Provérbios 27 — Análise Bíblica

Provérbios 27

Provérbios 27 fornece sabedoria prática sobre vários aspectos da vida, dos relacionamentos e do comportamento humano. Enfatiza a humildade ao considerar a incerteza do futuro, o valor da comunicação aberta e honesta nas amizades, a importância da gestão responsável e o impacto do nosso caráter nas nossas ações. O capítulo também alerta contra emoções destrutivas, como raiva e ciúme, ao mesmo tempo que destaca os benefícios do elogio e da amizade genuína.

Análise

27:1-27 Precisamos viver um dia de cada vez (27:1). Jesus falou sobre o mesmo assunto, mas substituiu não te glories por “não vos inquieteis” e o que trará à luz pela referência a inquietação e cuidados (Mt 6:34). Os versículos seguintes falam de emoções. Primeiro, vem o orgulho e a admiração própria, duas atitudes destoantes com a conduta de quem teme ao Senhor (27:2). Em seguida, o autor fala do pesado fardo imposto pela necessidade de reagir corretamente à ira do insensato (27:3). Por fim, apresenta a inveja como uma força mais destruidora que o furor incontido (27:4; cf. tb. 6:34-35). O texto em 27:5-6 ensina que melhor é a repreensão franca do amigo do que o amor encoberto e os beijos [...] enganosos do inimigo. O inimigo pode esconder suas verdadeiras intenções por trás de uma demonstração de afeição (como quando Judas traiu Jesus; Mt 26:47-49). O verdadeiro amigo não permanecerá calado, mas, quando necessário, repreenderá ou mostrará o erro. Para quem está satisfeito, até as coisas mais doces causam aversão; para o faminto, porém, até o amargo é doce (27:7).

Em 27:8, o homem que anda vagueando longe do seu lar é comparado a uma ave que vagueia longe do seu ninho. De acordo com a interpretação de Ross, “quem vagueia fica desprovido da segurança de seu lar e não pode mais contribuir para a vida comunitária” (EBC). Trata-se de uma questão contundente, tendo em vista o grande número de refugiados em nosso continente e o fato de que a maioria dos refugiados do mundo é proveniente da África! Beleza, alegria e confiabilidade na verdadeira amizade são os temas em 27:9-10. As amizades devem, portanto, ser cultivadas com carinho. O filho sábio é, sem dúvida, motivo de alegria e orgulho para seu pai (27:11; cf. tb. 10:1; 15:20; 17:21; 19:13; 23:22-25; 29:3). Com referência a 27:12, ver comentário sobre 22:3, e, com referência a 27:13, ver comentário sobre 20:16. Por que o mestre sábio interpreta como maldição o ato de quem bendiz ao seu vizinho em alta voz, logo de manhã (27:14)? Kidner observa: “Não se trata apenas do conteúdo de suas palavras, mas do modo, da ocasião e do motivo pelo qual as profere” (TOT).

Ross concorda, mas acrescenta que bênção e maldição também podem “referir-se à adulação em alta voz de um hipócrita que se esforça para dar a impressão de piedade e amizade, mas é considerada maldição por quem o ouve” (EBC). A mulher briguenta descrita em 27:15-16 aparece em várias passagens anteriores (p. ex., 21:9). De acordo com 27:17, a crítica construtiva entre amigos constrói o caráter. As recompensas do trabalho honesto e do bom serviço são enfatizadas em 27:18. O ensino em 27:19 é que, ao servir de espelho, a água reflete apenas a aparência exterior, mas o verdadeiro ser se encontra em seu interior. Sabemos por experiência que os desejos humanos nunca são satisfeitos (27:20; cf. tb. 30:15-16). O anseio por louvor é um de nossos desejos insaciáveis, e o modo de lidarmos com o louvor é uma prova de nosso caráter (27:21; cf. tb. 17:3). Um bom exemplo é I Samuel 18:7, em que “a proporção de louvores repartidos entre Saul e Davi [...] lançou os dois homens no crisol” (TOT). 0 crisol pode separar os contaminantes de metais puros como ouro e prata, mas não há como separar o insensato de sua estultícia (27:22). Como indicamos anteriormente em relação à figueira (27:18), quem cuida bem do rebanho desfrutará seus benefícios (27:23-27). O proprietário que se esforça para dar aos seus animais a forragem necessária poderá vendê-los e prover para si mesmo e sua família (27:26)

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