Provérbios 23 — Análise Bíblica

Provérbios 23

Provérbios 23 fornece sabedoria prática sobre vários aspectos da vida, da ética e do comportamento humano. Enfatiza a importância do autocontrole, da disciplina, da moderação e do temor do Senhor. O capítulo também alerta contra comportamentos destrutivos, como o excesso de indulgência e o adultério, ao mesmo tempo que incentiva a escuta atenta e a busca pela sabedoria. Defende a justiça e a compaixão, especialmente para os vulneráveis da sociedade.

Análise

No capítulo 23, os sábios tratam da questão da cobiça. Primeiro, falam de como ela se manifesta quando alguém faz uma refeição com um governante (23:1-3). A cobiça também pode manifestar-se no desejo excessivo de enriquecer (23:4-5). A sabedoria tem consciência de que a riqueza é instável, pode criar asas como um pássaro e desaparecer. O desejo de iguarias pode gerar problemas, daí a lembrança para controlar o apetite ao se fazer uma refeição com o invejoso, da mesma forma que se deve exercer autocontrole ao comer com o rei (23:6-8). O conselho sábio de 23:9 é repetido na instrução de Jesus para não lançar pérolas aos porcos (Mt 7:6). Notamos que 23:10-11 remete a 22:28. Algo que merece ênfase é a proteção do Senhor. Como em 22:22-23, o Vingador (ou “Defensor”, RC) dos órfãos é forte e lhes pleiteará a causa contra ti. Na sequência, encontramos outro conjunto de provérbios que focalizam a importância de obter sabedoria. Eles come­çam com uma instrução para os aprendizes se concentrarem e ouvirem (23:12). Com referência a 23:13-14, cf. os comentários sobre 13:24 e 19:18. Mais uma vez, como nos capítulos 1-9, o mestre sábio chama o aprendiz de filho meu (23:15; cf. tb. 23:19,26; 24:13). Observe o gosto com que ele o incentiva a aplicar o ensino (23:15-16). Admoesta o aprendiz a não ter inveja dos pecadores, mas a perseverar no temor do Senhor [...] todo dia (23:17), porque deveras haverá bom futuro (23:18). Depois de mais uma exortação para ouvir (23:19), o mestre informa ao aprendiz que não há nada para invejar na vida dos pecadores (23:20-21). O provérbio seguinte trata do relacionamento do aprendiz com seus pais (23:22,25; cf. tb. 1:8; 6:20). Compra a verdade e não a vendas; compra a sabedoria são conselhos que já ouvimos antes (23:23; cf. tb. 4:7).

O filho que dá ouvidos a essas instruções é, de fato, motivo de orgulho para os pais (23:24-25). Na sequência, o mestre adverte o jovem acerca de duas tentações: prostitutas e bebidas alcoólicas. Ele começa com a admoestação: Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos (23:26) e prossegue falando sobre a prostituta, mencionada em passagens anteriores, especialmente nos capítulos 1 a 9 (23:27-28). A questão da bebida também não é assunto novo (23:20-21), mas aqui o mestre trata desse tema em mais detalhes (cf. 23:29-35). Ele começa em 23:29 com uma série de perguntas, um tipo de enigma, para o qual fornece a resposta em 23:30. Segue-se uma instrução clara em 23:31, enquanto 23:32 descreve as consequências da desobediência. Em 23:33-34, vemos uma representação vivida de uma pessoa embriagada e, por fim, ouvimos as palavras do bêbado em 23:35. Ross resume a passagem do seguinte modo: “O sábio apresenta um retrato vivido daquele que bebe demais: fala sem parar, provoca discussões e brigas, intoxica seu corpo com álcool, tem olhos vermelhos, perde o controle, mostra-se confuso e, incapaz de falar com clareza, imagina coisas e fica entorpecido” (EBC)


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