Explicação de Jeremias 36

Jeremias 36

Jeremias 36 descreve a escrita e a leitura pública das profecias de Jeremias. O capítulo começa com Deus instruindo Jeremias a escrever todas as palavras que Ele falou contra Israel, Judá e as nações. Jeremias dita essas profecias a Baruque, seu escriba, que as lê em voz alta no templo durante um dia de jejum. A leitura é ouvida por vários oficiais, que a relatam ao Rei Jeoiaquim. O rei ordena que o pergaminho seja lido para ele e, ao ouvir seu conteúdo, corta-o em pedaços e queima-o. Deus então instrui Jeremias e Baruque a reescrever o pergaminho, incluindo mais profecias de julgamento. O capítulo enfatiza as consequências da rejeição da mensagem de Deus e da determinação de preservar e proclamar a Sua palavra apesar da oposição. Jeremias 36 transmite uma mensagem sobre a importância da palavra de Deus e a resiliência daqueles que a transmitem fielmente, mesmo quando confrontados com oposição e rejeição.

Explicação

36:1–10 No quarto ano de Jeoiaquim, o Senhor ordenou que Jeremias escrevesse todas as profecias que ele havia feito; estes foram ditados a Baruque e lidos por ele publicamente no templo um ano depois. Nenhuma explicação é dada por que Jeremias foi impedido de ir. Ele não estava preso neste momento, mas certamente era um homem caçado.

36:11–19 Quando Micaías ouviu as profecias, ele relatou imediatamente aos príncipes. Eles, por sua vez, chamaram Baruque e pediram que ele lesse as profecias para eles. Então eles disseram a Baruque que ele e Jeremias deveriam ir se esconder e não deixar ninguém saber onde eles estavam.

36:20–26 Quando os príncipes relataram o assunto ao rei (Jeoiaquim) na corte, ele mandou buscar o rolo. Enquanto Jeúdi lia para ele, o rei cortou partes do rolo (a Palavra de Deus) e as jogou no fogo, uma imagem perfeita do que liberais e racionalistas têm feito com a Palavra de Deus desde então. Eventualmente, todo o pergaminho foi consumido, embora contra os protestos de três dos príncipes. O rei procurou Baruque e Jeremias, mas o Senhor os escondeu.

36:27–32 Depois que o rei queimou o rolo, Jeremias reescreveu as profecias, acrescentando uma seção apropriada sobre o terrível destino de Jeoiaquim! O fato de Joaquim ser filho de Jeoaquim e seu sucessor (2 Rs 24:6) parece invalidar a maldição do versículo 30a. A explicação usual é que Joaquim reinou por apenas três meses, não o suficiente para ser significativo.

Notas Adicionais:

36.3 Escreve. Este capítulo registra o ato de escrever pelo menos parte do livro de Jeremias. Por Dn 9.2; sabemos que Daniel leu alguns dos escritos de Jeremias, no fim dos 70 anos de cativeiro. O rei procurou destruir a palavra de Deus (36.23), mas Deus a preservou (36.28, 32). Na sua inspiração, a palavra era de Deus; a boca que proferira as palavras fora a de Jeremias; a pena que as registrou fora a de Baruque (32.12; cf. 4.4). Josias, até hoje, as profecias de 23 anos de ministério.

36.5 Encarcerado, não na prisão (19, 26). A mesma palavra que ocorre em 33.1. Talvez tivesse sido proibido entrar na área do templo, desde o sermão do templo (7.1-15; 26.1-6), ou por causa de impureza cerimonial.

36.6 Dia de jejum. Provavelmente um dia especialmente designado, devido a uma crise ou seca. Tempo, 604 a.C., quando Nabucodonosor avançava contra Asquelom. O Mishnah diz que nenhuma chuva havia caído até o primeiro dia de Quisleu (novembro/dezembro), quando um jejum de três dias foi observado Jeremias aproveitou uma ocasião quando havia grande número de pessoas no templo. Na lei o único jejum fixado era o dia da Expiação, no sétimo mês.

36.7 Bem acolhidas., lit. “suas súplicas cairão”, isto é, cairão perante os olhos de Jeová, sendo ouvidas e aceitas por Ele.

36.9 Mês nono. O mês que se iniciou a 4 de dezembro de 605 a.C. Os meses israelitas sempre começam em dias diferentes quando comparados com o nosso calendário. (Vd Nota de 2 Cr 5.3).

36.10 Câmara de Gemarias. Vd. 35.2. Gemarias era um dos escribas particulares dos reis, um importante ministro de Estado (1 Rs 4.3; Is 37.2). Era príncipe, e provavelmente irmão de Aicã, filho de Safã (amigo e protetor de Jeremias. Vd. 26.24n). Safã foi aquele que, 18 anos antes, havia trazido e lido o rolo de Deuteronômio a Josias, depois que fora descoberto pelo sumo sacerdote Hilquias, no templo (2 Rs 22.8-10). Porta Nova e príncipes. 12 Vd. 26.10n.

36.12 Câmara do escrivão... Elisama. O Secretário de Estado, seu escritório era ponto de reunião dos príncipes.

36.14 Jeudi. É incomum que três gerações se tivessem dedicado a esse cargo secundário. Possivelmente porque Cusi (que quer dizer “etíope”) deixa inferido que ele era de origem etíope, que adorava a Jeová. Nesse caso, ele ou seus pais se tinham tornado judeus naturalizados.

36.16 Entreolharam-se ou espantaram-se. Pelas expressões e gestos, e por suas palavras, demonstram temor mútuo.

36.18 Tinta. Feita de uma mistura de negro cor de fumo com goma aquosa. As cartas de Laquis mostram uma tinta cujo teste exibe possíveis sinais de ferro, seiva de carvalho e cobre. Livro. Naquela época, era na forma de um rolo de pergaminho, feito de couro de ovelhas.

36.20 Átrio. Um átrio aberto, no interior do palácio.

36.22 Casa de inverno. A parte mais bem abrigada da casa era chamada “casa de inverno”, e a parte mais ventilada era chamada “casa de verão”. Durante o frio e o mês chuvoso de dezembro, um braseiro com brasas era posto no centro do aposento para aquecê-lo.

36.23 Cortou-o. O verbo subentende uma ação repetida., “ficou cortando”. O rei queimou-o pedaço a pedaço.

36.24 Registra-se aqui o endurecimento do coração de um povo que, ao ouvir a palavra de Deus, não se sente comovido nem arrependido.

36.26 Silenciar a voz que quer falar à consciência é o caminho falso dos pagãos, que pensam em obter assim a paz de espírito.

36.28 A palavra de Deus não se deixa emudecer por meios humanos.

36.30 Vd. nota em 22.24, 30. Geada. É comum, na altitude de Jerusalém, no inverno.

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