Provérbios 26 — Análise Bíblica

Provérbios 26

Provérbios 26 fornece sabedoria prática sobre vários aspectos da vida, da ética e do comportamento humano, com foco particular nas características e consequências da loucura e da tolice. Adverte contra maldições imerecidas, enganos e conflitos, e enfatiza a importância da comunicação verdadeira e da rejeição de comportamentos tolos. O capítulo incentiva os leitores a buscarem a sabedoria e a evitarem as armadilhas associadas à tolice.

Análise

26:1-28 Os doze primeiros versículos desse capítulo, talvez com exceção de 26:2, tratam dos insensatos. O primeiro versículo afirma que a honra não convém ao insensato, pois é tão inapropriada quanto a neve no verão e como a chuva na ceifa (26:1). Outra prática inapropriada é citada em 26:2: a maldição sem causa não se cumpre. Provérbios 26:3 é uma rima curta sobre formas de controlar animais de carga e inclui os insensatos. (Ao comentar anteriormente sobre 10:13, Kidner chama o insensato de “mula de Deus”.) Parece que 26:4 e 26:5 caem em contradição e causam perplexidade em muitos estudiosos. “Os rabinos [...] solucionaram-na ao afirmar que o v. 4 se refere a coisas seculares, e o v. 5, a controvérsias religiosas [...] em questões insignificantes, o melhor é simplesmente ignorar o insensato; em questões importantes, porém, é preciso lidar com ele, pois, de outro modo, alguém poderá dar crédito ao que ele diz” (EBC).

Enquanto 25:13 tratou da bênção de ter uma mensagem confiável, 26:6 adverte que enviar mensagens por intermédio do insensato é como cortar os pés e sofrer dano (“ou beber veneno”, NVI). Imagine amputar um membro ou beber veneno em consequência da transmissão incorreta da mensagem de alguém! Até mesmo o provérbio sofre na boca dos insensatos (26:7). De acordo com 26:1, “a honra não convém ao insensato”, e 26:8 parece dar o motivo: ela é jogada fora como o que atira pedra preciosa num montão de ruínas. Semelhantemente, 26:9 talvez justifique o comentário em 26:7. O insensato usa o provérbio sem nenhum escrúpulo e, em vez de transmitir sabedoria, fere outros. Seguindo a mesma linha, quem assalaria os insensatos e os transgressores é comparado a um flecheiro que a todos fere (26:10). Os cães eram desprezados na cultura hebraica, e o insensato é tão repulsivo e absurdo quanto um cachorro que volta para comer seu próprio vômito (26:11). Existe, contudo, alguém pior do que o insensato! É a pessoa tão certa de ter todas as respostas a ponto de se negar a aprender com outros (26:12). Existe uma semelhança entre essa pessoa e o preguiçoso infame com suas muitas desculpas (26:13), indolência (26:14-15) e falsa imagem de si mesmo (26:16) que se julga, equivocadamente, mais sábio do que todas as outras pessoas. A insensatez de quem se mete na briga de outros é destacada em 26:17.

Na sequência, vemos alguém que engana seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira (26:18-19). É comparado a um louco que lança fogo, flechas e morte. Os versículos restantes do capítulo tratam de palavras maliciosas. Mexeriqueiros e briguentos instigam discórdias (26:20-21). Com referência a 26:22, ver 18:8. O homem de lábios amorosos e coração maligno é enganoso. Pode parecer agradável, mas a sua malícia se descobrirá publicamente (26:23- 26). Quem trama o mal cai em sua própria armadilha (26:27). Kidner interpreta 26:28 da seguinte forma: “0 cerne da questão (26:20-28) é apresentado em 26:28 com o fato de que o engano, quer magoe, quer acalme, constitui uma demonstração prática de ódio, uma vez que a verdade é vital e o orgulho é fatal para as decisões corretas” (TOT; cf. tb. 27:6)

Índice: Provérbios 1 Provérbios 2 Provérbios 3 Provérbios 4 Provérbios 5 Provérbios 6 Provérbios 7 Provérbios 8 Provérbios 9 Provérbios 10 Provérbios 11 Provérbios 12 Provérbios 13 Provérbios 14 Provérbios 15 Provérbios 16 Provérbios 17 Provérbios 18 Provérbios 19 Provérbios 20 Provérbios 21 Provérbios 22 Provérbios 23 Provérbios 24 Provérbios 25 Provérbios 26 Provérbios 27 Provérbios 28 Provérbios 29 Provérbios 30 Provérbios 31