Interpretação de Isaías 18, 19 e 20

Isaías 18

Sentença V. A Queda e Conversão da Etiópia. 18:1-7.
Sob a liderança de Pianqui, os etíopes estabeleceram a Vigésima Quinta Dinastia no Egito, e Sabaca, o filho de Pianqui (chamado "Sô" em II Rs. 17:4) encorajou Oséias de Israel na última revolta infrutífera contra a Assíria. Sabaca também se aliou a Merodaque-Baladã da Babilônia, e foi mais tarde um incentivo para Ezequias se rebelar contra Senaqueribe, que finalmente esmagou as forças etíope-egípcias em Elteque, em 701. Tirraca, o sobrinho de Sô, dirigiu um novo esforço egípcio, mas foi finalmente esmagado por Assurbanipal em 567.
7. Aqui os etíopes são identificados como oriundos da terra onde o Nilo Azul se ajunta ao Nilo Branco – cuja terra os rios dividem – sendo de estatura alta e de pele lisa. Eles seriam podados como ramos, diz o profeta, e suas carcaças cairiam na batalha para serem consumidas pelos abutres. Contudo, algum dia, os etíopes prestariam o seu tributo a Deus e viriam a Sião como verdadeiros crentes.

Sentença VI. As Aflições do Egito. 19:1 - 20:6.

Isaías 19

A. A Subjugação do Egito. 19:1-25.
1-10. Isaías apresenta as aflições da guerra civil, da conquista assíria, da seca e da devastação que sobreviria ao Egito nas próximas décadas. Jeová demonstraria Sua soberania para descrédito dos falsos deuses do Egito. A guerra civil começaria através da Dinastia Líbia (XXII) entrechocando-se com os etíopes e com os saítas da Dinastia XXIV, e assim loucamente prepararia o caminho através do mutuamente destrutivo conflito para a cruel subjugação de todos por Esaradom da Assíria (v. 4). Isto aconteceria em 671, e o governo assírio duraria dezenove anos. A ruína economia do Egito ficaria assegurada por uma seca prolongada e terrível (vs. 5, 6), na qual o Nilo não transbordaria.
7. A relva que está junto ao Nilo. Portanto não haveria peixes para pescar nem linho para fiar.
10. Grandes (fundamentos, E. R. C.). Antes, tecelões. Portanto, traduza-se: E seus tecelões serão esmagados, todas os jornaleiros andarão de alma entristecida.
11-15. Os egípcios se orgulhavam de serem o povo mais sábio e mais culto. Mas se comprovariam ser totalmente loucos e incapazes ao se depararem com os futuros golpes da tragédia e seus líderes conflitantes os levariam à ruína.
13. Zoã ou Tanis era uma capital no norte perto das fronteiras do Sinai. Mênfis ficava mais ao sul no ápice do Delta.
15. Todas as camadas sociais seriam lançadas em estado de desemprego e necessidade.
16-25. Mas Deus ainda tinha um brilhante futuro guardado até mesmo para esta terra excessivamente pagã. Em primeiro lugar, os egípcios tremeriam diante do poder terrível do Deus de Israel quando Ele os julgasse, especialmente quando os exércitos vingadores de Nabucodonosor invadissem sua terra em perseguição aos judeus que ali se refugiassem (cons. Jr. 46:24-26). Então eles reconheceriam que Jeová intervirá na história. Mais tarde, os imigrantes judeus exerceriam uma influência poderosa sobre o Egito. Estabeleceriam colônias judias consideráveis em pelo menos cinco das cidades egípcias, uma das quais seria Heliópolis.
18. A palavra Heliópolis, "Cidade do Sol", aqui foi deliberadamente alterada, em um jogo de palavras, traduzindo-se para cidade da destruição. Haveria até um altar erguido para Jeová no Egito (v. 19; levantado por um sacerdote chamado Onias no refilado de Ptolomeu VI), como um penhor da posterior conversão de egípcios ao cristianismo. Deus lhes enviaria um salvador (Alexandre, o Grande) para libertá-los dos seus opressores persas, como garantia desse Salvador divino que os libertaria do governo de Satanás. 21-22. Provavelmente uma referência à cristianização da terra.
23-25. Uma previsão do relacionamento harmonioso a ser estabelecido pela expansão do Evangelho por todas as terras do Crescente Fértil antes da conquista maometana. E isto, por sua vez, não passa de um vislumbre dessa paz final e mais duradoura que será estabelecida entre o Oriente e o Ocidente no tempo do Messias.

Isaías 20
B. O Egito Será Dominado pela Assíria. 20:1-6.
Este oráculo foi provavelmente revelado um pouco depois daquele do capítulo 19, pois desenvolve a predição feita em 19:4. Pelo menos, ficou claro o ano exato do cumprimento da profecia. Foi em 711 A. C. quando o Rei Sargão enviou Tartã (v. 1; tartanu em acadiano), seu "principal general", para tomar a cidade filistéia de Asdode. Azuri, rei de Asdode, foi deposto (de acordo com os Anais de Sargão), e uma revolta iniciada por Iatna foi abafada. Esta profecia sobre a desgraça e derrota do Egito foi feita cerca de quarenta anos antes da Conquista Assíria. O Egito mereceu severo castigo porque pretendeu servir de libertador de Israel e lhe fez promessas que não foi capaz de cumprir, desviando os hebreus de uma confiança integral em Deus somente.