Efésios 1 — Interpretado por Paul Johnson

Efésios 1


1:1 “Os santos” também pode ser traduzido como “povo santo de Deus”, que significa “aqueles que foram separados.” Está relacionado com a palavra “santificado”, que significa “separado”. Quando o pecador confia em Cristo como seu Salvador, ele é tirado do “mundo” e colocado “em Cristo”. O crente está no mundo fisicamente, mas não é do mundo espiritualmente (João 17:14-16).

1:3b O assunto da riqueza era significativo para os leitores de Paulo, porque Éfeso era considerado o “banco” da Ásia. Um dos depositários de riquezas era o grande templo de Ártemis. Este magnífico templo foi uma das sete maravilhas do mundo antigo. Paulo estava escrevendo para pessoas que apreciavam grande beleza e riqueza. Com base neste tema, Paulo descreve a grande riqueza espiritual de cada crente em Cristo.

A riqueza (“todas as bênçãos espirituais”) está “nos lugares celestiais em Cristo”. O cristão realmente opera em duas esferas: a humana e a divina, a terrestre e a celestial, a visível e a invisível. Fisicamente, ele está na terra em um corpo humano, mas espiritualmente ele está sentado com Cristo na esfera celestial - e é essa esfera celestial que fornece o poder e a direção para a caminhada terrena.

1:4 Observe que Deus nos escolheu antes mesmo de criar o universo, de forma que nossa salvação é totalmente de Sua graça e não com base em qualquer coisa que nós mesmos tenhamos feito. Ele nos escolheu “Nele”, não em nós mesmos. E Ele nos escolheu com um propósito: “para sermos santos e irrepreensíveis”.

1:5 Na Bíblia, a predestinação é sempre “para” alguma coisa. A adoção tem um duplo significado, presente e futuro. Você não entra na família de Deus por adoção. Você entra em sua família pela regeneração, o novo nascimento (João 3:1–18; 1 Pedro 1:22–25). Adoção é o ato de Deus pelo qual Ele dá aos Seus “nascidos” uma posição adulta na família. É um privilégio de grande responsabilidade. O aspecto futuro da adoção é encontrado em Romanos 8:22, 23, o corpo glorificado que teremos quando Jesus voltar. Já temos nosso adulto diante de Deus, mas o mundo não pode ver isso. Quando Cristo retornar, esta “adoção privada” será tornada pública para que todos vejam!

1:8–10 Esta carta tem muito a dizer sobre o plano de Deus para Seu povo, um plano que não foi totalmente compreendido até mesmo nos dias de Paulo. A descrição do plano como “misterioso” não tem nada a ver com coisas que são sinistras. Isso significa que o plano é um “segredo sagrado, uma vez escondido, mas agora revelado ao povo de Deus”. Podemos compartilhar o segredo de que Deus um dia unirá tudo em Cristo.

1:11, 12 Em Cristo temos uma herança maravilhosa (1 Pd. 1:1–4) e em Cristo somos uma herança. Somos valiosos para ele. Pense no preço que Deus pagou para nos comprar e nos tornar parte de Sua herança! Deus, o Filho, é o presente de amor do Pai para nós; e nós somos o presente de amor do Pai para Seu Filho (João 17:6, 9, 11, 24).

1:15–18 Paulo desejava que os cristãos efésios entendessem a grande riqueza que possuíam em Cristo. Paulo sabia de sua fé e amor, e com isso ele se alegrou. A vida cristã tem duas dimensões - fé para com Deus e amor para com os homens - e você não pode separar as duas. Mas Paulo sabia que fé e amor eram apenas o começo. Os efésios precisavam saber muito mais. É por isso que ele orou por eles, para que recebessem o “Espírito de sabedoria” (v. 17) e para que os “olhos do [seu] entendimento [fossem] iluminados” (v. 18). Devemos notar dois fatos. Primeiro, a iluminação vem do Espírito Santo. Ele é o “Espírito de sabedoria e compreensão” (Is. 11:2) e, em segundo lugar, essa iluminação chega ao coração do crente.

1:17 O crente deve crescer em seu conhecimento de Deus. Conhecer a Deus pessoalmente é salvação (João 17:3). Conhecê-lo cada vez mais é santificação (Fp. 3:10). Conhecê-Lo perfeitamente é glorificação (1 Cor. 13:9-12). Visto que fomos feitos à imagem de Deus (Gênesis 1:26–28), quanto melhor conhecermos a Deus, melhor conheceremos a nós mesmos e uns aos outros. Não é suficiente conhecer a Deus apenas como Salvador. Precisamos conhecê-Lo como Pai, Amigo e Guia - e quanto melhor O conhecermos, mais satisfatória será nossa vida espiritual.

1:19–23 Ao nos tornar Sua herança, Deus mostrou Seu amor. Ao nos prometer um futuro maravilhoso, ele encorajou nossa esperança. Paulo ofereceu algo para desafiar a nossa fé: “a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos” (v. 19). Essa verdade é tão tremenda que Paulo recorreu a muitas palavras diferentes do vocabulário grego para transmitir seu ponto de vista: dunamis - “poder” como em dínamo e dinamite; energeia - “trabalhando” como em energia; kratos - “poderoso”; e ischus - “poder”.

1:19 Nós, cristãos, precisamos de poder por várias razões. Para começar, somos muito fracos por natureza para apreciar e nos apropriar dessa riqueza e para usá-la como deve ser. Existem inimigos que querem nos roubar nossas riquezas (v. 21; 6:11, 12). Nunca poderíamos derrotar esses inimigos espirituais em nosso próprio poder, mas podemos através do poder do Espírito. Paulo queria que conhecêssemos a grandeza do poder de Deus para que não deixássemos de usar nossa riqueza e para que o inimigo não nos privasse de nossa riqueza. O mesmo poder da ressurreição que nos salvou e nos tirou do cemitério do pecado pode nos ajudar diariamente a viver para Cristo e glorificá-Lo.

1:22, 23 Porque somos crentes, estamos na igreja, que é o corpo de Cristo - e Ele é a Cabeça. Isso significa que há uma conexão viva entre nós e Cristo. Por meio do Espírito, somos unidos a Ele como membros de Seu corpo. Isso significa que compartilhamos Sua ressurreição, ascensão e exaltação. (Paulo explicará isso mais tarde.) Nós também estamos sentados “nos lugares celestiais” (2:6), e todas as coisas estão sob nossos pés.