Gênesis 16 — Explicação das Escrituras

Gênesis 16

16:1–6 A inquietação da natureza pecaminosa é vista aqui. Em vez de esperar em Deus, Sarai persuadiu Abrão a obter um filho de sua serva, Hagar, que provavelmente foi adquirido durante a malfadada estada no Egito. Deus é fiel em registrar as irregularidades conjugais de Seu povo, mesmo que nunca as tenha aprovado. Quando Hagar ficou grávida, ela olhou com desdém para sua senhora. Sarai respondeu culpando Abrão e expulsando Hagar de casa. Isso ilustra o conflito entre a lei e a graça. Eles não podem coabitar (Gálatas 4:21-31). Embora parte do comportamento nesta seção possa ter sido culturalmente aceitável na época, certamente é irregular do ponto de vista cristão.

16:7–15 Enquanto Agar estava no deserto de Shur, a caminho do Egito, o Anjo do SENHOR veio a ela. Este foi o Senhor Jesus em uma de Suas aparições pré-encarnadas, conhecida como Cristofania. (Ver Juízes 6 para um ensaio sobre o Anjo do SENHOR.) Ele a aconselhou a voltar e se submeter a Sarai, e prometeu que seu filho se tornaria o chefe de uma grande nação. Essa promessa, claro, se cumpre no povo árabe. As palavras “Voltem… e se submetam” marcaram grandes momentos decisivos na vida de muitos que tiveram contato com Deus.

A exclamação de Hagar no versículo 13 pode ser parafraseada: “Tu és um Deus que pode ser visto”, pois ela disse: “Vi também aqui aquele que me vê?” Ela deu ao poço o nome de “Beer Lahai Roi” (literalmente, poço dAquele que vive e me vê). (F. Davidson, The New Bible Commentary, p. 90.)

16:16 Abrão tinha oitenta e seis anos quando Ismael nasceu de Agar. O nome Ismael significa Deus ouve. Neste caso, Ele ouviu a miséria de Hagar. Devemos lembrar ao longo desta narrativa que Hagar representa a lei, enquanto Sarai representa a graça (ver Gálatas 4).

Notas Adicionais:

16.2 A substância da fé possuída por Abraão e por Sara era deficiente, não em relação à promessa, mas em relação ao método pelo qual ela se cumpriria (Calvino). O comportamento de Sara estava errado, mas tinha precedentes no Código de Amurabe e nos tabletes de argila descobertos em Nuzi. Em ambas estas fontes vemos que os contratos de casamento estabeleciam a obrigação de prover-se uma serva para o marido, caso a mulher não chegasse a dar-lhe filhos. O resultado foi o aparecimento da discórdia no lar (4-6) e, através de séculos, na política do Médio Oriente, mediante a descendência de Ismael.

16.7 O caminho de Sur se refere à uma muralha ou a fortificações existentes ao longo da fronteira oriental do Egito contra forças estrangeiras vindas de, ou através da Palestina.

16.11 Ismael (Deus ouve). Todos os árabes que aceitam a doutrina maometana alegam descender de Ismael. • N. Hom. 16.13 O amor de Deus, ao deparar Agar em momento tão doloroso (7) e o apelo para que ela voltasse e se submetesse a Sara (9),.prepara o caminho para a promessa de bênção (10). Tais experiências conduziram-na: 1) À compreensão da presença divina, “Tu és Deus que vê”, (13); 2) A ereção de um memorial relativo à promessa de Deus, pois ela deu à nascente de água o nome de “fonte daquele que vive e me vê”, isto é, a fonte daquele que preserva a vida (cf. Jo 4.14); e 3) A obediência para com a Vontade Divina. Agar voltou a Sara.

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