Interpretação de Isaías 6

Interpretação de Isaías


Isaías 6

A. A Visão de Deus em Sua Santidade. 6:1-4.
A morte de Uzias em 740 ou 739 A. C. marcou a passagem de uma idade de ouro, de vigor espiritual em Judá (pelo menos até que o rei pecasse por presunção dez anos antes de sua morte); e Acaz, seu neto incrédulo, talvez já exercesse alguma influência no governo de Jotão. Para o desanimado profeta, ao se ajoelhar em oração no Templo em Jerusalém, o Senhor concedeu uma visão transformadora de Sua glória . Assim ele assegurou a Isaías que, apesar da aparente vitória da maldade sobre a terra, o Senhor Jeová continuava reinando onipotente sobre o Seu trono celestial, adorado pelos poderosos anjos celestiais (simbolicamente representados pelos querubins de seis asas). Até os alicerces do Templo terrestre tremeram sob o estrondo do coro angelical, e o santuário se encheu de fumaça do incenso da oração de adoração.
B. Confissão, Purificação e Santificação. 6:5-7.
Como poderiam os lábios impuros repetir o hino angélico? Sua consciência pesava sob o sentimento de uma fraqueza e fracasso pessoais. Ele nada mais podia fazer que confessar a sua incapacidade e condição decaída. Mas a graça redentora de Deus apressou-se em atender à sua necessidade, aplicando aos seus lábios uma brasa do altar do incenso (originalmente do altar do holocausto; cons. Lv. 16:12). Isaías foi assim purificado e equipado para o louvor, a oração intercessória e proclamação da palavra de Deus.
C. Resposta e Comissionamento do Crente Submisso. 6:8-13.
Cada crente é salvo para servir; ele é, ipso facto, uma testemunha divina desde o momento da conversão. Mas observe que Isaías foi convidado por meio da pergunta: Quem há de ir por nós? (v. 8). Deus só pode usar serviço espontâneo e cheio de amor. Ao lado da tripla exclamação “Santo” de 6:3, esta referência feita a nós talvez aponte para a pluralidade trinitária que há em Deus (embora possa também incluir os anjos como associados a Deus em ponto de vista e propósito comuns). Isaías foi desse modo comissionado a pregar a mensagem de Deus fiel e destemidamente, embora o seu ministério pudesse resultar em rejeição e aparente fracasso.
9. Traduza isto, como exige a sintaxe hebraica: Continue ouvindo e continue vendo. Tendo sido prevista a rejeição da mensagem de Isaías por Israel, ela já seria como se não tivesse sido ouvida. E a sua falta de vontade em lhe dar ouvidos resultaria em cegueira judicial dos seus corações. (Por amor da clareza sua resposta negativa está no modo imperativo, embora é claro que o profeta não teria citado essas palavras exatas ao se dirigir ao povo.)

13. Todavia seu trabalho não seria em vão, pois após a total destruição da invasão caldaica aqui profetizada (resultando em completa despovoação da tona), a declina parte da população deportada de Judá retomaria – tomará (pois é assim que este verbo deveria ser traduzido à vista do significado do nome do filho de Isaías, Shear-jashub Um-resto-volverá – no próximo capítulo). Isto é, um restante retornaria à Palestina pela fé, confirmando nos promessas divinas de estabelecê-los. Contudo, até esse remanescente. seda consumido pela invasão e pela guerra (notadamente no tempo de Antíoco IV da Síria). Israel só se perpetuaria pela fidelidade de um remanescente ainda menor, a santa semente, que brotaria do toco da derrubada árvore de Judá. (O terebinto e o carvalho são especialmente sujeitos à produção de tais brotos em seus tocos.) 

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