Explicação de Deuteronômio 32

Deuteronômio 32 contém o Cântico de Moisés, um cântico poético e profético que Moisés entrega aos israelitas. A canção serve de testemunho contra os israelitas, predizendo sua futura desobediência e as consequências que virão. Moisés começa louvando a grandeza de Deus e relatando Sua fidelidade em liderar e cuidar dos israelitas. Ele reconhece o papel de Deus na formação deles como nação e reflete sobre o passado e o futuro do relacionamento de Israel com Ele.

À medida que a música continua, Moisés descreve como os israelitas abandonarão a Deus, voltando-se para os ídolos e rejeitando Aquele que os libertou. Ele adverte sobre a ira de Deus e o castigo que recairá sobre eles como resultado de sua infidelidade. Moisés fala da justiça de Deus e da vindicação final de Seu povo por meio de Sua misericórdia. A música termina com um apelo às nações para que reconheçam a soberania de Deus e Seu papel como a Rocha da salvação para Seu povo.

Explicação

32:1–3 O cântico pode ser resumido da seguinte forma: O universo é convocado para ouvir a palavra do Senhor. É refrescante e nutritivo, como a chuva e o orvalho. No versículo 3 (que poderia servir de título para a música), Moisés fala em atribuir grandeza ao seu Deus. A música revela a grandeza de Deus no contexto de Seu trato histórico com Seu povo.

32:4–9 Apesar da grandeza, justiça, fidelidade e santidade de Deus, o povo de Israel O abandonou e pecou contra Ele. A glória dos atributos de Jeová é exibida aqui contra o pano de fundo sombrio da perversa maldade de Israel. Foi um pequeno agradecimento que Ele recebeu por ser seu Pai e Criador. Quando o Altíssimo dividiu a Terra entre as nações gentias, Ele primeiro proveu as necessidades de Seu próprio povo. Tal era Seu amor e cuidado por eles.

32:10–14 O nascimento e a infância da nação de Israel são descritos no versículo 10. Após o Êxodo do Egito, Deus guiou, instruiu e preservou Seu povo com o amor de uma águia mãe (v. 11). Não havia nenhum deus estrangeiro que participasse da preservação de Israel. Por que então a nação deveria se voltar para a idolatria e atribuir a bondade de Jeová a outra? Começando no versículo 13, a música é profética. Ele os trouxe para as bênçãos da Terra Prometida.

32:15–20 Mas Jesurum (um nome poético para o povo de Israel que significa “povo justo”) rebelou-se contra Jeová voltando-se para os ídolos. Eles escolheram sacrificar aos demônios, muitas vezes oferecendo seus próprios filhos. Eles até caíram na estupidez de adorar novos deuses. Assim, eles negligenciaram sua verdadeira Rocha; eles se esqueceram de seu verdadeiro Pai. Como resultado, o Senhor escondeu deles o seu rosto. Esta ocultação de Sua face foi cumprida na venda deles para o cativeiro.

32:21–33 Depois de deixar Israel de lado, Deus agiu em graça para com os gentios, procurando provocar ciúmes em Israel (como na atual Era da Igreja). Nesse ínterim, Israel seria disperso e perseguido. O povo não seria totalmente destruído, porém, porque Jeová não queria que os inimigos de Israel interpretassem mal a queda da nação. Não era que a rocha de seus inimigos fosse mais forte, mas a rocha de Israel os havia entregado à matança por causa de sua maldade.

32:34–43 Esta seção tem a ver com a vingança de Deus sobre as nações que foram usadas para punir Israel. Vingança (v. 35) e vindicação (v. 36) pertencem ao Senhor. Ele jurou por Si mesmo (pois não há ninguém maior) para lidar com Seus adversários. Observe quão completamente este julgamento será realizado (vv. 41, 42). Como resultado, o povo de Deus e todas as nações devem se alegrar, porque Deus se vingou e fez expiação por Sua terra e Seu povo.

32:44-47 A canção, portanto, dá um esboço histórico e profético da nação de Israel. Depois de ler a música, Moisés exortou solenemente o povo a seguir o Senhor com as palavras: “Pois não é uma coisa vã para você, porque é a sua vida…”.

32:48–52 Então o SENHOR chamou Moisés ao topo do Monte Nebo, onde ele teria permissão para ver a terra. Ele não teria permissão para entrar em Canaã por causa de seu pecado em Meribah Kadesh, mas morreria no Monte Nebo e seria enterrado em um vale em Moabe (cf. 34:6).

Notas Adicionais

32.42 Cabeças cabeludas. Aqui, “cabeças”, heb rõ'sh, quer dizer “líderes”, “chefes”, ”liderança” (a palavra se acha no singular coletivo). “Cabeludas” heb parôth, vem de uma raiz que significa “ser excelente”, a qual talvez tenha vindo da palavra Faraó, título dos reis do Egito. Fala-se, pois, de “generais”, “supremos líderes”.

32.43 O cântico termina como prospecto da alegria por causa do juízo de Deus contra o inimigo e o perdão a Seu povo. Os gentios também são chamados para partilhar da alegria da salvação de Deus.

32.46 Aplicai o coração. Esse foi o apelo final de Moisés ao povo de Israel. • N. Hom. Nosso maravilhoso Deus: 1) Sua grandeza e fidelidade (3, 4); 2) Seu zelo e vingança (21, 35); 3) Sua justiça e compaixão (36); 4) Sua soberania e poder (39); 5) Sua graça e misericórdia (10, 43b). • N. Hom. O amoroso cuidado de Deus: 1) Ao achar-nos (10a); 2) Ao guardar-nos (10b); 3) Ao instruir-nos e guiar-nos (11, 12); 4) Ao sustentar-nos (13, 14). • N. Hom. O pecado da ingratidão se manifesta: 1) Na autocondescendência (15a); 2) Na infidelidade 17); 3) No esquecimento (18), cf. cap. 8, N. Hom.

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