Deuteronômio 24 — Estudo Devocional
Deuteronômio 24 continua a abordar várias leis e diretrizes para a comunidade israelita. Este capítulo aborda tópicos como divórcio, novo casamento e o tratamento de mulheres nessas situações. Ele também enfatiza os princípios de justiça e compaixão nas práticas de empréstimo, como não aceitar roupas de viúva como garantia. O capítulo também aborda assuntos relacionados à higiene pessoal, como lidar com doenças de pele e a ordem de emprestar sem cobrar juros a outros israelitas. Além disso, Deuteronômio 24 aborda a importância de deixar feixes esquecidos nos campos para os necessitados recolherem. Este capítulo enfatiza os valores de justiça, bondade e responsabilidade social dentro da comunidade. Leva-nos a dar prioridade ao bem-estar dos outros, a manter padrões éticos nas relações pessoais e a demonstrar generosidade e compaixão, especialmente para com os membros vulneráveis da sociedade.
A mulher divorciada
24.1-4 um documento de divórcio. Este preceito foi polêmico inclusive no tempo de Jesus, pois os fariseus usaram este texto para ver como Jesus reagiria, apoiando ou anulando a Lei (Mt 19.1-12). Jesus se refere à passagem justificando que o divórcio recebeu permissão de acontecer num casamento onde há “dureza de coração”. Repare que este preceito não tem a intenção de proibir um segundo casamento, nem de permitir que um homem rejeite a sua esposa. Antes, a sua intenção é de proteger a mulher e lançar o primeiro marido em uma situação do tipo “pense muito bem antes de decidir, pois se der errado você não poderá voltar atrás” (veja Mt 5.31-32, nota). No episódio da volta do cativeiro Babilônico, o próprio Deus sugere o “divórcio” de israelitas que se casaram com “mulheres estrangeiras” (Ed 10.10-11). Nesse caso, parece que o fortalecimento do povo entre si teve mais valor do que a própria Lei expressa aqui neste preceito.
Diversas leis
24.5-22 aquilo que o Senhor… acha certo. Estes preceitos visam o estabelecimento de negociações justas. Nenhuma pessoa deveria ser prejudicada ou explorada, mesmo se estivesse endividada ou fragilizada, seja ela um empregado, israelita ou gentio. O comércio de escravos israelitas é proibido e é instituído o cuidado aos que não têm quem cuide deles: órfãos, viúvas e estrangeiros.
24.5 que sua esposa se sinta feliz. Veja a importância do vínculo conjugal, que no seu início é superior ao da segurança nacional.
24.12 Se ele for pobre. Deus transmite sua misericórdia como parte importante e necessária da justiça, que nestes casos não deve ser “cega”, mas sábia e compassiva.
24.15 ele gritará a Deus. O Senhor deixa bem claro que ficará do lado do mais fraco.
24.18 Lembrem que vocês foram escravos. A preocupação de não explorar o outro fica mais forte vinculada à experiência histórica do povo de Israel, que também sentiu na pele o que é ser subjugado por outro povo. Assim, aqui a orientação não é apenas teórica, mas experiencial. Veja o quadro “Lições da escravidão”.
Lições da escravidão
Os israelitas deveriam lembrar que foram escravos no Egito. A recordação das duras condições de vida que eles experimentaram nutriria a compaixão por quem se encontra na adversidade. Existe uma tendência humana de reproduzir as agressões e injustiças que foram sofridas no passado. A lembrança de ter sofrido e ter sido libertado da escravidão constrangeria os israelitas a uma atitude e comportamento mais ético e misericordioso para com o estrangeiro ou necessitado em seu meio. Logo após a Segunda Grande Guerra, os israelitas incluíram no calendário da nação o Dia da Lembrança do Holocausto, em 27 de janeiro, não só para honrar as vítimas de genocídio, violência e ódio racial, mas também para “lembrar” que nenhum povo ou grupo deve sofrer com discriminação e ameaça de extermínio. É fácil reproduzirmos um preconceito para com o necessitado, e assim talvez nem o consideremos como igual a nós e acabemos perdendo a percepção da sua proximidade conosco. Por isso, “lembrar da escravidão” para não reproduzi-la é um conceito revolucionário que reaproxima as pessoas, sob a autoridade do Criador comum. Para nós hoje, “escravidão” pode ser tudo o que distorce relacionamentos humanos, hierarquiza pessoas, causa danos físicos, morais, econômicos, que humilha e abusa dos direitos de outros, assim banalizando o culto a Deus e corrompendo a vida espiritual.
Índice: Deuteronômio 1 Deuteronômio 2 Deuteronômio 3 Deuteronômio 4 Deuteronômio 5 Deuteronômio 6 Deuteronômio 7 Deuteronômio 8 Deuteronômio 9 Deuteronômio 10 Deuteronômio 11 Deuteronômio 12 Deuteronômio 13 Deuteronômio 14 Deuteronômio 15 Deuteronômio 16 Deuteronômio 17 Deuteronômio 18 Deuteronômio 19 Deuteronômio 20 Deuteronômio 21 Deuteronômio 22 Deuteronômio 23 Deuteronômio 24 Deuteronômio 25 Deuteronômio 26 Deuteronômio 27 Deuteronômio 28 Deuteronômio 29 Deuteronômio 30 Deuteronômio 31 Deuteronômio 32 Deuteronômio 33 Deuteronômio 34
A mulher divorciada
24.1-4 um documento de divórcio. Este preceito foi polêmico inclusive no tempo de Jesus, pois os fariseus usaram este texto para ver como Jesus reagiria, apoiando ou anulando a Lei (Mt 19.1-12). Jesus se refere à passagem justificando que o divórcio recebeu permissão de acontecer num casamento onde há “dureza de coração”. Repare que este preceito não tem a intenção de proibir um segundo casamento, nem de permitir que um homem rejeite a sua esposa. Antes, a sua intenção é de proteger a mulher e lançar o primeiro marido em uma situação do tipo “pense muito bem antes de decidir, pois se der errado você não poderá voltar atrás” (veja Mt 5.31-32, nota). No episódio da volta do cativeiro Babilônico, o próprio Deus sugere o “divórcio” de israelitas que se casaram com “mulheres estrangeiras” (Ed 10.10-11). Nesse caso, parece que o fortalecimento do povo entre si teve mais valor do que a própria Lei expressa aqui neste preceito.
Diversas leis
24.5-22 aquilo que o Senhor… acha certo. Estes preceitos visam o estabelecimento de negociações justas. Nenhuma pessoa deveria ser prejudicada ou explorada, mesmo se estivesse endividada ou fragilizada, seja ela um empregado, israelita ou gentio. O comércio de escravos israelitas é proibido e é instituído o cuidado aos que não têm quem cuide deles: órfãos, viúvas e estrangeiros.
24.5 que sua esposa se sinta feliz. Veja a importância do vínculo conjugal, que no seu início é superior ao da segurança nacional.
24.12 Se ele for pobre. Deus transmite sua misericórdia como parte importante e necessária da justiça, que nestes casos não deve ser “cega”, mas sábia e compassiva.
24.15 ele gritará a Deus. O Senhor deixa bem claro que ficará do lado do mais fraco.
24.18 Lembrem que vocês foram escravos. A preocupação de não explorar o outro fica mais forte vinculada à experiência histórica do povo de Israel, que também sentiu na pele o que é ser subjugado por outro povo. Assim, aqui a orientação não é apenas teórica, mas experiencial. Veja o quadro “Lições da escravidão”.
Lições da escravidão
Os israelitas deveriam lembrar que foram escravos no Egito. A recordação das duras condições de vida que eles experimentaram nutriria a compaixão por quem se encontra na adversidade. Existe uma tendência humana de reproduzir as agressões e injustiças que foram sofridas no passado. A lembrança de ter sofrido e ter sido libertado da escravidão constrangeria os israelitas a uma atitude e comportamento mais ético e misericordioso para com o estrangeiro ou necessitado em seu meio. Logo após a Segunda Grande Guerra, os israelitas incluíram no calendário da nação o Dia da Lembrança do Holocausto, em 27 de janeiro, não só para honrar as vítimas de genocídio, violência e ódio racial, mas também para “lembrar” que nenhum povo ou grupo deve sofrer com discriminação e ameaça de extermínio. É fácil reproduzirmos um preconceito para com o necessitado, e assim talvez nem o consideremos como igual a nós e acabemos perdendo a percepção da sua proximidade conosco. Por isso, “lembrar da escravidão” para não reproduzi-la é um conceito revolucionário que reaproxima as pessoas, sob a autoridade do Criador comum. Para nós hoje, “escravidão” pode ser tudo o que distorce relacionamentos humanos, hierarquiza pessoas, causa danos físicos, morais, econômicos, que humilha e abusa dos direitos de outros, assim banalizando o culto a Deus e corrompendo a vida espiritual.
Índice: Deuteronômio 1 Deuteronômio 2 Deuteronômio 3 Deuteronômio 4 Deuteronômio 5 Deuteronômio 6 Deuteronômio 7 Deuteronômio 8 Deuteronômio 9 Deuteronômio 10 Deuteronômio 11 Deuteronômio 12 Deuteronômio 13 Deuteronômio 14 Deuteronômio 15 Deuteronômio 16 Deuteronômio 17 Deuteronômio 18 Deuteronômio 19 Deuteronômio 20 Deuteronômio 21 Deuteronômio 22 Deuteronômio 23 Deuteronômio 24 Deuteronômio 25 Deuteronômio 26 Deuteronômio 27 Deuteronômio 28 Deuteronômio 29 Deuteronômio 30 Deuteronômio 31 Deuteronômio 32 Deuteronômio 33 Deuteronômio 34