Qualificação e Obra de Jesus como Sumo Sacerdote — Hebreus 5:1-10


Qualificação e Obra de Jesus como Sumo Sacerdote — Hebreus 5:1-10
Qualificação e Obra de Jesus como Sumo Sacerdote 
(Leia Hebreus 5:1-10). 

Sumo Sacerdote é aquele que é nomeado para agir em prol dos homens naquilo que diz referência a Deus, especialmente para apresentar ofertas a Deus (v. 1). O sumo sacerdote deve ser escolhido dentre os homens e ser capaz de, na qualidade de verdadeiro homem, simpatizar com as fraquezas humanas (v. 2). (Essa qualificação já foi descrita como real a respeito de nosso Sumo Sacerdote cristão; ver Hb 2.18; Hb 4.15). Além disso, ele não deve presumir em tomar sobre si mesmo tal ofício; deve ter sido chamado para tal tarefa por nomeação de Deus (v. 4). Tudo isso (em ordem reversa) é declarado como cumprido na pessoa de Cristo, conforme o escritor sagrado considera Sua nomeação divina, Sua perfeita humanidade e conseqüente habilidade de simpatizar conosco, e Seus ofício e obra. Pois foi Deus Quem, ao ressuscitá-Lo de entre os mortos, reconheceu-O como Seu Filho (v. 5) declarando abertamente a Sua nomeação para um sacerdócio eterno, segundo uma classificação diferente daquela de Aarão, a ordem de Melquisedeque (v. 6). Ele também é perfeitamente capaz de simpatizar com os homens com sua vida na carne pois Ele mesmo, ainda que Deus Filho, aprendeu como homem, na experiência de Sua vida terrena, o pleno significado da submissão obediente à vontade de Deus, em face de extremo sofrimento humano e do poder da morte (v. 7-8). Foi assim que Ele atingiu aquela perfeição humana que O qualificou para entrar em Sua obra (v. 9). E foi quando assim se qualificou que Deus atribuiu a Ele, solenemente, o título a que fez jus, o título de Sumo Sacerdote conforme uma nova ordem de caráter eterno (v. 10). E foi assim plenamente capacitado a agir que Ele se tornou a única causa suficiente de eterna salvação para todos aqueles que por Seu intermédio aprendem a ter uma reação semelhantemente confiante e obediente para com a vontade e o caminho de Deus para com os homens.

Cf. Cristologia: Estudo sobre Jesus Cristo
Cf. Teologia Bíblica e o Cânon
Cf. Literatura no Judaísmo
Cf. Tradição Apocalíptica

Os pecados (v. 1) cobertos pelos sacrifícios oferecidos segundo a lei, eram pecados devidos à fraqueza humana, e não os pecados voluntários, feitos em desafio a Deus. Os sumos sacerdotes humanos eram capazes de demonstrar simpática compreensão para com tais erros porque, na qualidade de homens, eles mesmos sofriam dessas fraquezas. Além disso, por motivo semelhante, era necessário que os sumos sacerdotes humanos oferecessem primeiramente sacrifícios por seus próprios pecados (v. 3). O caso de Cristo, como é natural, é diferente no que concerne a este último ponto; pois Ele jamais foi maculado pelo pecado (Hb 7.26). Não é por isso, porém, que Sua simpatia diminui. Não é preciso que alguém ceda à tentação para estar plenamente consciente de sua pressão sobre o homem natural. De fato, somente Aquele que resistiu à tentação até o fim sentiu seu peso total. Cfr. Hb 2.18; Hb 4.15.

As citações tiradas do Antigo Testamento, nos versículos 5 e 6, se baseiam em dois importantes salmos messiânicos (Sl 2.6 e Sl 110.4).

Tendo oferecido... orações e súplicas (v. 7). Cristo orou particularmente no jardim do Getsêmane, com ardentes e urgentes súplicas, para ser salvo da morte, isto é, livrado de seu poder (cfr. Hb 2.14-15). Porém, ainda que sua natureza humana tivesse procurado evitar tal possibilidade (Mt 26.38-39), Ele orou em espírito de reverente submissão e de obediência à vontade de Deus, como alguém preparado a aprender - tal era a sua piedade (v. 7) o fato que cada circunstância e experiência tinha seu próprio lugar no plano do Pai. E Sua oração foi ouvida; e, pela experiência de tal disciplina, Ele aprendeu pessoalmente o pleno significado da obediência humana, sendo assim aperfeiçoado em Seu caráter humano e em Sua idoneidade para ser a causa da salvação humana, uma salvação eterna em sua qualidade. Os homens podem desfrutar o total beneficio de Sua obra salvadora somente se eles igualmente, forem batizados no mesmo espírito, e se tornem tais que a obediência ativa a Cristo seja sua prática contínua.