Gênesis 41 — Explicação das Escrituras
Gênesis 41
41:1–13 Quando nenhum dos magos do Egito podia interpretar os sonhos de Faraó sobre as sete vacas gordas e sete vacas feias e magras, das sete espigas gordas e boas e sete espigas miúdas, então o copeiro-mor lembrou-se de José e sua habilidade interpretar sonhos. Os dois anos completos mencionados no versículo 1 podem se referir tanto ao tempo de prisão de José quanto ao tempo desde a soltura do copeiro-chefe.
41:14–32 Chamado perante Faraó, José explicou que haveria sete anos de grande fartura no Egito, seguidos por sete anos de fome que devastariam a terra. A repetição ou duplicação do sonho de Faraó significa que foi estabelecido por Deus e que Ele logo o cumpriria. Vemos isso também nos dois sonhos de José a respeito de seu futuro (37:6–9) e nas visões semelhantes de Daniel 2 e 7. Na Bíblia, dois é o número da testemunha. José deu a Faraó no salão real a mesma resposta que deu a seus servos na prisão. “Não está em mim; Deus dará... uma resposta de paz” (v. 16; cf. 40:8). Foi essa humildade que possibilitou ao Senhor confiar a Joseph uma tremenda responsabilidade sem temer que isso o corromperia.
41:33–36 José aconselhou o faraó a reservar grãos durante os anos de fartura para que houvesse o suficiente durante os anos de fome. Seu plano era o que desde então foi chamado de “os celeiros sempre normais”.
41:37–46 Faraó ficou tão satisfeito que colocou José como o segundo em comando, nomeou-o para administrar o programa (v. 40), garantiu-lhe que sem seu consentimento ninguém faria nada (v. 44) e deu-lhe um novo nome, Zaphnath-Paaneah (v. 45a). O significado do nome é incerto. Alguns sugerem Salvador do mundo; outros dizem que provavelmente significa que Deus fala e Ele vive. Ele também deu Asenath, uma gentia, para ser a esposa de José (v. 45). Como Faraó poderia colocar um prisioneiro hebreu sobre a terra do Egito com base na interpretação de um sonho sem esperar para ver se era verdade? A resposta está em Provérbios 21:1: “O coração do rei está na mão do SENHOR.” A nata sobe à superfície. José foi o primeiro de muitos judeus piedosos a se destacar nos governos gentios. Ele tinha trinta anos quando começou este ministério (v. 46); vendido por seus irmãos (cf. 37:2).
41:47–52 A abundância dos primeiros sete anos foi tão grande que foi impossível manter um registro preciso. Foi durante esses anos que nasceram dois filhos a José - Manassés (fazendo esquecer) e Efraim (frutificando). Esquecendo-se dos erros cometidos contra ele, José tornou-se frutífero.
41:53–57 Quando chegaram os sete anos de fome, o povo faminto do Egito e de todos os países veio a José para comprar grãos. Aqui José é um tipo (símbolo) de Cristo, por meio de quem todas as bênçãos de Deus são dispensadas ao povo faminto desta terra. Foi a providência de Deus que trouxe José ao Egito para salvar seu povo da fome, mas também para isolá-los da poluição moral da terra de Canaã. O capítulo 38 ilustra o que estava acontecendo com os filhos de Israel em Canaã. O remédio de Deus foi removê-los para o Egito, onde seriam virtualmente separados dos pagãos (43:32).
Notas Adicionais:
41.8 Os magos (heb. hantummim, “escribas sagrados”) foram identificados, na Septuaginta, como “homens versados em assuntos de escrituras sagradas”. Empregavam a astrologia e outras práticas de ocultismo para adivinhar o futuro, bem como engendrar a interpretação de maravilhas e sonhos.41.16 Este misto de coragem e humildade se fazia necessário para dizer-se ao Faraó que Deus havia de proporcionar a resposta almejada para tão enigmático sonho, uma vez que, por aquele tempo, admitia-se que o mesmo Faraó seria divino. O que José estava declarando, na verdade, era o seguinte: “eu não posso fornecer a resposta exigida, pois sou apenas um homem como todos os demais; entretanto, há um Deus verdadeiro que é capaz de no-la revelar” (cf. vv. 25, 28, 32 com 38).
41.32 José, segundo o texto, está falando por inspiração profética. A ênfase está posta em Deus que é o governador e sustentador dos processos da natureza. Os períodos de abundância e de escassez faziam parte do plano maior que consistia em trazer o povo da aliança para o Egito, onde haveria de adquirir feição nacional própria.
41.33 Oferecendo a Faraó conselhos não exigidos, mais uma vez José revelava-se dotado da necessária autoridade para instar como profeta. Cumprir-lhe-ia falar, uma vez que o Senhor lhe tinha comunicado a mensagem. Tanto Faraó como seus oficiais, pagãos como eram, reconheceram o fator sobrenatural evidente naquela interpretação e naqueles conselhos oferecidos por José (38) Tal reconhecimento persuadiu Faraó a constituir a José como primeiro ministro sobre o Egito (“administrarás minha casa”, 40). O anel de selar equivalia à assinatura de Faraó; isto conferia a José o direito de promulgar leis confirmadas pelo selo real. O colar de ouro era usado como símbolo de honra conferido aos mais distintos heróis do reino.
41.43 Inclinai-vos é a tradução possível de uma palavra egípcia de significação desconhecida, mas que, provavelmente, seria equivalente a esta: “dai atenção”.
41.44 A elevação de José, por parte de um Faraó egípcio, à alta posição de primeiro ministro, provavelmente se explique pelo fato de que o pais estaria, então, sob o jugo dos hicsos, reis pastores de origem semita. Uma vez que também eram estrangeiros, não lhes acarretada tanto escrúpulo a elevação de alguém oriundo da mesma fonte racial àquele posto. O domínio dos hicsos teria durado de 1710 até 1570 a.C. José teria chegado ao Egito por volta do ano 1700.
41.45 A significação de Zafenate-panéia é desconhecida. Alguns eruditos têm admitido que seria “Sustentador da vida”. Alguns egiptólogos sugerem porém, esta outra significação: “Deus fala e ele vive” (isto é, filho recém-nascido).
41.46 José, àquela altura, teria passado já 17 anos no Egito.
41.51 Manassés (significa “que faz esquecer'), isto é, fazia esquecer tantas provações dos dias que se foram.
41.52 Efraim significa “fiel”. Tinha em vista a fidelidade da bênção que Deus concedera a José no Egito.
41.55 Encontra-se estreito paralelismo entre José e nosso Senhor em Jo cap. 6. 1) Como a fome impunha que o povo recorresse a José para evitar a morte, também os homens , necessitam de “verdadeiro pão do Céu” que é o remédio exclusivo contra a morte espiritual (cf. Jo 6.32-33); 2) A provisão divina é suficiente para que fiquem atendidas nossas necessidades mais prementes; 3) Quando nosso dinheiro (algo correspondente a nossas obras) falta, o Senhor passa a requerer de nós o que mais lhe importa: nós mesmos, com tudo quanto somos e temos, pois devemos realmente lhe pertencer de fato (cf. 47.15, 19).
41.56 Fome. Como era possível haver fome severa no próprio Egito (uma terra fértil e bem irrigada pelo rio Nilo)? Afirmam relatos, descobertos pela arqueologia que em duas ocasiões os seus habitantes foram forçados a cometer atos de canibalismo.
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