Explicação de Jeremias 51

Jeremias 51

Jeremias 51 profetiza a queda da Babilônia devido à sua maldade e idolatria. Enfatiza a justiça, a soberania de Deus e o contraste entre os falsos deuses e o verdadeiro Deus. O capítulo também instrui Israel a fugir da Babilônia para evitar seu castigo e destaca a promessa de restauração de Deus para Seu povo.

Explicação

51:1-19 Deus enviará um destruidor para a Babilônia (Leb Kamai é uma palavra de código que significa “O coração [ou meio] daqueles que se levantam contra mim”) que não poupará; isso será evidência de que Ele não abandonou Israel e Judá. Deus usou a Babilônia como uma taça dourada de julgamento para fazer as nações cambalear; agora experimentará a vingança do Senhor. Exilados judeus na Babilônia estão falando nos versículos 9 e 10 em nome de todas as nações que foram conquistadas pela Babilônia. A grandeza de Deus é contrastada com os ídolos; o verdadeiro Deus é o Deus de Israel e Judá.

51:20–37 Os versículos 20–23 são dirigidos aos medos; o versículo 24 é provavelmente destinado a Judá. Então o versículo 25 reverte para Babilônia novamente (“o monte destruidor”). Deve ser um deserto perpétuo, sem habitante, um amontoado de ruínas, o refúgio de animais selvagens. Os habitantes de Judá e Jerusalém estão falando nos versículos 34 e 35.

51:38–44 Esses versículos tiveram um cumprimento parcial em 539 a.C. Os medos capturaram Babilônia enquanto Belsazar e sua corte estavam festejando e bebendo (Dan. 5). No entanto, a cidade não foi saqueada naquele momento. O mar refere-se a futuros invasores conquistadores.

51:45-51 Os cativos judeus foram avisados ​​para deixar a cidade antes do ataque e retornar a Jerusalém o mais rápido possível.

51:52–58 A cidade orgulhosa cairá, suas imagens esculpidas serão destruídas, suas jactâncias serão caladas, seus líderes serão mortos e suas muralhas serão arrasadas.

51:59–64 Jeremias ordena a Seraías que leve consigo essas profecias escritas contra Babilônia para o cativeiro. Depois de lê-los, ele deve afundá-los no Eufrates – uma imagem da condenação da Babilônia. Cronologicamente, esses versículos pertencem ao capítulo 29.

Notas Adicionais:

51.1 Lebe-Camai: significa a Caldeia nome do território da Babilônia. Significa lit. “o coração daqueles que se levantam contra mim”. É a forma heb igualmente usada em 25.26; 51.41. Outros significados são “centro de” ou “meio”, ou seja, o centro da hostilidade contra Jeová.

51.2 Padejadores, que separam o cereal da palha, símbolo de julgamento.

51.5 Enviuvaram: A figura em Is 54.4. A palavra, aqui é masculina, contrária à figura na qual Israel é a esposa e Jeová é o esposo. Cheia de culpas: Por causa de sua idolatria (50.2, 38).

51.6 Fugi: Palavras dirigidas aos judeus que residiam na Babilônia (v. 45; 50.6; Is 48.20; 52.6).

51.7 Enlouqueceram: Estavam perplexos e impotentes perante o poder da Babilônia.

51.8 Arruinada: lit., “está quebrada”, sem possibilidade de reparo.

51.9 Queríamos curar: Não os judeus mas as nações cujas riquezas estavam ligadas com o domínio da Babilônia.

51.10 Nossa justiça: lit., nossas justiças, não nossos atos de retidão, mas antes, “punindo Babilônia, Ele justificara a causa dos judeus como a Sua nação escolhida” (Sl 37.6; Is 62.1b-2).

51.11 Medos: Vindos das terras altas a leste da Babilônia. Ajudaram Babilônia a conquistar Nínive, em 612 a.C.

51.13 Medida: Um termo dos tecelões, para iniciar o material terminado ou cortado.

51.14 Gafanhotos: Na estágio inicial do desenvolvimento Eia! Vd. 25.30n.

51.15-19 Copiado palavra por palavra de 10.12-16. Vd. notas. O propósito era demonstrar a impotência dos ídolos da Babilônia contra Jeová, o criador Todo-Poderoso e operador de maravilhas. Na primeira vez, as palavras formaram um aviso profético, agora, depois da destruição de Jerusalém, a doutrina foi comprovada.

51.18 Vaidade: Vd. 2.5n; nulidade, vazio, algo transitório e insatisfatório, substância etérea, vento, vacuidade, derivada do verbo “tornar-se vão”, “tornar-se vil”, “ficar tolo”.

51.19 Senhor dos Exércitos: No heb, seba ou sabaoth, usado como Jeová, (ou “Senhor” nesta versão), mas nunca para indicar “Adonai”, o outro vocábulo traduzido como ”Senhor”. A palavra “Exércitos” é usada para indicar os corpos celestes e as forças terrenas (Gn 2.1), o exército de Israel (2 Sm 8.16), os seres celestiais (Sl 103.21; 148.2; Dn 4.35). Significa que todas as agências e forças criadas estão sob a liderança e o domínio de Jeová. Trata-se de um nome favorito de Jeová, pois é usado 80 vezes por Jeremias, por Isaías (62 vezes) e por Zacarias (53 vezes). Algumas dessas passagens se referem definitivamente a Jesus Cristo (Zc 14.4, 9, 16, 17).

51.20 Martelo: “esmagador”, algo que reduz outros objetos a fragmentos. Usado na batalha pelos assírios e babilônios. Aqui simboliza um mero instrumento de destruição.

51.23 Governadores e vice-reis: Ambas as palavras são de origem assíria, e frequentemente usadas nas inscrições assírias de governadores de cidade e províncias.

51.24 Ante os vossos próprios olhos: isto é, os olhos dos judeus.

51.25 Monte que destróis: Termo “montanha”, na Bíblia, frequentemente se refere a grandes nações. Aqui está em foco a Babilônia, embora venha a incendiar-se como um vulcão.

51.27 Ararate: “Urartu” nas inscrições assírias, a nordeste do lago Nam, que corresponde de modo geral à moderna Armênia. Mini ou “Manai” das inscrições, a sudeste do lago Urmia. Asquenaz: Os citas (nômades), todos derrotados pelos medos no início do século VI. Chefes: Alguns altos oficiais militares (Na 3.17), ligados com o termo assírio que significa “escritor de tabuinhas” ou “escribas”.

51.33 Pisada: Endurecida pelos pés na preparação para a eira. Babilônia será inteiramente batida, como uma eira.

51.34 Monstro marinho: Qualquer grande monstro domar ou dos rios, como o crocodilo (Sl 74.13; Ez 29.3).

51.36 Manancial: Provavelmente o lago feito por Nabucodonosor para a defesa da cidade.

51.41 Babilônia: É a primeira vez que aparece a palavra Sheshach ou Sesac, o nome de sua deusa “Shach”, usado para referir-se à Babilônia. Foi durante os cinco dias de festa em honra a essa deusa que Ciro capturou a cidade.

51.42 Mar: Refere-se a levas de soldados inimigos, que avassalariam a cidade (46.7; Is 17.12).

51.44 Bel. Vd. 50.2n. Tragado. A pilhagem e a destruição que foram feitas contra as nações subjugadas. Muro. Uma parede com cerca de 100 metros de altura, 30 metros de espessura, e 96 quilômetros de comprimento, circulando a cidade (segundo Heródoto). Vd. o v. 58.

51.45 Este aviso se aplica à separação que também deve haver entre o crente e o mundanismo (2 Co 6.14-18).

51.46 Rumor: Um após outro, que desencadeariam as revoltas e a queda final do império babilônico. Em 560 a.C., o rei Evil-Merodaque foi assassinado pelo usurpador Neriglissar (560-556 a.C.) cujo filho foi deposto por Nabonido, porém logo foi forçado a deixar seu, filho Belsazar como regente. (Vd. Dn 5).

51.49 Babilônia caiu por causa da destruição e sofrimento que havia causado a Israel, o povo escolhido de Deus. Estavam colhendo o que haviam semeado. A queda final foi feita a 16 de outubro de 539 a.C.

51.50 Fugi da iminente condenação da Babilônia e apressai vossa volta a Jerusalém (50.5). Pensai nas coisas lá do alto; Cl 3.13. A solução dos problemas do íntimo é fixar a mente nas coisas de Deus.

51.51 Opróbrio: Os judeus envergonhados e por demais humilhados para obedecerem a estrangeiros que estavam na posse dos lugares santos.

51.55 Perecer... grande voz: Heródoto disse sobre a Babilônia que estava “ornamentada mais do que qualquer outra cidade” que conhecera. Uma profecia sobre a destruição dessa notável cidade com 30 séculos de história continua era algo admirável e que inspirava respeito, nos detalhes de seu cumprimento. Ondas. Vd. v. 42.

51.58 Derribados: “desnudados”. Os próprios alicerces foram descobertos. Altas portas. ”No circuito do muro há 100 portas, todas de bronze, com vergas e ombreiras de bronze” (Heródoto 1.179).

51.59 Seraías: Sumo sacerdote no tempo do rei Zedequias (52.24), irmão de Baruque (32.12), ou talvez camareiro-mor. Sua responsabilidade durante a viagem era selecionar os lugares onde passariam as noites. Alguns eruditos sustentam que Zedequias foi à Babilônia em 594-593 a.C., para limpar seu nome da suspeita de rebeldia naquele período.

51.60 Eis aqui a origem de vários capítulos do livro de Jeremias.

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