Explicação de Jeremias 3
Jeremias 3
Jeremias 3 continua o tema da infidelidade de Israel e do desejo de Deus pelo seu arrependimento. O capítulo usa a metáfora de uma esposa infiel para descrever o relacionamento de Israel com Deus. Retrata seu adultério espiritual e idolatria, levando à sua queda. Apesar disso, o capítulo fala do convite de Deus ao retorno e das promessas de perdão. Enfatiza o reconhecimento do povo da sua culpa e a disposição de Deus para curar o seu retrocesso. Jeremias 3 transmite uma mensagem da misericórdia de Deus e da importância do arrependimento genuíno. Ressalta a ideia de que a graça de Deus está sempre disponível para aqueles que se voltam para Ele.
Explicação
3:1–5 De acordo com Deuteronômio 24:1–4, um homem não poderia se casar novamente com sua esposa divorciada se ela tivesse se casado com outro homem nesse meio tempo. Judá teve muitos amantes, mas o Senhor ainda a convida a voltar. Sua promiscuidade trouxe poluição e seca na terra, mas ela era tão sem vergonha quanto uma prostituta. Ela falou com Deus em palavras de arrependimento fingido, mas Ele conhecia suas más palavras e ações.3:6–14 Israel, o Reino do Norte, praticou prostituição grosseira e recusou-se a retornar ao Senhor. Judá a viu capturada pelos assírios, mas persistiu em seu pecado, recusando-se a retornar ao Senhor. Assim, porque as Dez Tribos de Israel apóstatas eram mais justas do que o traiçoeiro Judá, Deus os convida a retornar a Ele em arrependimento e confissão para que Ele possa trazê-los de volta a Sião.
Observe no versículo 8 que Deus se divorciou de Israel e que foi por causa do adultério. As palavras do Salvador em Mateus 19:9 são consistentes com isso. Ele ensinou que o divórcio é permitido para um parceiro inocente quando o cônjuge é culpado de imoralidade. Quando lemos em Malaquias 2:16 que Deus odeia o divórcio, isso deve significar divórcio não bíblico, nem todo divórcio.
3:15–18 Esses versículos antecipam o Milênio. Deus lhes dará pastores segundo o Seu coração, que os alimentarão com conhecimento e entendimento. Não haverá então necessidade da arca da aliança porque o próprio Messias estará lá. Jerusalém será a capital mundial e chamada O Trono do Senhor. Israel e Judá serão restaurados da dispersão mundial e reunidos.
3:19 Aqui temos um diálogo futuro entre Jeová e Seu povo. Ele cobiça o melhor para eles, mas seus pecados os excluíram da bênção. Eles respondem com choro contrito. Mais uma vez Ele os chama para retornar. Eles confessam que os ídolos são um engano, que Deus é a única salvação, que sua apostasia lhes custou caro e que agora estão cobertos de vergonha e reprovação.
Notas Adicionais:
3.1 Quando uma mulher recebia uma notificação de divórcio da parte de seu marido, e se casava com outro, e se este, por sua vez, também lhe desse notificação de divórcio, isso não lhe daria o direito de casar-se novamente com seu primeiro marido (Dt 24.1-4). Torna. Expressão de clemência da parte de Jeová.
3.2 Assim como o pirata beduíno ansiava por assaltar uma caravana que passava, semelhantemente Israel ansiava por adorar os deuses falsos.
3.3 As chuvas serôdias caíam em março e abril, a segunda estação chuvosa temporã. As “primeiras” chuvas (Tg 5.7) caíam de outubro a dezembro (vd. 5.24d).
3.6 “Pérfida apóstata”. Jogo de palavras sobre os dois sentidos da raiz hebraica que significa voltar as costas a Jeová e voltar-se para Jeová.
3.8 Divórcio. Sucedeu, ao enviar o reino do norte, Israel, para o exílio. Judá viu o que sucedeu à sua irmã, mas não temeu o julgamento vindouro.
3.9 Pedras e árvores. Ídolos de pedra e madeira, além de pilares e postes erigidos em honra aos deuses de seus vizinhos. A idolatria é o adultério espiritual.
3.10 Fingidamente. Embora Josias tivesse feito uma reforma vigorosa, esta não atingiu os corações do povo (vd. nota em 44.18).
3.11 Judá tinha mais vantagens do que Israel: uma sucessão de reis da dinastia de Davi, o templo, os levitas e o exemplo de Israel como advertência.
3.12 Norte. Na direção da Assíria e da Média. As dez tribos foram levadas cativas para ali, em 722 a.C.
3.13 Transgrediste, rebeldia ou revolta, apostasia ou disputa.
3.14 Embora se tivessem afastado de Jeová, e agora estivessem em uma terra distante padecendo necessidades, podiam contar com a recepção por parte do Pai, se retomassem em espírito filial (Lc 15.19).
3.16 Arca. Na lei, servia de símbolo do trono de Jeová. A arca, com o seu propiciatório, que assinalava a presença de Jeová, era o centro da reverência.
3.17 A glória de Jeová e Sua presença visível manifestar-se-iam por toda a cidade santa. Como habitação de Jeová, receberia o título de “Trono de Jeová”, assim substituindo a arca como trono de Deus. Nações. Os gentios também participarão do reino vindouro de Jeová, em Jerusalém. • N. Hom. A prostituição descrita neste capítulo é o fato de ir atrás de outros deuses, da maneira descrita em Dt 13.1-11, ou deixar de adorar a Deus da maneira descrita em Rm 12.1-2, servindo-O integralmente. A falta de fidelidade à nossa vocação cristã é uma das formas mais condenáveis de prostituição.
3.19 Não se trata de uma pergunta, mas de uma expressão de desejo. Filhos. Temos aqui a doutrina de Deus, por meio de sua graça, adotando os indignos e rebeldes, que tinham se tornado piores do que os próprios pagãos. Deus queria tratá-los como filhos; dotados de direitos de herança (cf. Gl 3.18; 1 Pe 1.4; Rm 8.17).
3.21-4.4 As condições do arrependimento sempre resultam na remoção dos santuários pagãos e no reconhecimento do direito exclusivo de Deus, jurando-se apenas pelo seu nome (4.2), e corações purificados.
3.24 Vergonhosa. Heb bosheth. Baal, deus da vergonha que trazia a desgraça, cuja adoração é um opróbrio ao seu adorador. É a palavra usada para não ser mencionado o nome de “Baal”. 3.25 Deitemo-nos. O arrependimento por causa dos erros do passado certamente viria tão forte, que seriam vencidos pela emoção e cairiam prostrados, (2 Sm 12.16; 13.31; 1 Rs 21.4, quanto à prática de tal costume sob sentimentos dolorosos).
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