Explicação de Ezequiel 36
Ezequiel 36
Ezequiel 36 contém uma mensagem de esperança e restauração para Israel. O capítulo profetiza sobre a transformação da terra e do coração das pessoas, destacando a fidelidade, a misericórdia e o desejo de Deus de trazer renovação.
Ezequiel 36 começa com uma mensagem de Deus às montanhas de Israel, simbolizando a terra. O capítulo descreve como a terra foi desolada e se tornou um opróbrio entre as nações devido aos pecados de Israel.
Deus declara que Ele trará restauração à terra. Os lugares desolados serão habitados e a terra voltará a ser frutífera e abundante.
O capítulo então muda para uma promessa de renovação espiritual. Deus promete limpar Seu povo de suas impurezas e dar-lhes novos corações e espíritos. Ele removerá o seu coração de pedra e o substituirá por um coração de carne, permitindo-lhes seguir os Seus mandamentos.
Deus enfatiza que esta transformação não é por causa de Israel, mas por causa do Seu santo nome. A restauração de Israel demonstrará Sua fidelidade às nações.
O capítulo termina com uma descrição da prosperidade da terra e do retorno dos israelitas exilados. As nações reconhecerão o poder de Deus e o cumprimento das Suas promessas.
Ezequiel 36 transmite uma mensagem de renovação, enfatizando o desejo de Deus de restaurar a terra e os corações do Seu povo. O capítulo destaca a fidelidade, a misericórdia e o compromisso de Deus em trazer transformação e renovação.
Explicação
36:1–7 As nações que tomassem a terra de Israel e desprezassem o povo de Deus, especialmente a nação de Edom, seriam punidas por Jeová.36:8–15 As cidades e os campos de Israel seriam habitados, a terra seria mais fértil e próspera do que nunca, e as outras nações não mais insultariam Israel.
36:16–21 Não apenas a terra seria restaurada, mas o povo seria restaurado à terra. As razões de seu exílio foram derramamento de sangue e idolatria; eles fizeram com que o nome de Deus fosse profanado entre as nações onde quer que fossem.
36:22, 23 Paulo cita o versículo 22 em Romanos 2:24 em sua acusação de inconsistências judaicas em relação aos gentios e à lei. A fim de reivindicar Seu próprio nome, e não por causa de Israel, Deus restauraria o povo à sua pátria.
36:24–29a Os versículos 24–29 descrevem a regeneração espiritual de Israel. Deus iria purificá-los, dar-lhes um novo coração e um novo espírito (o novo nascimento), e salvá-los de... impureza. Keil comenta esta importante passagem:
A purificação dos pecados, que corresponde à justificação, e não deve ser confundida com a santificação..., é seguida pela renovação com o Espírito Santo, que tira o velho coração de pedra e coloca dentro um novo coração de carne, para que o homem possa cumprir os mandamentos de Deus e andar em novidade de vida. (Keil, “Ezekiel,” p. 110.)
Quando nosso Senhor se maravilhou com a ignorância de Nicodemos sobre o novo nascimento, esta passagem em Ezequiel é certamente um dos principais textos que Ele esperava que ele, como professor em Israel, conhecesse (João 3:10).
36:29b, 30 As colheitas de grãos e frutas aumentariam e nunca mais passariam fome. Tudo isso o Senhor faria, não porque eles merecessem, mas para a honra do Seu Nome.
36:31–38 As nações vizinhas saberão que Deus repovoou e replantou a terra. Os homens serão então tão abundantes quanto os rebanhos de animais em Jerusalém em seus dias de festa. Essas profecias tiveram um cumprimento parcial quando os judeus voltaram da Babilônia para a terra, mas o cumprimento completo aguarda o futuro reinado de Cristo.
O Israel moderno alcançou a condição de Estado em 1948. Os judeus estão mesmo agora voltando para a terra em descrença. Em breve deve ser a hora do Senhor vir.
Notas Adicionais:
36.1 Com a destruição do pior perseguidor de Israel, profetizada no capítulo anterior, o resto do livro se dedica às profecias da restauração de Jerusalém. Montes de Israel. Ezequiel tinha profetizado contra os montes de Israel quando eram estes um centro de paganismo dos cananeus (6.1-14). Na volta do Cativeiro, não mais existiam as antigas nações pagãs, que tal idolatria ensinavam.
36.2 Lugares altos. Antes da chegada dos israelitas no tempo de Josué, estes lugares eram destinados ao paganismo; na ausência dos israelitas exilados na Babilônia, às nações vizinhas pensavam que a terra de Canaã estava livre para uma volta às antigas religiões pagãs. Mas o próprio Deus reservara o território para uma futura revelação da verdadeira religião (Jo 4.19-30).
36.5 Saqueá-la. Na ausência dos israelitas, Edom reduziu a nada o território abandonado.
36.7 Levantando eu a mão. O gesto de fazer um juramento.
36.8 Prestes a vir. Logo depois de Ciro anexar a Babilônia ao império da Pérsia, em 539 a.C., deu licença aos judeus para voltarem à Palestina e restaurar o templo.
36.13 Terra que desfilha. Para os pagãos que observavam a história de Israel, as desgraças que estavam sofrendo (cf. os quatro julgamentos mencionados em 14.21); aquilo era sinal de que o país era malfadado. O que produzia ruínas, porém, era o paganismo praticado pelo povo, que assim ficava sujeito a castigos.
36.15 A ignomínia dos gentios. Esta expressão é o equivalente da frase “o opróbrio das nações” (v. 6). Isto quer dizer que o pais sofria tanto de desprezo das nações pagãs vizinhas, como do efeito profanador da sua presença na terra cujos muros foram derrubados.
36.17 A impureza dos israelitas, sua idolatria e sua desobediência aos preceitos de Deus, fora o motivo justo para sua deportação (18 e 19). Não se tratava, portanto, de motivo para os pagãos triunfarem sobre Israel, como se a religião delas obtivesse vitória sobre o povo de Deus, 20. • N. Hom. Os dons de Deus são sempre da melhor qualidade, como o fora a terra de Canaã, uma terra ideal para a agricultura, a mineração e a pecuária (Dt 8.1-10). O abuso dos dons, entretanto, é a causa de lhes terem sido retirados; neste caso de o povo ser retirado da terra que era a herança que Deus lhe concedera (19). Este é o ensinamento da Parábola dos Talentos (Mt 25.14-30).
36.20 Profanaram. Os israelitas expulsos são péssimos embaixadores de Deus, por seu caráter maligno, e por causa dos pagãos adorarem seus deuses apenas pelas vantagens materiais que pensam obter, por isso julgam a natureza de Deus pela prosperidade dos israelitas. O pensamento acha-se em Is 52.5; Rm 2.23,2 4.
36.22 A restauração de Israel fará parte da obra de Deus em converter os pagãos; já que estes profanaram o nome de Deus ao ver a sorte dos israelitas (19-21), agora este grande ato de restauração os fará glorificar o nome de Deus.
36.23 Vindicarei. A revelação da glória de Deus não é um ato de egoísmo divino, pois Deus nada ganha em ser adorado pelos seres indignos que são os homens; é uma revelação evangélica das boas novas de abertura da possibilidade da comunhão do homem com Deus e da vida com Ele na eternidade; Deus selou e completou esta obra quando nos deu Seu Filho (Jo 3.16).
36.25 Aspergirei. A idolatria dos israelitas cobria-os de impureza ritual e moral; a aspersão é um rito de purificação que simboliza a purificação do coração (Sl 51.7). A plenitude deste símbolo reside no batismo, que é um ato de pública aceitação da obra purificadora de Jesus Cristo, deixando-O limpar a consciência e a alma com uma santificação eterna (cf. 1 Pe 3.21).
36.26 Este versículo repete a promessa dada em 11.19, mas, quando esta foi pronunciada pela primeira vez, a nação idólatra ainda existia; por isso a promessa foi acompanhada por uma sentença contra os idólatras, 11.21. Agora, nas novas circunstâncias, desenvolvesse a profecia de restauração total, física e espiritual (Ez 36.26-37.28).
• N. Hom. 36.27 Porei dentro de vós o meu Espírito. É a principal, entre as promessas divinas que Ezequiel repete para o povo. Já houve o caso do Espírito cair sobre o profeta (11.5n), mas nem ele, como único atalaia no cativeiro; podia dizer que Deus: tinha posto Seu Espírito dentro de Ezequiel. A presença da Espírito Santo dentro do homem depende inteiramente da obra de Jesus Cristo (Jo 16.7-14). Esta presença começou no dia de Pentecostes, dando aos crentes as qualidades e virtudes que fariam deles fiéis embaixadores de Jesus Cristo (At 2.1-4 e 37-47; 1 Co 12.1-11; Gl 5.22-26).
36.35 Jardim do Éden. A restauração da terra de Israel, descrita nos vv. 33-38, seria como o paraíso na terra.
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