Explicação de Ezequiel 31

Ezequiel 31

Ezequiel 31 emprega a metáfora de um cedro majestoso para ilustrar a queda da Assíria e as consequências do seu orgulho e arrogância. O capítulo retrata os julgamentos inevitáveis das nações e enfatiza a importância da humildade.

Ezequiel 31 começa com a descrição de um imponente cedro que representa a Assíria. A árvore é retratada como sendo ainda mais alta e grandiosa do que outras árvores do jardim, simbolizando o domínio e o poder da Assíria entre as nações.

O capítulo descreve como o grande cedro alcançava os céus e lançava sombra sobre outras árvores. Contudo, devido ao seu orgulho e exaltação própria, Deus iria derrubá-la, significando a queda iminente da Assíria.

O capítulo usa imagens de pássaros fazendo ninhos nos galhos para representar várias nações que antes buscavam refúgio sob o poder da Assíria. Estas nações lamentarão a queda da árvore como uma perda de proteção e estabilidade.

Ezequiel 31 enfatiza que Deus derrubará a Assíria e a colocará para descansar entre os mortos, representando a derrota e a humilhação da nação.

O capítulo termina com uma mensagem sobre o Egito, abordando também a sua queda e comparando-a com a queda da Assíria. Isto serve de alerta para o Egito e outras nações não seguirem o mesmo caminho de arrogância.

Explicação

31:1-18 Neste capítulo, a Assíria é usada como exemplo para o Egito do destino que acontecerá a eles. No décimo primeiro ano, a palavra do Senhor vem a Ezequiel novamente (Ez 31:1). Ele deve novamente ir com uma mensagem ao Faraó e seu povo, os egípcios (Ez 31:2). Desta vez, ele deve apresentar-lhes uma parábola. Ele começa perguntando a quem Faraó e suas hordas de súditos são comparáveis. A resposta segue imediatamente: é com a Assíria (Ez 31:3). A Assíria sempre competiu com o Egito pela dominação mundial, uma batalha às vezes vencida por um, às vezes pelo outro. Mas a Assíria, como potência mundial, ainda causa a maior impressão.

Segue-se uma descrição da grandeza e queda da Assíria. Isso é feito retratando a Assíria como um impressionante cedro no Líbano. Esta árvore é um símbolo de majestade e poder e ao mesmo tempo uma imagem de orgulho (Dn 4:20-28). Isso já se reflete em seu tronco alto e “seu topo” que está “entre as nuvens”. Esta árvore é tão alta que parece uma floresta inteira.

Porque ele pode absorver água abundante, ele cresce próspero (Ez 31:4). Por causa de sua grandeza, ele ganha conexão com todas as árvores do campo. Outros povos querem servi-lo ou são subjugados por ele. Assim, ele se torna mais alto do que todas as árvores do campo, o que significa que ele se torna maior do que todos os outros povos (Ez 31:5). Assim como os galhos da árvore fornecem proteção para pássaros e animais, ele se torna o protetor de todos os tipos de povos (Ez 31:6; cf. Dn 4:12; Mt 13:32).

Em sua altivez ele é belo e em sua vastidão ele é poderoso (Ez 31:7). Sua aparência é uma reminiscência das árvores no paraíso (Ez 31:8). As mais belas árvores do jardim de Deus não podem se comparar a ele. Com sua aparência, ele comanda o respeito de tudo ao seu redor na criação.

A forma como ele é apresentado aqui também expressa sua complacência imoderada. Assim como o Senhor fez as árvores do jardim, também fez o cedro (Ez 31:9). Da mesma forma, Ele também engrandeceu a Assíria. Em Ez 31:10, o Senhor se dirige brevemente ao Egito no meio, que vemos pelas palavras “você é” [“é” é literalmente “você é”] (cf. Ez 31:2), como um lembrete de que o descrição da Assíria é de fato sobre o Egito.

Mas não há consciência na Assíria, como no Egito, de que ele deve sua grandeza ao Senhor. Pelo contrário, seu coração se elevou em sua altura e seu poder. O que Deus lhe deu e fez dele, ele atribuiu com orgulho a si mesmo. Portanto, o Senhor DEUS pronuncia Seu julgamento sobre ele e o entregará nas mãos de “um déspota das nações”, isto é, o rei da Babilônia, a potência mundial nascente (Ez 31:11). Ele recompensou sua maldade e o expulsou de sua posição suprema. Mas foi o próprio Senhor quem fez isso.

A imagem da árvore é ainda usada para descrever a queda da Assíria (Ez 31:12). A Assíria é cortada. Lá ele jaz, derrubado. Seus ramos, que significam todas as nações associadas a ele, caem com ele e perecem. Outros se afastam dele, sem maiores preocupações com ele. Há alguns, no entanto, que continuam a morar com ele e se sentam em seus ramos (Ez 31:13; Ez 31:6). Estas são nações que primeiro compartilharam da prosperidade da Assíria e agora vêem algum lucro em sua queda.

A queda causa um efeito tão surpreendente que todas as árvores têm o cuidado de não se exaltar (Ez 31:14). Nenhum dos ' bebedores de água', ou seja, nenhuma árvore como imagem de um povo, deveria ousar se exaltar. Assim como uma árvore não pode crescer por si mesma, mas somente graças à água, um povo não pode crescer por si mesmo, mas somente na dependência de Deus. Aqueles que querem se tornar grandes em suas próprias forças estão cegos para o fim que espera os governantes terrenos: se render à morte e ir aos lugares mais baixos da terra. Lá eles não são nada mais do que todas as outras pessoas que já estão lá.

Isso, diz o Senhor DEUS ao Egito, é o que aconteceu com a Assíria (Ez 31:15). Desceu ao Seol. A queda não trouxe alegria ao Senhor, mas lamentações. Na foto, as águas lamentam a queda do cedro, Ele envolve o Líbano em escuridão [“choro” é literalmente “seja escurecido”] e fez todas as árvores do campo murcharem.

Há consternação entre as nações por causa da profunda queda da Assíria no Sheol porque temem o mesmo destino (Ez 31:16). Se a Assíria, com seu incrível poder militar, não pode resistir aos babilônios, quem será capaz de resistir a eles? Em sua queda, ele arrasta outros com ele para o poço. Mas, no final, não foram os babilônios que fizeram as nações estremecerem, mas o tremor veio do Senhor.

Por outro lado, entre aqueles que estão no reino dos mortos – os príncipes destronados e as nações derrotadas – há uma certa satisfação quando o rei da Assíria se junta a eles. Seu poder na terra não o protegeu do julgamento de Deus. Eles tiveram que se curvar a ele na terra, mas agora ele é igual a eles. Eles estão todos no Sheol e foram parar lá da mesma forma (Ez 31:17). Todos caíram pela espada que foi sua arma poderosa, com a qual subjugou outras nações.

Então o Senhor novamente se dirige a Faraó e seu povo diretamente (Ez 31:18; Ez 31:2). Ele lhe faz novamente a pergunta que fez no início. Novamente, a resposta segue imediatamente. O Senhor garante a Faraó que ele e seu povo não terão uma situação diferente da Assíria e das nações aliadas a ele. Eles se deitarão em desgraça depois de serem mortos pela espada. É assim que terminará com Faraó e todas as suas hordas. O Senhor DEUS assim declara e, portanto, será assim.

Notas Adicionais:

31.1 Esta parábola, pronunciada dois meses depois da profecia de 30.20-26 é simples e declara interpretação. Mostra o fim do grande império da Assíria, que era glorioso e se estendia sobre as nações da terra (5-6). Explica que a idêntica soberba da parte do Egito resultará numa queda também igual.

• N. Hom. 31.14 A aplicação geral da parábola da árvore da Assíria acha se neste versículo, e a aplicação ao Egito acha-se no v. 18. Assim como a árvore que tem acesso a abundantes recursos de água (4), e poderosas raízes (7) não deve se elevar demais acima das outras, para não ser alvo de uma tempestade ou da cobiça dos lenhadores, assim também o ser humano, por ter boas fontes de renda, ou por possuir qualidades que o destacam na sociedade, não deve encher-se de soberba, para que a ira de Deus e os ciúmes, dos homens não venham a derrubá-lo.

31.15 O além. A palavra heb sheol, que consta no texto original, na tradução brasileira, se traduz por “inferno”; na antiga versão de Almeida. Em razão do Patriarca Jacó dizer que ia para o Sheol (Gn 42.38, onde se traduz por “sepultura”), não se trata do inferno. “O além” é mais exato. De preto. O Líbano, tradicionalmente o lugar das árvores grandes, ficará de luto. A profundeza. É a palavra usada para referir-se às águas de debaixo da terra, o conjunto das fontes subterrâneas (Gn 7.11; Gn 1.2, heb teham).

31.16 À cova. A palavra heb é bar, poço; dá-nos a ideia de sepultura. Do Éden. É um adjetivo que quer dizer: “como as do Paraíso” (8). Não quer isto dizer que Deus é contra o próprio Paraíso. É bom notar, aqui, que o hebraico quase não possui adjetivos e precisa usar expressões como “de prata”, “de Davi” (davídico).

31.18 Às profundezas. Já é outra palavra, para o lugar dos mortos. Em heb é tahtit que quer dizer “embaixo”. Os incircuncisos. O rito da purificação da circuncisão era praticado pelos egípcios, que lhe davam muita importância. Daí ser vergonhoso passar a “jazer no além” com as nações “incivilizadas”, a ponto de ser objeto do escárnio das mesmas.

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