Deuteronômio 30 — Estudo Devocional

Deuteronômio 30 apresenta uma mensagem de esperança e escolha para os israelitas. O capítulo destaca que mesmo que tenham sido dispersos devido à desobediência, a misericórdia de Deus aguarda seu arrependimento e retorno. Enfatiza a acessibilidade dos mandamentos de Deus e o potencial para um coração mudado. O capítulo enfatiza a importância de escolher a vida obedecendo aos mandamentos de Deus, bem como as consequências de escolher a desobediência e a morte. Fala da liberdade de escolha que Deus concede ao Seu povo. Deuteronômio 30 nos leva a reconhecer o significado de nossas decisões, o poder redentor do arrependimento e a oportunidade de um relacionamento renovado com Deus. Isso nos encoraja a priorizar uma vida de obediência e a reconhecer que nossas escolhas têm profundas implicações espirituais. Por fim, o capítulo nos convida a abraçar as bênçãos e a vida que advêm do alinhamento de nossa vontade com a de Deus.

Promessas de bênçãos no futuro

30.1-9 Quando ele fizer cair sobre vocês. O próprio Moisés experimentou o castigo de não entrar em Canaã por sua falta de fé, portanto aqui, inspirado por Deus, ele é bem realista e já sabe que um dia o povo também vai se desviar após outros deuses. se voltarem arrependidos… terá pena de vocês. Entre as coisas que nos têm sido reveladas na Palavra de Deus está a Sua grande paciência, que vem de um amor que “suporta tudo com fé, esperança e paciência”, que “é eterno” (1Co 13.7-8). A narrativa bíblica não tem ilusões quanto ao futuro, não tem ilusões de que o povo vá aprender a vida boa de uma hora para outra. Percalços e perigos ameaçarão insistentemente esta vida e este aprendizado. Mas, também constantemente, a compaixão amorosa de Deus sofre, suporta e espera. o Senhor, nosso Deus. Deus continua acreditando em nós. Esta é a tônica desse capítulo. Sua linguagem é carinhosa. Notem a repetição que enfatiza o relacionamento: “o Senhor, nosso Deus”.

30.10-14 os mandamentos estão aqui com vocês. Estejamos onde estivermos, em que condições estivermos, sempre haverá a possibilidade de “ouvir a voz” de Deus, voltar a Ele de coração, aprender a seguir Seus mandamentos. Quem ama quer a companhia da pessoa amada. E quem é amado/a desse jeito, aprenderá a amar de volta. No seu núcleo, no seu espírito, na sua essência mais própria, o Mandamento (no original hebraico é singular) não é algo distante, difícil demais (v. 11-13). Sua essência é o próprio amor a Deus. Na verdade ele é a coisa mais perto de nós que existe. Mais perto de nós do que nós mesmos (v. 14). guardam no coração. Esta já é uma referência à Nova Aliança de Jesus (Jr 31.31-34), quando o Espírito Santo vem habitar no coração do crente.

A vida ou a morte
30.15-20 Escolham a vida. A vida que o Mandamento carrega é a vida boa, a vida como Deus a quer para nós, segundo seu plano original. O “eu” que vai se amoldando ao Mandamento não vai se desfigurando — isso é o pecado que faz. Vai é se reconfigurando, gradualmente, em sua identidade original. Voltando, pelo Espírito da liberdade que leva à liberdade do Espírito, a refletir a imagem de Deus (cf. as belas reflexões de Paulo em 2Co 3.17-18 e Gl 5). Assim viremos a ser aquilo que, no coração de Deus, nunca deixamos de ser, mas que agora é realizado concretamente em nossas vidas. Mas como esta vida surge do amor, e amor não pode ser imposto, o Mandamento nos coloca diante da nossa própria decisão: pela vida ou pela morte (v. 15-20). O convite amoroso de Deus é: escolha a vida! (v. 19).

Realizações do Reino na História e em Cristo
Em vários momentos da história do povo de Deus vemos eventos grandiosos que são sinais claros do Reino de Deus. Mesmo assim, na continuação da narrativa histórica, percebemos que sua realidade ainda deixa muito a desejar, sempre prejudicada pelo pecado humano. Foi assim com a criação original no Paraíso, com o “novo começo” após o Dilúvio, e também com a “salvação da fome” promovida por José no Egito. O Êxodo sob a liderança de Moisés sofreu abalo com a falta de fé do povo, que fez toda aquela geração morrer no deserto (incluindo agora o próprio Moisés), com as únicas exceções de Calebe e Josué. Estes empreenderão a conquista de Canaã já cientes de que em breve começariam novas desobediências e confianças em outros deuses. Mesmo assim, séculos depois, Deus engrandeceria Davi, a ponto de este querer construir-lhe o Templo. Novamente, por conta de seus pecados, Deus passa a tarefa para o sucessor, seu filho Salomão. Este consegue completar a construção, mas também se mostra falho, causando a divisão do reino sob seu filho Roboão.

Toda essa alternância de conquistas e derrotas, realizações e limitações, aponta para a espera de uma perfeição futura, a ser concretizada em Jesus, o Cristo. Ele é o profeta semelhante a Moisés (e de nome equivalente a “Josué”), ele é “o filho de Davi” que melhor cumpriria a promessa de ser “Rei para sempre”. Mas também o seu reinado não começou como esperaríamos: “ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1.11, na tradução tradicional). “Meu reino não é deste mundo”, explicou Jesus, e isso ficou evidente com sua ressurreição e subida aos céus, bem como na comparação entre o glorioso início de sua Igreja e o estado atual em que ela se encontra. Fica, então, para nós, o continuar caminhando e esperando por sua volta em poder e grande gloria, e é a fé nele o que pode nos fazer, desde já, “reinar em vida” com Cristo — participando de seus sofrimentos e do seu consolo — e por fim lucrar com nossa morte e consequente encontro com o Ressuscitado. A partir daí, nenhuma limitação mais persistirá, como garante o livro do Apocalipse.

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