Explicação de Ezequiel 7

Ezequiel 7

Ezequiel 7 descreve a certeza e severidade do julgamento de Deus sobre Israel. O capítulo retrata uma época em que chegou o fim da terra e do povo devido à sua maldade e idolatria generalizadas.

Ezequiel 7 começa anunciando que “chegou o fim” para o povo, enfatizando que suas ações levaram a um ponto sem retorno. O capítulo usa frases como “o dia está próximo” e “chegou a hora” para transmitir a iminência do julgamento de Deus.

O capítulo descreve o caos e a devastação que se aproximam, onde a riqueza e os bens não terão valor diante da ira de Deus. Prevê violência, angústia e luto entre as pessoas à medida que a sua sociedade desmorona.

Apesar dos seus gritos de ajuda, não haverá resgate ou alívio, pois o julgamento de Deus será abrangente. Mesmo aqueles que procuram refúgio nas montanhas ou se escondem nas cavernas não escaparão às consequências.

Ezequiel 7 conclui com um apelo ao arrependimento e ao reconhecimento da gravidade da sua situação. O capítulo serve como um lembrete claro das consequências do pecado e da importância da obediência aos mandamentos de Deus.

Explicação

7:1-4 “A palavra do Senhor” vem a Ezequiel (Ez 7:1). Ele, “filho do homem”, deve falar a palavra em nome do “Senhor DEUS” e é direcionado para “a terra de Israel” (Ez 7:2). O julgamento não se limita às montanhas e colinas, o centro da terra, de que trata o capítulo anterior. O fim está chegando “nos quatro cantos da terra”, isto é, sobre toda a terra, em todos os cantos dela (cf. Is 11,12).

A palavra “fim” é mencionada três vezes em Ez 7:2-3, dando-lhe ênfase. Também é mencionado mais duas vezes em Ez 7:6 (cf. Am 8:2). O fim da terra chegou porque o Senhor está enviando sua ira contra ela (Ez 7:3). Essa é uma mensagem aterrorizante. Deve ser levado ao povo.

O Senhor deve permitir que Seu julgamento venha sobre os maus caminhos que a terra tomou. Seus julgamentos estarão de acordo com isso. Ele também os recompensará por todas as suas abominações. Tão grande é a iniquidade e tão dolorosa a zombaria do SENHOR, que Ele não poupará a terra e não terá piedade (Ez 7:4).

Quando Ele tratar a terra dessa maneira, eles saberão que Ele é o Senhor. Este refrão também é encontrado em Ez 7:9 e Ez 7:27, pelo qual este capítulo pode ser dividido em três partes. Todo o sofrimento que o Senhor trará sobre Sua terra tem o propósito de trazer o povo culpado ao reconhecimento de Sua justiça e majestade.

7:5-9 O Senhor DEUS (Adonai Yahweh) deixa Ezequiel – e por meio dele o povo – saber que o tempo de Sua paciência acabou (Ez 7:5). Sua paciência com eles acabou. Um desastre seguirá outro em rápida sucessão e está chegando! Esses desastres anunciam o fim (Ez 7:6). “O fim” é apresentado como uma pessoa despertando, movendo-se e agindo.

Quando o fim chegar, significa a queda do “habitante da terra” (Ez 7:7). Então chegou “o dia” em que a confusão prevalecerá e a alegria será silenciada. Para aqueles que pensam que esse dia lhes trará alegria, é uma desilusão, pois esse dia traz julgamento, terror e consternação (Am 5:16-20). “O dia” é o dia do Senhor, o dia em que Ele julgará abertamente e não mais se esconderá.

“Em breve” isso acontecerá, então o SENHOR derramará Sua ira sobre a terra (Ez 7:8). Ele não reterá mais Sua ira, mas a executará e julgará a terra de acordo com os caminhos pecaminosos que ela tomou. Sua raiva é completamente justificada. Ele retribuirá à terra todas as suas abominações.

Quando Ele trouxer Seus julgamentos sobre a terra, Ele não terá piedade e nada poupará (Ez 7:9). Quando Ele trouxer calamidade sobre calamidade sobre a terra, os israelitas saberão que Ele, o Senhor, ferirá (Ez 7:4 Ez 7:27).

As ações do SENHOR são apresentadas em frases curtas nos versículos anteriores. Ez 7:5-9 são em grande parte uma repetição de Ez 7:1-4. É um testemunho duplo e são, por assim dizer, exclamações feitas com grande emoção. Eles devem impressionar o povo com os horrores dos juízos vindouros que se aproximam com grande velocidade e inescapavelmente.

Notas Adicionais:

7.1-27 O capítulo inteiro vem numa forma poética, um poema lírico de lamento pela destruição do povo de Judá, que é, ao mesmo tempo, um hino de triunfo pela vindicação da justiça divina que eliminaria a idolatria e a rebelião, cujo resultado final seria levar os homens a um verdadeiro conhecimento de Deus, precedido por um sincero arrependimento (27).

7.7 Turbação. As festas pagãs nos montes se destacavam pelo prazer carnal e pecaminoso; elas foram motivo de tropeço para Judá, e portanto, da turbação na qual a nação caiu pelo castigo de Deus.

7.10 Brotou. Quanto Mais indomável o nosso orgulho, nosso amor próprio, tanto mais estaremos instigando a vara para as nossas próprias costas.

7.12 No meio da desgraça, o comércio, o negociar, não será mais um interesse que consome todas as forças do homem, não continuará a ser uma paixão que desvia o coração humano nas épocas de prosperidade e de paz. Quantas vezes na história do mundo a desgraça tem forçado nações a pensarem nas coisas eternas, quando a riqueza lhes teria destruído a alma!

7.14 Os preparativos para a batalha, e o sinal para lutar (o som da trombeta) nada aproveitam se a causa não é justa, se a luta não é em prol dos ideais que promanam de Deus.

7.15 Fora. A situação num cerco é que fora das muralhas há o perigo da morte pela mão do inimigo, e dentro das muralhas há morte, lenta pela fome e pela peste (2 Rs 7.3-4).

7.18 Pano de saco. A roupa tosca e dolorida usada pelas que estão enlutados. Calva. O costume universal entre os povos semíticos era fazer calva na testa quando da morte de um ente querido. Aos israelitas, este ato foi proibido, talvez porque seria uma desonra a Deus lamentar assim aqueles que Deus leva para estar com Ele, segundo sua soberana vontade, Dt 14.1-2.

7.19 A sua prata. “Prata” em heb. é o termo usado para “dinheiro”. Numa hora de castigo e de julgamento, aquilo pelo que os homens praticam tanta injustiça para amontoar será reconhecido como algo inútil, um fardo, um tropeço.

7.20 Soberba. Normalmente, tida por vício de confiar em si mesmo e não em Deus; aqui refere ao pecado de confiar em ídolos construídos pejas mãos humanas, de materiais, corruptíveis, inclusive a prata.

7.22 Meu recesso. O Santo dos Santos, no templo em Jerusalém.

7.26 A verdadeira riqueza de Israel fora a visão dos profetas, a aplicação da lei feita pelos sacerdotes, o conselho dado de cidade em cidade pelos piedosos anciãos locais. Mas o povo escolhera a idolatria e as alianças com nações pagãs; por isso o pouco que lhes restava já desaparecera (Mt 25.29). Só lhe restava todo o desespero descrito no versículo seguinte.

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