Comentário de Tiago 2:3

Vós, contudo, olhardes com favor para aquele que traja vestuário esplêndido e disserdes: “Toma este assento aqui, num lugar excelente” 

Ou, ‘queira sentar-se aqui’, talvez num dos lugares de maior destaque ou mais desejáveis. Tiago não condenou a própria cortesia, mas que se dava atenção ou deferência especial a alguém apenas porque parecia ser pessoa de destaque ou rica.

E disserdes ao pobre: “Fica de pé”, ou: “Toma aquele assento ali, abaixo do meu escabelo”

Era acolhido com frieza, dizendo-se-lhe, na realidade: ‘Fique por lá, ou sente-se no chão, junto ao meu escabelo.’ (Sentar-se no chão, com as pernas cruzadas, era uma posição oriental comum; os que tinham maior destaque amiúde tinham cadeiras, bancos, e assim por diante.) O pobre não era considerado digno de qualquer atenção especial, tal como se concedia ao rico. Alguns acham que se faz aqui referência a alguém de responsabilidade na congregação, um ancião ou “diácono”, falando com o rico e com o pobre, especialmente por se fazer referência ao “escabelo”. Naturalmente, não temos hoje nenhum testemunho direto sobre como eram os locais de reunião dos cristãos no primeiro século. Mas, o fato de Tiago iniciar esta parte com a expressão “meus irmãos” e usar o plural em toda a parte, pode dar peso a que o exemplo de Tiago se aplica a todos os membros da congregação em geral. Mas a congregação agia como os fariseus, que desprezavam o povo comum como sendo ‘gente da terra’. Os fariseus argumentaram a respeito daqueles que escutavam Jesus: “Será que um só dos governantes ou dos fariseus depositou fé nele? Mas esta multidão, que não sabe a Lei, são pessoas amaldiçoadas.” (João 7:48, 49)