Interpretação de Isaías 2

Interpretação de Isaías



Isaías 2

O Alvo de Deus para Israel: Conquista Espiritual, Paz Duradoura. 2:1-4.

2:2. Monte da casa do SENHOR (Jeová). A saber, o Monte Moriá (que passou a ser chamado de Sião), sobre o qual foi construído o Templo de Salomão. Mas o Templo literal foi um tipo do templo espiritual - a Igreja do N. T., ou o corpo de Cristo (Ef. 2:21), a luz do farol do testemunho divino ao mundo. O ajuntamento das nações em Jerusalém com fé sincera significa, portanto, a conversão dos gentios. Mas, considerando que esta cena diz-se acontecer nos últimos dias, e considerando que outras passagens nos ensinam que o Reino de Deus finalmente vencerá todos os reinos deste mundo, devemos portanto aguardar o tempo da volta de Cristo, no final de nossa presente dispensação, para o cumprimento final desta profecia. Neste versículo somos assegurados com uma visão do alvo final de Deus para Israel e para a raça humana. E se elevará sobre os outeiros. O Reino de Deus será exaltado acima dos reinos deste mundo (Dn. 2:35). Todos os povos. Todos os gôyîm, ou nações gentias, para distinguir do 'am ou “povo” de Jeová – os israelitas. Mas estes estão mencionados no versículo 3 como muitas nações, ou 'ammîm.

2:3. A preocupação primária dos gentios sobreviventes dos “últimos dias” será descobrir a vontade de Deus e fazê-la. E eles estarão ansiosos para levar outros a partilharem das bênçãos do relacionamento da aliança com Deus, pois exortarão e encorajarão uns aos outros a virem a Ele. Eles procurarão aprender os Seus caminhos e andarão nas Suas veredas de santidade. De Sião... a lei. Sião aqui representa a revelação divina autorizada, uma vez que foi em Sião que Deus Se encontrou com o homem para sua iluminação e perdão, e em nenhum outro lugar. A lei ou torá aqui significa “instrução revelativa” no sentido mais amplo (uma vez que a torá vem do verbo hôrâ ou yarâ, “instruir”). O verbo sairá também pode ser igualmente traduzido para sai (no tempo presente). Portanto pode igualmente ser incluído no que as nações convertidas dirão nos “últimos dias” ao perceberem a validade única da revelação hebraico-cristã.

2:4. Ele julgará entre os povos. O próprio Jeová (isto é, o Senhor Jesus, de acordo com 11:3, 4) imporá Seu justo governo sobre a terra e competirá as nações a praticar a justiça e a honestidade entre si, Não haverá, portanto, lutas internacionais, nem nações agressoras; todos os países habitarão juntos em paz. Corrigirá. Antes, aconselhará (isto é, como um juiz assentado na cátedra). Uma vez que não haverá apelo às armas ou à violência para acertar as diferenças – pois todos estarão governados pela decisão judicial de casto – as armas de guerra serão convertidas em instrumentos de paz ou em produtividade econômica. O reino milenial será caracterizado por uma sociedade sem guerras.

O Julgamento do Pecado Precederá o Governo do Messias. 2:5-4:1.

1) Uma Nação Amadurecida para o Julgamento. 2:5-11.

2:5. À luz das promessas divinas de perdão para os pecadores arrependidos, e à vista das perspectivas gloriosas da futura conversão dos gentios, o profeta insiste com seus compatriotas a que andem na luz e vivam agradando a Deus, confiando nEle para cumprimento de Sua palavra. Ela deviam fazê-lo ainda que significasse correr contra a corrente dos tempos e opor-se à corrente das inclinações da moda.

2:6. Judá adotara avidamente as novas ideias dos pagãos e aceitara muitos elementos das religiões e da moral pagã. ...se encheram da corrupção do Oriente. Literalmente. Estavam cheios de ideias e influências da Assíria e Babilônia. Dos seus vizinhos filisteus na costa ocidental, adotaram a fé nos agoureiros ('onenín provavelmente significava originalmente “aqueles que ajuntam presságios nas nuvens”). E se associam... Antes, eles aplaudem com os filhos dos estrangeiros, um termo usado em relação aos pactos e à defesa comum das causas.

2:7. As campanhas triunfantes e as operações mercantis de Uzias resultaram em considerável prosperidade econômica em Judá, mas esta riqueza só serviu para encorajar os judeus no materialismo e na negligência do Deus da Bíblia. De tal carnalidade de ponto de vista foi fácil e natural passar para a idolatria e juntar-se ao resto do mundo na “adoração da criatura mais do que ao Criador”.

2:9. Diante dos mais abomináveis ídolos – Baal, Astarote, Milcom, Dagom e Hadade e todos os outros – tanto as classes mais elevadas de Judá quanto o povo comum se inclinavam em adoração pagã. Permitir este pecado permanentemente e sem castigo lançada o maior descrédito sobre a causa divina e comprometeria a Sua glória. Por isso Isaías orou pedindo que vindicasse a sua verdade punindo aqueles que vergonhosamente a pisaram com os pés.

2:10. Como se fosse assegurado que Jeová certamente visitaria com o juízo todos aqueles que desprezavam a Sua Palavra revelada, o profeta exorta os que não se arrependeram de todas as gerações a que busquem abrigo, se puderem. Pois todas as nações serão assoladas com terríveis revides e toda a civilização que ignora a mensagem da Bíblia. Aqui notamos a insinuação dos horrores incomparáveis da Grande Tribulação que está para vir. A referência imediata, contudo, é sem dúvida aos juízos históricos das invasões assíria e caldaica. Não apenas Israel e Judá, mas todas as nações pagãs daquele período igualmente experimentariam golpes esmagadores de tragédias conforme cada império sucessivo se levantasse e caísse.

O Orgulho do Homem a Ser Esmagado no Dia do Senhor. 2:12-22.

2:12. O dia do SENHOR (Jeová). Um termo matas vezes repetido nos livros proféticos. Refere-se à intervenção divina especial na história humana de impor às nações e aos impérios juízos catastróficos. Como um processo, o Dia do Senhor ocorre sempre que Deus esmaga as pretensões e o poder da sociedade humana em revolta contra Ele; por exemplo a queda de Nínive e do Império Assírio em 612 A.C., a queda de Jerusalém em 587 e a queda da Babilônia em 539. Mas como uma ocorrência escatológica, o Dia do Senhor é aquele acontecimento final para o qual todos esses juízos anteriores e parciais apontam profeticamente, aquela derrota final de todo o poder humano que precederá a segunda vinda de Cristo (de acordo com II Ts. 1:7-2:12; II Pe. 3:12; Atos 2:20).

2:13. Cedros e carvalhos. Símbolos de orgulho, os líderes auto-suficientes da sociedade (como em 10:33, 34). Semelhantemente os montes e os outeiros são símbolos das cidadelas nos altos dos outeiros e os reinos por elas governados (como em 2:2), com a conotação inclusa do orgulho e da auto-confiança humanos na frase todo o que se exalta.

2:16. Os navios de Társis. Um termo que se aplica, é o que parece, de maneira ampla, especialmente aos grandes navios mercantes, capazes de fazer a viagem à distante Társis (provavelmente Sardenha e também Espanha) – quer estivessem ou não realmente ocupados no comércio de Társis (como os construídos em Eziom-Geber certamente não estavam; II Cr. 20:36). Tudo o que é belo à vista. Ou, agradáveis imagens. Provavelmente os lindos objetos de arte e destreza manual que esses navios mercantes trariam aos ricos compradores.

2:19. Nas cavernas das rochas. Cavernas menores, um tradicional esconderijo em ocasião de invasão ou calamidade maior (cons. I Sm. 14:11). Mas isto parece referir-se definitivamente aos acontecimentos de Ap. 6:15. À vista das modernas armas de destruição, necessidade de se abrigar sob a terra ou nas cavernas das montanhas para escapar a uma força esmagadoramente destrutiva parece muito atualizada.

2:20. O completo colapso de todas as defesas e medidas de segurança sobre as quais as pessoas mundanas descansam, resultarão finalmente em sua angustiada rejeição de todos os falsos deuses e das sus filosofias que eles colocaram no lugar do único Deus verdadeiro.

2:22. Afastai-vos, pois, do homem. Cessem de pôr sua confiança no homem (em contraste a Deus, o único verdadeiro refúgio). Fôlego... no seu nariz. Um lembrete da frágil mortalidade do homem. Uma vez cessando o fôlego no seu nariz, a vida do homem é extinguida e o seu poder se vai (mesmo sendo um Senaqueribe ou um Tirraca).