Interpretação de Isaías 27 e 28
Isaías 27
Sermão IV. Os
Opressores Serão Punidos mas o Povo de Deus Preservado. 27:1-13.
1. O dragão. Uma criatura
simbólica (refletindo os mitos dos semitas pagãos), representando o mundo
arrogante e turbulento em revolta contra Deus. Mais particularmente representa
os sucessivos impérios mundiais do Egito, da Assíria (associados com o Tigre de
águas ligeiras) e da Babilônia (associada com o Eufrates serpenteante).
2. No final dos
tempos haverá ocasião para uma bendita contraparte do fúnebre Hino da Vinha de
Isaías.
5. Israel redimido
constituirá uma vinha que o Deus santo devidamente protegerá contra os seus
inimigos.
4. Leia-se de
acordo com a Versão Berkeley: Não há indignação em mim. Quem me dera
encontrar espinheiros e abrolhos (nela), para repeli-los e queimá-los
totalmente.
5. Que . . . se
apoderem. Até
mesmo um espinheiro, isto é, um inimigo do povo de Deus, terá oportunidade de
receber o perdão e a graça.
6. Dias virão
em que Jacó lançará raízes . . . Quando se fala de Israel enchendo a
terra com frutos, a referência é à expansão do Cristianismo (que é a fé do
verdadeiro Israel de Deus).
7-12. Deus revela o
Seu plano para o futuro de Israel: sobrevivência através da provação;
purificação pelo sofrimento; e destruição para todos os seus inimigos.
Traduza-se o versículo 7 de acordo com Delitzsch: Ele a feriu (isto é,
Israel) como fere o seu feridor, ou foi ela morta como morreram aqueles que
Ele matou? Isto é, Deus feriria Israel apenas para castigá-la; Ele feriria
seus inimigos para destruí-los para sempre. Leia-se o versículo 8 (Berkeley): Expulsando-a,
mandando-a embora, Ele contendeu com ela. Ele a removeu com Seu rude sopro como
no dia do vento oriental. Isto se refere, naturalmente, ao cativeiro da
Babilônia. O vento oriental duna do cálido Deserto da Síria.
9. A profecia se
refere ao futuro completo abandono da idolatria da pane de Israel.
10. Cidade
fortificada. As
aparentemente inexpugnáveis capitais dos conquistadores de Israel, como, por
exemplo, Nínive e Babilônia. Seus habitantes não tinham entendimento
espiritual; eles não receberiam compaixão (tal como seria concedida à exilada
Judá.)
12. O seu
cereal. O
remanescente reunido e convertido de Israel.
Isaías 28
Sermão I.
Julgamento dos Bêbados Efraimitas e Zombadores Judeus. 28:1-29.
A. Destino dos
Bêbados de Efraim. 28:1-8.
O moribundo
Reino do Norte foi apresentado como uma advertência para o Reino de Judá.
2. Embora o certo
homem valente e poderoso de Deus, a Assíria, se destinasse a desferir o
golpe final da destruição, os efraimitas continuaram a confiar na fertilidade
do seu solo e na sua prosperidade econômica, vivendo uma vida de libertinagem e
deboche – na qual até mesmo os homens religiosos participavam com excesso
repulsivo (vs. 7, 8).
5. Em contraste
com esta glória evanescente e carnal de Efraim está o próprio Senhor, que é a
verdadeira e única glória de Israel, e que um dia será reconhecido como tal
pelo remanescente dos verdadeiros crentes. Ele os fortalecerá com justiça no
juízo e vitória na guerra.
B. A Zombaria
de Judá Respondida com as Promessas Messiânicas de Deus. 28:9-22.
9,10. Estes
versículos dão-nos a resposta sarcástica do partido pró-assírio do Rei Acaz,
que resistiu ao impacto das palavras de Isaías registradas nos parágrafos
anteriores. Eles zombavam de suas observações chamando-as de "moral de
Escola Dominical" apropriada para as crianças, mas inteiramente irrelevante
para homens adultos que entendiam a arte da política prática. Eles repudiavam
os ensinamentos proféticos como se fossem triviais preceito sobre preceito,
preceito e mais preceito.
11-13. A solene
resposta a essas zombarias. Deus lhes oferecera segurança e paz se confiassem
nEle e se Lhe submetessem; mas eles preferiram confiar na Assíria (contra a
Coligação do Norte). Portanto teriam de aprender com seus próprios erros pelo
castigo recebido através daqueles que falavam uma língua estrangeira (pois a
língua assíria era totalmente incompreensível para os hebreus, embora
distantemente aparentada com a sua língua). Pelos golpes do martelo da desgraça
e infortúnio cumulativos, teriam de aprender a amarga lição do preceito
sobre preceito, preceito e mais preceito.
14,15. Estes
zombadores são identificados como os altos oficiais do governo, que apoiaram a
política estrangeira de Acaz de subornar a Assíria a que entrasse em um tratado
de aliança. A Assíria manejava o seu poder nos interesses do inferno, e
espalhava a morte e a destruição por onde passava. No entanto os judeus a
escolheram, e não a Deus, para ser sua protetora, inutilmente supondo que
poderiam assim escapar ao seu poder devastador. Fizeram um pacto com um poder
pagão que considerava os tratados inconvenientes, como simples pedaços de papel
– por nosso refúgio temos a mentira.
16. Em contraste
com esta supostamente inteligente diplomacia de poder político, Deus declara a
verdadeira base da segurança de Israel: a pessoa e a obra do Redentor
Messiânico. Uma pedra dá a entender que a obra expiatória de Cristo é a
base sobre a qual Israel e a Igreja são edificadas; sem Ele e os Seus méritos,
não haveria nenhuma Igreja. Em Sião. O indicado lugar de revelação, o
único lugar de divulgação do único Deus verdadeiro; e do sacrifício sangrento,
o único caminho da salvação. Pedra já provada (lit., pedra de toque),
isto é, uma pedra sem defeitos ou rachaduras. Cristo provou ser capaz de
enfrentar as mais sutis e astuciosas tentações que Satanás podia colocar em Seu
caminho. Pedra preciosa, angular. Ele vale mais que o mundo. Só Ele faz
a diferença entre o céu eterno e o inferno eterno para o pecador. Não foge. Antes,
não fica nervoso ou alarmado (cons. I Pe. 2:6).
17. O falso
fundamento dos sábios do mundo teriam de ser violentamente varridos na
catástrofe da invasão assíria, e o tratado da aliança feito por Judá se
comprovada ser um refúgio falso.
18. A vossa
aliança com a morte. A
aliança com a Assíria seria anulada quando o governo assírio se voltasse contra
Judá para tratá-la como um inimigo subjugado. Então Judá se juntaria a uma
conspiração de revolta contra Sargão, mas mais especialmente contra
Senaqueribe, quebrando assim solenes juramentos de fidelidade ao governo
assírio.
19. As incursões
punitivas dos assírios seriam periódicas e de intensidade crescente, até a
terrível campanha de 701.
20. A cama será
tão curta. Mesmo
com a ajuda do Egito, os recursos de Judá seriam desgraçadamente insuficientes
para enfrentar a pressão da Assíria.
21. Monte
Perazim. O
lugar onde Davi, com a ajuda de Deus, derrotou os filisteus (lI Sm. 5:20). Mas
agora esse poder de Jeová seria voltado contra Seus próprios filhos da aliança
– ato inaudito, ao qual Deus foi competido por causa de sua
desobediência.
23-29. A situação de
Judá está exposta como uma parábola. O fazendeiro não passa o arado por prazer,
mas antes a fim de preparar a terra para a pretendida semeadura. Assim também
Deus prepara o Seu jardim para a lavoura que pretende cultivar – da justiça de
um povo santo. Para tal fim Deus tem de empregar a força cortante e
esfaceladora dos juízos disciplinantes, perfeitamente ajustados às necessidades
espirituais de Israel, exatamente como o fazendeiro (usando a inteligência que
Deus lhe deu) usa os devidos instrumentos debulhadores para cada tipo de grão.
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