Explicação de Ezequiel 35

Ezequiel 35

Ezequiel 35 contém uma profecia contra Edom, uma nação que era hostil a Israel. O capítulo transmite uma mensagem de julgamento contra Edom e enfatiza o compromisso de Deus em defender Seu povo.

Ezequiel 35 começa com a declaração de Deus contra o monte Seir, que representa Edom. O capítulo descreve a inimizade de Edom para com Israel e sua alegria com a angústia de Israel.

O capítulo enfatiza a ira de Deus contra Edom por sua violência e ódio contra Israel. A alegria de Edom pela queda de Israel é vista como uma afronta à justiça de Deus e ao cuidado de Seu povo.

Deus promete transformar Edom em desolação e desperdício, mostrando as consequências de suas ações. O capítulo sublinha o compromisso de Deus em defender Israel e vingar os seus inimigos.

Ezequiel 35 conclui com uma mensagem de restauração para Israel. A terra que foi desolada pelos seus inimigos será habitada pelos israelitas que regressaram, destacando a fidelidade de Deus e a Sua preocupação com o Seu povo.

Explicação

35:1-15 No capítulo anterior, os falsos pastores foram varridos como obstáculos à restauração do povo de Deus e substituídos pelo verdadeiro Pastor. Nos dois capítulos seguintes (Ezequiel 35-36), que formam uma unidade, vemos que a inimizade das nações, representada em Edom, é julgada para dar lugar à bênção do povo de Deus. Em Ezequiel 35 é anunciado o julgamento do Monte Seir – que é Edom. Em Ezequiel 36 é sobre as promessas de Deus para os montes de Israel.

A palavra do SENHOR vem a Ezequiel ( Ez 35:1). Ele é ordenado a colocar seu rosto no Monte Seir e profetizar contra eles ( Ez 35:2). Monte Seir representam Edom (Gn 32:3 Gn 36:8). Ezequiel se volta para ele com uma mensagem de julgamento.

O SENHOR estende a mão para julgar os montes Seir e Edom, e faz da terra e das cidades uma desolação e um deserto ( Ez 35:3-4). Assim saberão que Ele é o Senhor. Não se trata apenas da queda de Edom, mas principalmente da honra do Senhor. Toda inimizade contra o povo do Senhor é, em última análise, dirigida contra Ele.

No livro de Ezequiel Edom, sua atitude e o julgamento de Deus já foram discutidos antes ( Ez 25:12-14), mas aqui Ele lida com Edom e sua atitude com mais detalhes. Deus aponta a eterna inimizade de Edom ao Seu povo e, portanto, a Si mesmo ( Ez 35:5). Edom ajudou a derrubar o povo de Deus pela espada quando o povo já estava passando por um momento tão difícil e estava sendo derrubado pelos babilônios ( Ez 35:5). Ele procurou tomar posse da terra do povo de Deus ( Ez 35:10) e levantou uma grande boca contra Deus ( Ez 35:13). Por todas essas razões o julgamento de Deus vem sobre ele (Oba 1:10-14; Sl 137:7).

Edom odiou e violou Israel com uma inimizade eterna ( Ez 35:5; Nm 20:14-21; Am 1:11). Essa inimizade é inextinguível e estará presente e expressa até o fim dos tempos. “No tempo da sua calamidade, no tempo do castigo do fim” refere-se a Israel no tempo da grande tribulação. É o momento em que a iniqüidade atinge seu zênite no reinado do anticristo e a inimizade das nações árabes vizinhas (cf. Ez 21:25).

O Senhor então vingará sobre Edom a iniquidade cometida por ele, o derramamento de sangue ( Ez 35:6). Edom será entregue ao derramamento de sangue e perseguido pelo derramamento de sangue. Todo o caminho de Edom é um caminho pelo qual o sangue fluiu: primeiro o sangue derramado por ele e depois o sangue dele mesmo. Na palavra hebraica para sangue, represa, que é mencionada quatro vezes neste versículo, o nome Edom ressoa.

Mais uma vez, o Senhor fala sobre como Ele tornará o Monte Seir um deserto e uma desolação ( Ez 35:7; Ez 35:3). Nem uma criatura viva será capaz de se manter lá. O SENHOR exterminará quem passar por ela e também quem quiser voltar a ela depois de um tempo. Por toda parte jazem os mortos que foram mortos pela espada ( Ez 35:8).

Como a inimizade de Edom é uma inimizade eterna, o Senhor fará de Edom “uma desolação eterna” ( Ez 35:9). As cidades não serão mais habitadas. Então Edom será forçado a concluir que Ele é o Senhor. Também ficará claro então que todos os planos de Edom de tomar posse “destas duas nações e estas duas terras”, isto é, Judá e as dez tribos ( Ez 37:22), deram em nada ( Ez 35:10).

Ele não se importa que o Senhor esteja na terra e habite no meio do Seu povo. O SENHOR não significa nada para ele, assim como todo homem ímpio pode saber que Deus existe, mas absolutamente não O percebe. Tais pessoas, por vontade própria, fazem o que querem ou até se voltam contra Deus em rebelião brutal em audácia para submetê-lo a si mesmas. Esta presunção encontra seu nadir na besta do mar (Ap 13:1-9).

O monte Seir está cheio de raiva e inveja contra Israel ( Ez 35:11; cf. Gn 27:41). Essa raiva e inveja estão por trás de seu ódio e da violência com que ele age contra Israel. O SENHOR julgará essa mente e comportamento e, assim, se dará a conhecer a Edom. Ele derrubará sobre sua cabeça a amarga inimizade com que Edom agiu contra seu irmão. Seu povo saberá assim que o poder de Deus não é diminuído e que Ele pune todos os agressores de Seu povo. Ele assim se faz conhecido “entre eles” – isto é, as duas nações de Israel ( Ez 35:10) – como seu Protetor.

Também ficará claro para eles que Ele ouviu todas as injúrias que o monte Seir falou contra os montes de Israel ( Ez 35:12). Edom ofendeu o Senhor ao ver a disciplina que Ele teve que trazer sobre Seu povo como uma ocasião para saquear Israel. Mas ele esquece que o Senhor e Seu povo são um (cf. Mt 25:40 Mt 25:45; At 9:1-5).

No final, então, seus insultos foram dirigidos ao SENHOR, como se Ele fosse impotente para libertar Seu povo do poder de seus opressores ( Ez 35:13). Edom levantou uma grande boca contra Ele e zombou Dele. O SENHOR enfatiza que Ele mesmo ouviu todas essas palavras de sua boca. Não foi dito a Ele por outros. Seu povo não reclamou com Ele sobre isso.

Quando o julgamento vier sobre Edom, não haverá piedade dele em nenhum lugar. Pelo contrário, “toda a terra” se alegrará que este povo odioso e sanguinário tenha chegado ao seu fim ( Ez 35:14). Edom receberá o mesmo tratamento que Israel recebeu e sobre o qual ele expressou sua alegria, sua alegria ( Ez 35:15; cf. Dt 32:43). Edom será medido com a mesma medida com que mediu. Todo Edom se tornará uma desolação por completo. A generalidade do julgamento não permite exceções. Pela última vez, o SENHOR diz que por isso eles, o monte Seir e todo o Edom, saberão que ele é o SENHOR ( Ez 35:9).

Notas Adicionais:

35.2 O monte Seir. É o maciço central do território dos edomitas, e representa Edom. Nenhuma promessa da restauração de Jerusalém tem muito valor para os israelitas até que seja destruída aquela fonte de idolatria e de rapina. Tanto durante as invasões dos assírios, como durante as de Nabucodonosor, os edomitas aproveitaram para se estender sobre o território conquistado.

35.10 As duas terras. Israel e Judá. 35.14. Ao alegrar-se. O mundo inteiro sentirá idêntico júbilo sobre a queda de Edom, ao que este último sentiu na queda de Jerusalém.

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