionária, quando a igreja de Filipos foi funda da. Para mais informações a respeito de Timóteo, veja seu perfil em 1 Timóteo.
2.21 Paulo observa que a maioria dos crentes está demasiadamente preocupada com suas próprias necessidades para dedicar algum tempo à obra de Cristo. Não deixe que seus compromissos e preocupações o impeçam de oferecer amor e serviço cristão às outras pessoas.
2.22 Assim como o trabalhador experiente e habilidoso treina um aprendiz. Paulo estava preparando Timóteo para dar pros seguimento ao ministério em sua ausência. A quem você está preparando para que a obra de Deus tenha continuidade? Veja o perfil de Timóteo para mais informações em 1 Timóteo.
2.23 Paulo estava na prisão (esperando seu julgamento ou veredicto) por anunciar a Cristo. Ele está dizendo aos filipenses que. assim que souber a decisão do tribunal, lhes enviara noticias por Timóteo. Além disso, disse estar pronto para aceitar o que lhe acontecesse (1.21-26).
2.25 Epafrodito entregou a Paulo a oferta que lhe havia sido enviada pelos filipenses. Em seguida, retornou levando a carta de agradecimento de Paulo. Epafrodito pode ter sido um ancião de Filipos (2.25-30: 4.18) que adoeceu enquanto estava com Paulo (2.27. 30) e voltou à sua casa assim que se recuperou. Seu nome só é mencionado na carta aos filipenses.
2.29, 30 O mundo exalta aqueles que são inteligentes, belos, ricos e poderosos. Que espécie de pessoa a igreja deveria homenagear? Paulo indica que devemos honrar aqueles que dão sua vida por amor a Cristo e que vão a lugares onde nunca poderíamos ir. Atualmente, nossos missionários fazem isso por nós e exercem o ministério em lugares onde não podemos estar.