Explicação de Ezequiel 23

Ezequiel 23

Ezequiel 23 apresenta uma alegoria que usa a metáfora de duas irmãs, Oolá e Oolibá, para retratar a infidelidade do reino do norte de Israel (Oolá) e do reino do sul de Judá (Oolibá). O capítulo usa linguagem explícita para ilustrar sua idolatria, alianças e julgamento subsequente.

Ezequiel 23 começa apresentando Oolá e Oolibá como irmãs que se prostituíram no Egito. Estas irmãs alegóricas simbolizam as nações de Israel e Judá, retratando a sua infidelidade espiritual através das suas ações.

O capítulo descreve a idolatria e as alianças de Oolá com outras nações, que a afastaram de Deus. Da mesma forma, Oolibá segue os passos de sua irmã, engajando-se na adoração de ídolos e formando alianças.

O julgamento de Deus é descrito como Ele permitindo que nações estrangeiras executassem justiça nessas irmãs infiéis. O capítulo utiliza linguagem gráfica para ilustrar as consequências das suas ações, destacando a gravidade da sua rebelião.

Apesar da sua infidelidade, o capítulo sugere a intenção de Deus de restaurá-los no futuro. Fala do desejo de Deus pelo retorno deles a Ele, mesmo depois de seu severo castigo.

Ezequiel 23 usa alegorias vívidas para transmitir a história da infidelidade de Israel e Judá e a resposta de Deus. O capítulo serve como uma advertência contra a infidelidade espiritual e as consequências da idolatria.

Explicação

23:1–4 Esta é a parábola de duas irmãs prostitutas, Oolá, a mais velha, e Oolibá, sua irmã. Oolá era Samaria, e Oolibá era Jerusalém.

23:5–10 Oolá significa [ela tem] sua própria tenda. Samaria havia estabelecido seu próprio centro de adoração. O templo de Deus ficava em Jerusalém.22 Oolá se prostituiu para os cavaleiros de boa aparência e machos da Assíria; por isso, ela foi abandonada por Deus aos seus amantes, e eles descobriram sua nudez e a mataram à espada.

23:11-21 Oolibá (minha tenda está nela) foi ainda mais longe em sua prostituição idólatra e imoralidade. Primeiro ela cobiçou os assírios, assim como Israel havia feito (vv. 12, 13). Então ela adorou as imagens dos homens da Babilônia retratados em vermelhão. Ela os cobiçou e enviou mensageiros a eles, convidando-os para sua terra (2 Reis 16:7). Recordando seus pecados juvenis na terra do Egito, ela também multiplicou sua prostituição e se entregou aos babilônios para cometer uma terrível imoralidade.

23:22-35 Como resultado, Deus destruiria Oolibá por meio de seus amantes babilônicos. Aqueles jovens desejáveis ​​que ela desejava iriam tratá-la com ódio. Ela tentou encontrar satisfação no mundo carnal, à parte de Deus. Agora seus pecados devem ser julgados. Os versículos 33 e 34 descrevem os sintomas de depressão e desespero, que encontramos por toda parte hoje. Somente se bebermos da água viva de Deus, nunca mais teremos sede.

Notas Adicionais:

23.1 Este capítulo é uma das mais violentas acusações que já foi lançada contra uma nação. Qualquer busca de alianças internacionais com a Assíria, ou Egito, ou Babilônia (vv. 3, 5 e 15), nas quais os israelitas receberiam vantagens carnais em troca da aceitação da idolatria dessas nações pagãs, era adultério contra a fidelidade a Deus.

23.14 Pintados na parede. Tais pinturas seriam o substituto dos jornais internacionais, que não existiam: naquela época.

23.17 Enjoada. Tão acostumada à intriga internacional, à traição; e à rebelião era a nação judaica, que o próprio fato de contrair uma aliança lhe fez odiar os novos aliados.

23.20 A linguagem aqui é a mais brutal na Bíblia inteira: é necessário compreender que uma vida humana sem fé em Deus, sem fidelidade à Sua palavra, é mais horrenda perante Deus do que as mais terríveis brutalidades perante a sociedade humana.

23.23 Pecode... Soa... Coa. Eram cidades entre a Babilônia e o Elão, habitadas por caldeus, mas que não faziam parte da Caldeia.

23.25 O nariz e as orelhas. Os egípcias e os assírios puniam as mulheres adúlteras desta maneira bárbara. Note-se que a linguagem figurada do adultério está misturando com a linguagem política internacional, da qual este capítulo é uma descrição parabólica (v. 24 é uma descrição da invasão).

23.28 Deixaste. A referência imediata é rebelião do rei Zedequias contra os caldeus que, segundo v. 29 e 2 Cr 36.10-21, não hesitaram em lhe aplicar uma punição à altura da traição.

23.32 O copo de tua irmã. Beber o copo é uma expressão bíblica que quer dizer ”participar plenamente da sorte”, Aqui significa sofrer o mesmo fim trágico que coube a Samaria (2 Rs 17.3-6).

23.36 Oolá. Heb aholah, significa “tenda dela”. • N. Hom. A tenda é o tabernáculo erguido nos altos para adorar os ídolos e para praticar adultério, que fazia parte deste culto; que é ”dela” própria, significando que, desde a separação das dez tribos, Israel deliberadamente escolhera sua própria religião (1 Rs 12.25-33) que, aliás, logo se entregou ao paganismo de Tiro, 1 Rs 16.29-34. Oolibá. Heb aholibah, significa “minha tenda está nela”. É Jerusalém, a cidade onde o tabernáculo de Deus, seguindo as instruções dadas para a tenda no deserto, foi erguido em forma de um templo permanente, o lugar aonde os israelitas fluíram para dirigir suas súplicas à presença divina (1 Rs 8.22-53). Há uma grande diferença entre a religião inventada pelo homem e a revelada pela presença do Senhor. Mas ai de quem, tendo aprendido a verdadeira religião, torna-se infiel (Hb 10.2829); ficará como Oolibá, tida como pior do que Oolá (16.52).

23.39 Os costumes pagãos de Canaã eram tão profundamente arraigados na mente dos hebreus os quais nem se reconheceram como infiéis a Deus, devido à observância das liturgias, tradições, costumes e crendices do ambiente em que viviam.

23.42 Bêbados. Até os ferozes habitantes do deserto, os beduínos, quiseram tomar parte na aliança política contra Nabucodonosor.

23.45 Culpa de sangue. Pecado passível de morte (Lv 20.10-17).

23.48 Todos as mulheres. As nações ao derredor, que haveriam de aprender uma lição de retidão, ao contemplar a punição sofrida pelos judeus. Já que os descendentes de Abraão se recusavam a ser uma bênção para as nações (Gn 12.2-3) por meio da pregação da Palavra de Deus e da sua vida exemplar, então sua punição era exemplo que redundava em bênçãos.

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