Explicação de Ezequiel 1

Ezequiel 1

Ezequiel 1 descreve uma visão onde o profeta Ezequiel vê seres estranhos e poderosos com quatro faces e asas. Eles se movem com propósito e coordenação, acompanhados por rodas cobertas de olhos. Acima deles está uma figura em um trono irradiando luz. Esta visão vívida destaca a presença majestosa de Deus e apresenta o chamado profético de Ezequiel.

Explicação

No início do livro, Ezequiel já estava em cativeiro, tendo sido levado em uma das deportações anteriores. Mas ele profetizou sobre a destruição de Jerusalém seis ou sete anos antes de acontecer. Ezequiel tinha provavelmente trinta anos de idade nessa época (“no trigésimo ano”). Os primeiros vinte e quatro capítulos foram escritos antes da queda de Jerusalém, mas depois das primeiras deportações.

O primeiro capítulo é retomado com uma visão da glória de Deus entre os cativos. Ezequiel viu primeiro um redemoinho feroz vindo do norte. Então ele viu quatro seres viventes, cada um dos quais tinha quatro faces (leão, boi, águia, homem), 4 quatro asas, pés retos e mãos debaixo das asas. As criaturas simbolizam os atributos de Deus que são vistos na criação: Sua majestade, poder, rapidez e sabedoria. Muitas nações se esquecem do Deus acima da nuvem, que está sentado no trono. Eles adoram os atributos criativos em vez do próprio Criador.

Acima do firmamento havia um trono, com o Senhor da glória assentado sobre ela. Ao lado de cada um dos seres viventes havia uma roda, ou melhor, uma roda dentro de uma roda (talvez uma roda em ângulo reto com a outra como um giroscópio). Assim, a visão parece representar uma carruagem-trono, com rodas... na terra, quatro seres viventes sustentando uma plataforma, e o trono de Deus acima dela. Foi esta visão da glória de Deus que precedeu o chamado de Ezequiel para o ministério profético.

A passagem evoca a resposta no belo hino de Faber:
Meu Deus, quão maravilhoso és Tu,
Tua majestade quão brilhante,
Quão belo o Teu propiciatório,
Nas profundezas da luz ardente!
Quão pavorosos são os Teus anos eternos,
Ó eterno Senhor:
Por espíritos prostrados dia e noite
Incessantemente adorado!
Pai de Jesus, recompensa do amor,
Que arrebatamento será
Prostra-te diante do Teu trono para mentir,
E olhar, e olhar para Ti.
— Frederico William Faber

Ezequiel explica o que ele viu em 43:3 como “a visão que tive quando Ele 5 [ marg. NKJV ] veio para destruir a cidade”. Em outras palavras, a visão mostrava Deus em Sua glória vindo do norte para julgar Jerusalém, sendo os babilônios os agentes de Seu julgamento.

Notas Adicionais:
1.1 No trigésimo ano. O livro começa com a data internacional, o trigésimo ano do império da Babilônia, que começou com a dinastia de Nabopolassar (626-605 a.C.). Este levou apenas cinco anos para acrescentar à antiga cidade de Babei os territórios ao seu redor, forçando os assírios a recuar para seu próprio país. Se Ezequiel está usando esta data, 621 a.C. para o início do novo império, estamos no ano 593 a.C., v. 2. Quebar. Um grande canal que irrigava a parte oriental da cidade da Babilônia. É provável que os cativos estivessem sendo usados para completar a construção deste rio artificial.

1.2 Quinto ano de cativeiro. O livro prosseguirá doravante com as datas locais da comunidade judaica. Joaquim foi para o cativeiro em 597 a.C., e, aquela hora, foi para Ezequiel o fim da sua nação, pois os líderes da corte, do templo e do comércio e indústria também foram levados ao cativeiro (2 Rs 24.10-16). Não há dificuldade em fixar a data mencionada aqui como 593 a.C.

1.4 Vento. A visão começa com a vinda de algo parecido, um tipo de furacão que aparece na região, segundo as descrições locais.

1.5 Seres viventes. Estes seres se definem especificamente como querubins no cap. 9 onde se podem procurar as notas explicativas.

1.15 Uma roda. Veja as notas explicativas de 10.9-13.

1.18 E metiam medo. Ninguém sabe ao certo como traduzir esta frase. Seria “tinham raios” ou “tinham algo temível”.

1.22 Cristal brilhante. A descrição da visão do trono de Deus, dada em Ap 4.1-8 menciona este cristal juntamente com os relâmpagos, que devem ter alguma relação com o “metal brilhante” mencionado no v. 4, já que os israelitas usam esta palavra para eletricidade, na língua hebraica moderna. Em Apocalipse vemos que a função dos querubins era glorificar a Deus; aqui revelam a glória de Deus em visões, ali o fazem cantando “Santo, Santo, Santo”.

1.26 Algo semelhante. Esta frase é uma chave para todas as visões aqui descritas. A glória de Deus é grande demais para se conter dentro de qualquer objeto físico, mas nossos olhos fracos, humanos, só podem contemplar coisas terrestres. Por isso é que as coisas eternas de Deus podem ser vistas e descritas pelos homens em termos bem humanos, como algo que existe na terra.

N. Hom. 1.28 Caí. A confiança que o homem tem em si mesmo abala-se perante a revelação da glória divina. Só quando nos humilhamos dessa maneira perante Deus, é que estamos em condições de sermos instruídos por Ele para sermos seus discípulos, e depois, sermos seus mensageiros. Quando reconhecemos plenamente nossos pecados, é que, então, convertidos a Deus, podemos receber a consolação do Espírito Santo que nos põe em pé para daí em diante andarmos nos caminhos de Deus, 2.2. Esta foi a experiência de Isaías (Is 6.1-8); de Daniel (Dn 10.8-12); do apóstolo Paulo (At 26.13-20); e é a de todos os que creem em Jesus (Ef 2.1-10).

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