Explicação de Jeremias 25

Jeremias 25

Jeremias 25 descreve o julgamento de Deus sobre Judá e as nações vizinhas. O capítulo fala de um período de setenta anos de cativeiro na Babilônia como consequência da desobediência e idolatria do povo. Enfatiza a recusa das nações em atender às advertências de Deus através dos profetas. O capítulo retrata Babilônia como instrumento de julgamento de Deus e alerta sobre a desolação das nações. O capítulo também inclui uma mensagem contra a própria Babilônia, prevendo sua queda após cumprir seu propósito. Jeremias 25 transmite uma mensagem sobre as consequências da desobediência persistente e a certeza do julgamento de Deus. Destaca a importância de atender às advertências de Deus e o papel das nações como agentes da disciplina divina.

Explicação

Jeremias havia advertido todo o povo de Judá por vinte e três anos; outros homens de Deus não cessaram de chamá-los ao arrependimento. Por não ouvirem, seriam levados cativos pelo servo de Deus, Nabucodonosor, e permaneceriam no exílio por setenta anos.

A razão pela qual o cativeiro durou setenta anos e Deus disse aos judeus com antecedência quanto tempo duraria é indicado em 2 Crônicas 36:20, 21:
E os que escaparam da espada ele levou para a Babilônia, onde se tornaram servos dele e de seus filhos até o domínio do reino da Pérsia, para cumprir a palavra do Senhor pela boca de Jeremias, até que a terra se deleitasse Sábados. Enquanto ela ficou desolada, ela guardou o sábado, para cumprir setenta anos.
Levítico 25:3–5 ensina que a terra deveria ficar em pousio a cada sete anos. O povo desobedeceu a essa lei.

25:12-29 A esperança de um retorno rápido era, portanto, uma mentira. Após os setenta anos, Deus dirigiria Sua ira contra os caldeus (babilônicos). Sob o símbolo de um copo de vinho, Jeremias é instruído a pronunciar a fúria de Deus sobre Judá e sobre outras nações a serem esmagadas por Nabucodonosor e, finalmente, sobre o próprio Nabucodonosor (rei de Sesaque). Por suas declarações proféticas, Jeremias deve dizer a essas nações que elas devem beber o cálice da ira de Deus. Se Deus punir Jerusalém primeiro, as nações dificilmente podem esperar escapar.

25:30–38 Esses versículos amplificam os terrores do cálice da ira feroz de Deus, usando palavras descritivas e poéticas como rugido, grito e barulho para descrevê-lo. Os líderes do rebanho dos judeus lamentarão porque o Senhor saqueou seu pasto.

Notas Adicionais:

25.1 Ano quarto de Jeoaquim. Cerca de 606 a.C., antes da chegada de notícias sobre a vitória de Nabucodonosor em Carquemis. A vitória foi em junho de 605 a.C., e colocou a Babilônia em primeiro lugar como império.

25.3 Vinte e três anos. Entre 626 e 604 a.C., dezessete anos sob Josias, três meses sob Jeoacaz, seis anos sob Joaquim.

25.4 De madrugado. Desde o princípio da história da nação; e também durante cada momento da vida dos, profetas (Is 50.4).

25.5 Convertei-vos. Apelo constantemente feito no livro de Jeremias.

25.6 Me provoqueis. A referência é à fabricação de ídolos, e à sua adoração (Êx 20.4-6; Is 44.15-17).

25.9 Meu servo. Predicativo geralmente usado para aqueles que adoram a Deus, mas também os próprios reis e nações estão sujeitos ao comando e ao serviço de Deus para realizarem Sua vontade.

25.10 Mós. As pedras do moinho que eram ouvidas diariamente nas vilas, um dos sinais perenes de vida (Ap 18.22). Candeeiro. Assim como a mó era um sinal de rotina diurna, o candeeiro era, obviamente, um sinal noturno de que havia pessoas num local.

25.11 Setenta anos, 29.10; Dn 9.2. A queda de Jerusalém e o cativeiro ocorreram em 587 a.C., o novo templo da Restauração foi construído em 516 a.C.

25.16 Bebam. Assim como a Babilônia escravizara a Judá, semelhantemente, Deus escravizará e abolirá. Tremam. Um sinal de espanto e impotência, confusão e desmaio.

25.19 Faraó. Na escrita hieroglífica egípcia é a palavra Perâa, que significa “casa grande”. Posteriormente, isso se tornou título do próprio governante.

25.20 Misto. Estrangeiros que viviam no Egito. Aqueles que vivem num país estrangeiro por motivos comerciais, ou outros motivos, sem perder sua própria nacionalidade. Uz. Uma tribo aramaica que vivia a leste e nordeste de Edom (Gn 10.23). Asdode. Cidade da Filístia. O povo que sobrou após um cerco de 29 anos pelo rei egípcio Psamético I (reinou de 666 a 610 a.C.).

25.22 Terras dalém do mar. Terras costeiras, lit., onde os marinheiros buscam descanso e refúgio. Expressão usada para referir-se às colônias implantadas pelos fenícios nas praias do Mediterrâneo.

25.23 Dedã. Uma tribo que descendia de Abraão por sua esposa Quetura (Gn 10.7), e que vivia a sudeste de Edom. Suas caravanas mantinham comércio entre Tiro e a Arábia (Ez 27.15, 20; 38.13). Tema. Modernamente Teimá, a 400 quilômetros a sudeste de Edom, ismaelitas (Gn 25.15). Buz, Gn 22.21; Jó 32.2. Cabelos. Vd. 9.26n.

25.24 Reis da Arábia. Os líderes de várias tribos do norte da Arábia, visto que o termo do AT para Arábia não se estende a toda a moderna Arábia. Misto, vd. v. 20. Este grupo, vivia no deserto.

25.25 Zimri. Há incerteza, ainda que possivelmente fosse um povo no nordeste da Assíria. Elão. Mais para o leste, cerca de 300 quilômetros a leste da Babilônia, do outro lado do rio Tigre (Dn 8.22; At 2.9).

25.26 Todos os reinos. Realmente os anos que se seguiram marcaram a destruição de quase todas as nações então conhecidas pelos exércitos da Babilônia, conforme profetizado em Is caps. 13-24; Ez caps. 25-32.

25.29 Cidade. Jerusalém é a cidade de Deus, e é a primeira a enfrentar sua especial responsabilidade. Comp. Am 3.2; 1 Pe 4.17.

25.30 Rugirá. Como o rugido aterrorizante de um leão (Am 1.2). Um contraste com aquele que é o “Bom Pastor”. Malhado. Alojamento, residência, símbolo da Terra Santa, incluindo Jerusalém e o templo. Eia! Um termo técnico próprio para o grito dos pisadores de uvas (Is 16.10; Ap 14.14-20), ou para o grito ao se começar a batalha.

25.32 Grande tormento. Uma grande tempestade que teve início no horizonte, vinda dos limites extremos da terra, passando de nação a nação. Esses versículos ultrapassaram qualquer coisa cumprida nos tempos de Nabucodonosor ou desde então. Têm aterrorizante mensagem apocalíptica.

25.34 Donos dos rebanhos. Isso nos lembra dos homens principais e mais ricos das nações, que deveriam ter sido representantes de Deus e guias espirituais do povo, mas, que em lugar disso são objetos de Seu furor a ponto de não poderem encontrar lugar de refúgio.

25.35 Refere-se à malfadada tentativa do rei Zedequias, de escapar e fugir com alguns de seus guerreiros (2 Rs 25.4-7).

25.37 Brasume. Furor, fúria, calor de ira, abrasamento, (4.8, 26; 12.13; 30.24; 40.37; 51.45). Uma palavra muito comum nos escritos de Jeremias.

25.38 Tendo-se transformado em desolação, Judá foi necessariamente abandonada pelo Senhor, assim como um leão abandona sua vítima quando seu esconderijo é destruído (26.1-24) O sermão foi feito (7.1-15) talvez durante a festa dos Tabernáculos (setembro a outubro), 609 a.C.

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