Provérbios 25 — Análise Bíblica

Provérbios 25

Provérbios 25 fornece sabedoria prática sobre vários aspectos da vida, da ética e do comportamento humano. Enfatiza o valor da paciência, autocontrole, generosidade e honestidade. O capítulo sublinha consistentemente a importância de manter uma boa reputação e as consequências negativas de comportamentos destrutivos, como fofocas e falta de confiabilidade. Ele incentiva os leitores a seguir uma vida caracterizada pela sabedoria, integridade e bondade.

25:1—29:27 Provérbios transcritos pelos homens de Ezequias

Inicia-se aqui outro conjunto de provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá (25:1). Os capítulos 25 a 27 apresentam uma miscelânea de provérbios semelhantes aos de 10:1 a 22:16, apesar de seus ditos serem, em geral, mais longos. Os provérbios dos capítulos 28 e 29 costumam ser mais curtos e, portanto, mais parecidos com os de 10:1 a 22:16 tanto em forma quanto em conteúdo. 25:2-28 O capítulo começa com ditos sobre reis (25:2-7). O provérbio antitético em 25:2 contrasta a glória de Deus e a glória dos reis: encobrir as coisas e esquadrinhá-las (cf. tb. 20:8), respectivamente. Atkinson comenta: “Faz parte das atribuições do rei esquadrinhar os detalhes de uma questão a fim de julgar e tomar decisões com sabedoria, sem desconsiderar, contudo, o mistério dos caminhos de Deus” (25:2) (BST). Apesar de a glória dos reis consistir em sondar questões, o coracão dos reis é insondável (25:3).

O texto em 25:4-5 usa o exemplo da purificação do metal para ilustrar a ordem de remover o perverso da presença do rei e, desse modo, firmar seu trono [...] na justiça (cf. tb. 16:12; 29:14). O conselho subsequente é dirigido aos membros da corte do rei (25:6-7; cf. tb. Lc 14:7-10). Não obstante a necessidade de haver uma testemunha ocular para depor no tribunal, ninguém deve apressar-se em testemunhar contra o seu próximo, pois pode entrar em apuros (25:8). Semelhantemente, não se deve descobrir o segredo de outrem no calor de uma discussão. Quem o faz, pode prejudicar sua própria reputação para o resto da vida (25:9-10). A palavra dita a seu tempo, pelo contrário, é como um belo ornamento, apropriado em seu contexto (25:11-12). Dando continuidade ao tema da fala, 25:13 descreve o efeito revigorante do mensageiro fiel (cf. com 10:26; 13:17). Por outro lado, o homem que se gaba de dádivas que não fez é como nuvens e ventos que não trazem chuva (25:14). A longanimidade [...] e a língua branda podem remover obstáculos aparentemente intransponíveis (25:15; cf.tb. 15:1; 16:14). Em 24:13, o mel simboliza a sabedoria, mas em 25:16-17 ele é usado para destacar outro ponto (cf. tb. 25:27). O excesso de qualquer coisa, até mesmo de mel, pode ser desagradável. Um provérbio tigrigna expressa esse fato: Me ’ar entebezhes yimerir (“Quando há mel demais, ele se toma amargo”). Os dois versículos seguintes contêm provérbios de comparação: 25:18 mostra o perigo de levantar falso testemunho e provavelmente deve ser considerado em conjunto com 25:9-11. O provérbio subsequente ressalta que a confiança no desleal, no tempo da angústia, é tão inútil quanto o dente quebrado e o pé sem firmeza (25:19).

Quando surge a necessidade, não cumprem seu propósito. A pessoa descrita em 25:20 é absolutamente insensível, pois entoa canções para alguém com o coração aflito. A mesma ideia é expressa no provérbio oromo (etíope) que diz: Of argaan/nama hinargu (“Quem olha para si mesmo não vê os outros”), ou seja, a pessoa egocêntrica não se preocupa com ninguém além de si. Observamos grande contraste na bondade da pessoa descrita no provérbio seguinte, a qual paga o mal com o bem (25:21-22; cf. tb. Rm 12:19-20). Outro provérbio comparativo, 25:23 indica a certeza de que a língua fingida provocará um rosto irado. Com referência a 25:24, ver os comentários sobre 21:9. O restante do capítulo traz outros provérbios de comparação que usam imagem de água e comida. O primeiro declara, acertadamente, que as boas-novas vindas de um país remoto são como água fria para o sedento (25:25). Há nítido contraste entre a água potável e refrescante e a água poluída que simboliza os crentes que não praticam o que professam (25:26). O provérbio seguinte volta a se referir ao mel, mas seu significado não é claro. Parece dizer que, apesar de a honra ser algo bom, como o mel, a busca exagerada por honra para si mesmo é tão desagradável quanto o excesso de mel (25:27). O indivíduo sem autocontrole é vulnerável (25:28)

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