Interpretação de 2 Crônicas 32
2 Crônicas 32
32:1. Depois
destas coisas. Em 715 A.C.
Asdode e outros estados da Palestina rebelaram-se contra a Assíria. Foram
instigados por Sabaca, da Vigésima Quinta Dinastia do Egito (isto é, “Sô”, II
Reis 17:4) e Marduque-Pal-Idina da Babilônia (veja comentário sobre II Cr.
32:25, 31). Mas em 711 A.C. Asdode foi dominado novamente, Ezequias se submeteu
à vontade de Deus (Is. 20), e Sargão II, o monarca assírio, intitulou-se “o
dominador de Judá que está situada bem distante” (cons. Is. 10:28-32; Mq. 1:9).
Isto aconteceu no décimo quarto ano de Ezequias, calculado a partir da
conhecida ascensão de seu filho Manassés em 696* A.C. Mas com a morte de Sargão
em 705, Ezequias deixou-se envolver em conspirações com o Egito (Is. 30:1-5;
31:1-3). Ele ignorou o conselho de Isaías e assumiu a liderança da revolta
ocidental contra a Assíria, e até aprisionou Ecrom, o rei filisteu, que se
recusou a cooperar (II Reis 18: 8). Então em 701 Senaqueribe, o filho de
Sargão, entrou em Judá. Esses dois ataques foram resumidos sem
especificações em II Reis 18:13. Compare com a descrição em II Cr. 32:24-26 da
enfermidade de Ezequias em 711 A.C. depois da narrativa, nos versículos 1-23,
da invasão de Senaqueribe em 701 A.C. Senaqueribe acampou-se contra as cidades
fortificadas e intentou apoderar-se delas. E o conseguiu, exceto Jerusalém (II
Reis 18:13; Is. 36:1).
4. Taparam . . .
o ribeiro. Provavelmente o
Giom (v. 30, observação).
5. . . .
restaurou todo o muro . . . fortificou Milo (veja coment. sobre I Cr. 11:8). Seus esforços,
contudo, foram criticados por Isaías (Is. 22: 9, 10), porque Ezequias
desobedeceu a Deus (Is. 22:11) confiando no braço do Egito (Is. 30:7; 31:1-3;
cons. II Cr. 16:2-9; 25:6, observações) mais do que no Senhor (Is. 30:15, 16).
Como resultado, Senaqueribe se vangloria que “aprisionou (o rei) como um
pássaro engaiolado em Jerusalém”. E Ezequias se viu forçado a capitular e pagar
imensa indenização a Senaqueribe, incluindo o próprio ouro com o qual ele
adornara o Templo no começo do seu reinado (veja comentário sobre II Cr. 29:3;
II Reis 18:14-16). Estes fatos são admitidos sem comentários em Crônicas mas
são confirmados detalhadamente pelos anais do próprio Senaqueribe, com o
acréscimo de informações sobre a deserção das tropas mercenárias árabes de
Ezequias, e a libertação do rei Ecrom que se achava preso em Jerusalém e sua
volta ao poder. Senaqueribe proclama ainda ter aprisionado 200.000 pessoas em
Judá, o que explica as subseqüentes mensagens de Isaías de conforto à vista de
um pau arruinado (Is. 40:1) e de esperança para o seu povo deportado (Is. 43:6,
7).
9. Depois disto. Isto é, depois que Ezequias submeteu-se
ao tributo estipulado. Os anais de Senaqueribe, com diplomacia compreensível,
nada dizem do que aconteceu além deste ponto. Mas o rato é que o traiçoeiro
assírio renovou então suas exigências para arrasar com Ezequias. Sitiava
Laquis, 42,23kms a sudoeste de Jerusalém e enviou os sem servos, inclusive
o “tartã”, seu representante militar a Jerusalém. Mas a insolência da
mensagem que se segue (cons. II Reis 18:17-25) justificou a comovedora
esperança expressa por Ezequias (II Cr. 32:7, 8; cons. v. 11).
12. Não é
Ezequias . . . que tirou os seus altos. .. ? Senaqueribe esperava aproveitar-se de qualquer
insatisfação popular com as reformas de Ezequias (31:1).
14. Mais pertinente foi sua blasfêmia contra
Jeová, dizendo-o tão incapaz de livrar como os falsos deuses das nações
daquelas terras já conquistadas pela Assíria (cons. v. 19; Is. 10:15).
16. Seus servos falaram
ainda mais (vs. 18, 19), conforme registrado em II Reis 18:27-35.
17. Escreveu
também cartas, tendo precisado
recuar suas tropas para enfrentar o avanço do exército egípcio comandado por
Tirraca, o irado mais jovem de Sabaca e mais tarde Faraó (cons. II Reis 19:
9-13).
20. Ezequias e Isaías
. . . oraram. Veja em II Reis
19:1-7,14-34 essas orações comovedoras e vibrantes declarações de fé.
21. Um anjo ...
destruiu a todos os homens valentes ... da Assíria, 185.000 homens numa só noite. Tem-se
sugerido que uma praga transmitida por ratos tenha derrubado os assírios. Esta
teoria se baseia em uma lenda egípcia que diria que Ezequias devia sua vitória
sobre Senaqueribe aos ratos que roeram o equipamento assírio (Heródoto, Histories
II. 141). Mas a intensidade do desastre aponta para um agente sobrenatural.
Este acontecimento pode igualar-se à travessia de Israel no Mar Vermelho como
grande exemplo histórico da intervenção divina para salvar o Seu povo. Voltou
para sua terra e foi morto (II Reis 19:35 -37).
24. Naqueles
dias. Quinze anos antes de sua morte (II Reis
20:6), ou 711 A.C., seu décimo quarto ano. Então orou (cons. 16:12,
observação; II Reis 20: 2, 3). “A oração da fé salvará o enfermo” (Tiago 5:15).
Que lhe falou (II Reis 20:4-6) e lhe deu um sinal confirmatório,
o milagre da sombra que retrocedeu (II Reis 20:8-11).
25. Pois o seu
coração se exaltou. Veja
comentário sobre verso 31. Pelo que houve ira. A ameaça que Isaías
recebeu do subseqüente exílio para a Babilônia (II Reis 20:16-18; cons. Mq.
3:12).
26. Ezequias,
porém, se humilhou, de
modo que a ira . .. não veio ... nos (seus) dias. Veja lI Reis
20:19; Is. 39:8.
30. Para fornecimento permanente de água
dentro dos muros de Jerusalém, Ezequias tapou o manancial superior das águas
de Giom, canalizando-o por 515,78ms através de rocha sólida. Em 1880, a
arqueologia confirmou esta realização engenhosa com o descobrimento da
dedicatória em antigo hebraico, “inscrição de Siloam”, feita pelos próprios
engenheiros que construíram o túnel.
31. Os
embaixadores . . . de Babilônia foram
enviados por Marduque-Pal-Idina (o Merodaque-Baladã de Is. 39:1,2; cons. II
Reis 20: 12, 13), não apenas para se informarem da enfermidade de Ezequias e
sobre o milagroso sinal de seu restabelecimento, mas também, presumivelmente,
para tratar de medidas práticas a serem tomadas contra o ataque de Sargão em
711 A.C. A embaixada serviu assim para prová-lo quanto a sua relativa
confiança em Deus ou nos homens. O fato da prova ter demonstrado que Ezequias
confiava mais nestes últimos foi a causa da ira de Isaías (v. 25).
32. A visão do
profeta Isaías . . . no livro dos reis. Isaías 36-39 foi incorporado à fonte comum da qual
Reis e Crônicas foram extraídos (cons. Introdução, Autoria).
33.
Na subida para os sepulcros pode identificar alguma
posição mais elevada, usada depois que as sepulturas inferiores já estavam
todas ocupadas.
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