Explicação de Jeremias 52

Jeremias 52

Jeremias 52 é um relato histórico da queda de Jerusalém e do cativeiro babilônico. O capítulo reflete em grande parte 2 Reis 24:18-25:30 e narra como o rei Nabucodonosor da Babilônia capturou Jerusalém, destruiu a cidade e levou o povo para o exílio. Descreve o desmantelamento do templo, o cativeiro do rei Joaquim e a nomeação de um governante fantoche pela Babilônia. Jeremias 52 enfatiza o cumprimento das profecias de julgamento de Jeremias devido à desobediência do povo. Salienta as consequências de se afastar de Deus e serve como um lembrete da importância da fidelidade.

Explicação

O último capítulo de Jeremias é histórico, narrando a captura de Jerusalém e os cativos.

52:1–16 O relato dos dias finais de Zedequias é repetido nos versículos 1–11. A destruição de Jerusalém é repetida nos versículos 12–16.

52:17-23 Em seguida, é feito um inventário detalhado dos artigos do templo que foram apreendidos pelos babilônios e levados embora.

52:24–27 O capitão da guarda trouxe setenta e quatro homens de Jerusalém ao rei da Babilônia, que, por sua vez, os matou em Ribla.

52:28–34 Outros foram levados cativos em três deportações. No trigésimo sétimo ano de seu cativeiro, o rei Joaquim foi tirado da prisão pelo rei da Babilônia e tratado com bondade até o dia de sua morte. E assim, um livro profético repleto de julgamento e lágrimas termina com uma nota gentil.

Não devemos pensar que isso é meramente “história hebraica” pré-escrita como profecia em muitos lugares. É isso, com certeza. Mas o Livro de Jeremias é parte da Palavra de Deus, sempre novo, sempre relevante. Quase três séculos atrás, o comentarista inglês Matthew Henry resumiu as lições espirituais de Jeremias para nós:

E agora, sobre todo o assunto, comparando a profecia e a história deste livro juntas, podemos aprender, em geral, (1) que não é novidade que igrejas e pessoas altamente dignas se degenerem e se tornem muito corruptas. (2) Essa iniqüidade tende à ruína daqueles que a abrigam; e, se não for arrependido e abandonado, certamente terminará em sua ruína: (3) Que as profissões e privilégios externos não serão apenas uma desculpa para o pecado e uma isenção da ruína, mas serão um grande agravamento de ambos. . (4) Que nenhuma palavra de Deus cairá por terra, mas o evento responderá plenamente à previsão; e a incredulidade do homem não tornará as ameaças de Deus, mais do que suas promessas, sem efeito. A justiça e a verdade de Deus estão aqui escritas em caracteres sangrentos, para a convicção ou a confusão de todos aqueles que zombam de suas ameaças. Não se deixem enganar, Deus não se deixa escarnecer.
(Henry, “Jeremiah,” IV:711.)


Notas Adicionais:

52.1-3 Quase completamente idêntica a 2 Rs 24.18-26. Trata-se de um breve sumário e avaliação do reinado de Zedequias. Este capítula repete a história dos reis até 2 Rs 25.30. Foi um apêndice escrito não por Jeremias, mas para demonstrar que suas profecias foram cumpridas.

52.1 Hamutal: Assim sendo, Zedequias era irmão genuíno de Jeoacaz, e irmão de Jeoaquim por parte de pai (2 Rs 23.31, 36). Jeremias. Trata-se de outro Jeremias, cujos antepassados eram da Libna.

52.4 Décimo mês: Comp. com Zc 8.19 quanto ao jejum memorial. Tranqueiras: diferente da palavra em 6.6 e 32.24. Aqui são torres de batalha, uma espécie de bastião ou muro de cerco, uma torre em forma de talude. É traduzida também por “baluarte” (Ez 21.22).

52.6,7 Quarto mês: Em comemoração a essa data foi apontado um jejum (Zc 8.19). Fome: Descrita em Lm 2.19ss; 4.3ss; 5.10. Arrombado: Invadida à força. Foi aberta uma ”brecha” nos muros, permitindo a entrada dos babilônios, em Jerusalém. Porta... dois muros: Vd. nota em 39.4.

52.8 Lm 4.19ss pode referir-se a esse acontecimento. Assim sendo, um grupo de caldeus seguiu e outro ficou postado na planície. Comp. Ez 12.13.

52.11 Cárcere: A LXX diz “moinho” indicação de uma possível tradição que diz que Zedequias passou seus últimos dias moendo grão, à semelhança de Sansão.

52.12 Quinto mês: Vd. Zc 7.3 quanto à festa comemorativa.

52.15 Multidão: Também tem sido traduzido por “artífice”, em Pv 8.30. A diferença na forma escrita das suas palavras é mínima.

52.18 Panelas... pás: Eram usadas (Êx 27.3) no serviço do altar ou das ofertas queimadas. Ambos os utensílios eram feitos de bronze. Espevitadeiras: para tirar os morrões queimados das lâmpadas e candelabros (Êx 25.38; Nm 4.9). Bacias: lit. “vasos de lançar, isto é, de lançar (não aspergir) o sangue dos sacrifícios contra o lado do altar (Lv 1.5, 11; 3.2; etc.).

52.19 Copos... braseiros... bacias: em 1 Rs 7.50 aparecem como objetos feitos de ouro. Eram taças para a mesa dos pães da proposição (Êx 25.24-40).

52.20 Outras traduções incluem os doze bois de bronze que sustentavam o “mar”, embora tivessem sido removidos antes disso pelo rei Acaz (2 Rs 16.7). No fim do cativeiro, Ciro tirou esses utensílios dos templos idólatras de Nabucodonosor, numerou-os cuidadosamente e restituiu-os a Jerusalém (Ed 1.7-11).

52.25 Conselheiros: Uma classe privilegiada entre o povo (Et 1.14). Escrivão-mor: um oficial que registrava aqueles que tinham servido no exército.

52.28-30 As três deportações aqui alistadas coincidem coma rendição de Joaquim (597 a.C., 2 Rs 24.12-16), com a supressão da revolta de Zedequias (587 a.C.), e com a expedição vingativa contra o assassinato de Gedalias (582 a.C., 40.7-41.18; 2 Rs 25.2226).

52.31 Evil-Merodaque: “homem de Merodaque”. Ele sucedeu a Nabucodonosor e reinou durante dois anos (561-559 a.C.). Acredita-se que Joaquim era considerado rei legítimo pelos judeus no exílio. Libertou: lit., levantou ou exaltou a cabeça de Joaquim (Gn 40.13, 20; Sl 3.3). Pode ser traduzido por “libertou graciosamente” como nos vv. 31-34. A presença desse material prova que a edição desta porção foi feita depois de 560 a.C., que é o trigésimo sétimo ano. A restauração de Joaquim bem pode ter sido considerada por seus contemporâneos. como a início da restauração de Judá (23.5, 6).

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