Explicação de Jeremias 39

Jeremias 39

Jeremias 39 descreve a queda de Jerusalém para os babilônios e a captura do rei Zedequias. O capítulo narra como as forças babilônicas romperam as muralhas da cidade, levando à tentativa de fuga de Zedequias. Ele é capturado, levado perante o rei da Babilônia, e seus filhos são mortos diante de seus olhos. Jerusalém é saqueada e o templo e o palácio são queimados. Jeremias, que está sob a proteção dos babilônios, é libertado e tem a opção de ir com eles ou permanecer em Judá. O capítulo enfatiza o cumprimento das profecias de destruição de Jeremias devido à desobediência do povo. Jeremias 39 transmite uma mensagem sobre as consequências da infidelidade e o cumprimento das advertências de Deus. Salienta a realidade do julgamento de Deus e a devastação que se segue à rebelião persistente.

Explicação

39:1-3 Este capítulo 39 menciona a queda de Jerusalém. Este é um evento de tão grande significado que o Espírito Santo o menciona quatro vezes na Palavra de Deus (2Rs 25:1-15; 2Cr 36:17-21; Jer 39:10, 52:4-30).

Jerusalém é capturada

O que foi anunciado está acontecendo. O exército do rei da Babilônia retorna da batalha contra o Egito e sitia Jerusalém (Jr 39:1; Jr 37:8). Isso acontece no décimo mês do nono ano do reinado de Zedequias. Mais de um ano e meio depois, a cidade cai (Jr 39:2). A data é dada para o dia exato.

Todos os oficiais do rei da Babilônia estão ali, ou seja, há uma grande demonstração de poder (Jr 39:3). A cidade faminta é ofuscada por isso. O “Rab-mag” é o chefe dos magos. O fato de os oficiais da Babilônia estarem postados no Portão do Meio provavelmente significa que eles formam um governo para a cidade e também julgam os cativos de lá.

Notas Adicionais:

39.1, 2 O cerco de Jerusalém, até sua captura, durou dezoito meses. Undécimo ano. Ao completar dez anos no trono.

39.3 Assentaram. Uma solene reunião de julgamentos Tornaram conta dos negócios da cidade capturada. Porta do Meio. Um portão no muro que dividia a cidade de Sião da cidade baixa. Rabe. Um título oficial, “chefe dos oficiais”. Nergal-Sarezer. Era um dos genros de Nabucodonosor, que, depois do assassinato de Evil-Merodaque (560 a.C.), se apoderou do trono.

39.4-10 Essa seção contém alguns acontecimentos que tiveram lugar um mês mais tarde (1 Rs 25.8-12; 52.12-16).

39.4 Porta... dois muros. No lado sul da cidade. O jardim do rei ficava próximo do poço de Siloé (Ne 3.15), sendo conhecido como Porta da Fonte. Caminho da Campina, “Arabah”. A direção do profundo vale através do qual fluía o Jordão, e onde fica o mar Morto (Dt 1.1; 3.17).

39.5 Ribla. Entre as serras do Líbano e do Hermom, cerca de 160 quilômetros ao norte de Dã, e cerca de 130 quilômetros ao sul de Hamate. Era uma planície fértil que oferecia abundantes suprimentos. Pronunciou a sentença. Zedequias fizera juramento de lealdade a Nabucodonosor, mas quebrou o juramento (2 Cr 36.13). Foi por causa disso que Zedequias recebeu um juízo terrível: 1) A morte de seus filhos (v. 6); 2) A morte de seus nobres (v. 6); 3) A perda dos olhos (v. 7); 4 A perda da liberdade (v. 7); 5) Seu exílio na Babilônia (v. 7).

39.7 As profecias de Ezequiel e Jeremias, que predisseram, ambos, que Zedequias veria o rei da Babilônia, mas não a capital da Babilônia, assim se cumpriram (Ez 12.13; Jr 32.4).

39.11-14 Nabucodonosor se preocupava com Jeremias, possivelmente porque sua mensagem ao povo era de que deveriam submeter-se ao jugo babilônico não no sentido de colaborar com os invasores, mas sim com a sentença que Deus pronunciara contra o povo de Judá.

39.14 Gedalias. Seu pai, Aicão, vinte anos antes, fora o instrumento da salvação da vida de Jeremias (26.24). Ele o levara para o palácio do governador, a sede do que restava de governo para o povo daquela área. Era membro de uma proeminente família judaica. Provavelmente governara por cinco anos. A terceira deportação pode ter sido resultado do assassinato de Gedalias.

39.15-18 Forma um suplemento do cap. 38. Estes versos relacionam-se a um período anterior à captura de Jerusalém (39.1-14) e tratam de uma promessa ao etíope Ebede-Meleque, o qual salvara sua vida da cisterna. Numa época de desgraça nacional, o mais alto prêmio que se oferece é a simples sobrevivência. O crente não exige prosperidade num mundo maligno.

39.18 Despojo. Vd. 21.9n. Expressão idiomática hebraica, que denota segurança pessoal. Confiaste em mim. A fé em Deus como condição da vida tipifica-se neste incidente, comp. Rm 3.21-31. Os caps. 40-44 relatam os acontecimentos da vida de Jeremias, após a captura de Jerusalém pelos caldeus, em 586 a.C., até ser levado para o Egito para o restante do povo que para lá fugira depois de mais uma rebelião contra os caldeus.

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