Explicação de Jeremias 50

Jeremias 50

Jeremias 50 continua as mensagens proféticas de Jeremias, concentrando-se principalmente no julgamento contra Babilônia. O capítulo contém um anúncio profético da queda e destruição de Babilônia como resultado de sua arrogância, opressão e idolatria. Fala de como Deus provocará a queda de Babilônia através das ações de outras nações, cumprindo finalmente o Seu propósito e demonstrando a Sua soberania sobre todas as nações. O capítulo também inclui a promessa de restauração para o povo de Israel, destacando a fidelidade de Deus à Sua aliança mesmo em meio ao julgamento. No geral, Jeremias 50 sublinha o tema do julgamento justo de Deus e do Seu plano final para redenção e restauração.

Explicação

50:1–16 Este e o capítulo seguinte tratam do julgamento de Deus contra a Babilônia. As profecias fazem referência parcial à captura da Babilônia pelos medos. Mas seu cumprimento completo ainda é futuro.

Babilônia é mencionada 164 vezes em Jeremias, mais do que no restante da Palavra de Deus combinada. Esse país será conquistado a partir do norte. Seis vezes, depois que o profeta fala do julgamento da Babilônia, ele prediz bênçãos para Israel e Judá; os versículos 4–7 formam o primeiro. Os judeus no exílio são instruídos a liderar o retorno dos cativos às suas próprias terras porque a Babilônia será saqueada. Haverá elementos de várias nações no exército conquistador. O versículo 11 é dirigido ao exército caldeu. “Sua mãe” é a própria nação. Veja a BBC em Isaías 13:14–22 para uma discussão de certos problemas associados à destruição da Babilônia.

50:17–34 As ovelhas dispersas de Israel serão restauradas a uma terra fértil e perdoadas. A ira de Deus contra a Babilônia é descrita nos versículos 21–32, e depois Sua lembrança de Israel e Judá.

50:35–46 A destruição pela espada aguarda o povo da Babilônia. O invasor deixará a cidade desolada, e a notícia de sua queda será ouvida entre as nações. Os versículos 41–43 e 44–46, anteriormente aplicados a Judá e Edom respectivamente (6:22–24; 49:19–21) são aqui aplicados à Babilônia.

Notas Adicionais:

50.2 Bel: “senhor”. Uma divindade babilônica, originalmente o deus principal de Nipur. Merodaque: “Marduque”. Deus supremo da Babilônia. Imagens: lit. “blocos-ídolos” que algumas vezes assumem forma de longos cones. Um termo de desprezo, empregado 39 vezes por Ezequiel.

50.3 Norte: A Média ficava a nordeste da. Babilônia (51.11,28, Is 13.17). A Babilônia caiu sob o poder da Média em outubro de 539 a.C.

50.4 A queda da Babilônia seria sinal do livramento e da volta do penitente povo de Deus, então novamente unido (3.12, 18, 21-25).

50.5 Sião: Procurariam ser um povo, cujas leis e justiça, e cuja prática religiosa seriam ao redor do Templo de Deus e da Sua Palavra revelada.

50.6 Desviar para os montes: Uma referência definida aos lugares altos, onde o povo apreciava a prática da idolatria, prática essa encorajada pelos seus líderes. Redil: “pasto de justiça”.

50.8 Bodes... rebanho: A semelhança das cabras que persistentemente se põem à testa do rebanho, assim Israel seria a primeira das nações exiladas a abandonar a Babilônia.

50.9 Suscitarei: despertarei a Jeová; o Senhor soberano move as próprias nações para que o reconheçam, para que disciplinem outras nações incluindo Seu povo escolhido Israel. Vd Habacuque, pois esse é o tema das perguntas de Habacuque.

50.12 Vossa mãe: Babilônia, segundo o pensamento dos caldeus, era reputada mãe dos seus cidadãos, e os cidadãos eram seus filhos Entre os israelitas, uma ideia semelhante se vê em Os 2.4; 4.5.

50.13 Babilônia não foi destruída pelas persas, nem caiu arruinada senão em 482 a.C.; nos dias de Alexandre, o Grande; houve uma tentativa de restaurar a cidade, mas a obra foi abandonada em 312 a.C.

50.14 Arco: Os medos são mencionados como excelentes arqueiros (Is 13.18).

50.15 Rendeu, lit., “deu sua mão”. Geralmente usada, como sinal de fidelidade, amizade, ratificando assim uma promessa (2 Rs 10.15; Ez 17.18; Ed 10.19).

50.16 O trabalho agrícola cessaria. Fugirá... terra: Os residentes estrangeiros fugirão para suas terras.

50.17 Israel: Os hebreus ficaram enfraquecidos quando a Assíria conquistou o reino do norte, e a Babilônia complementou a obra, esmagando os ossos de Judá (significa lit. ”tirou os ossos”).

50.18 A Assíria havia pago a penalidade por causa da crueldade contra o povo escolhido de Jeová, como se vê na descrição da queda de Nínive, a capital, em Na 2 e 3.

50.20 Essa promessa aponta para o tempo do Novo Pacto (31.34; 33.8).

50.21 Duplamente rebelde: No heb, merathaim, sendo um jogo de palavras com o lugar babilônico Merrátim, que significa “rio amargo”, e o vocábulo hebraico de som semelhante que significa “duplamente rebelde” ou “duplamente amargo”. Terra de castigo: no heb, Pacad: Um jogo de palavras com o nome do local babilônico chamado Pukudu; um povo a leste do rio Tigre, na fronteira persa. A palavra heb de som semelhante significa, ”visitação” ou “castigo”. Ambos os termos foram usados para mostrar a destruição total da Babilônia.

50.23 Martelo: Aplicado à Babilônia (51.20-23).

50.24 contra o Senhor: A destruição do templo era um pecado contra Deus, que tinha de ser vingado (21.14; Am 5.2). Surpreendida: Ciro desviou as águas do rio Eufrates e entrou sob os muros da Babilônia, pelo leito seco do rio, apanhando os babilônios de surpresa. Sob Dario Histaspes, o traidor dos caldeus, Zopiro, abriu os portões da cidade da Babilônia ao inimigo.

50.25 Arsenal: Figura das nações que inconscientemente fizeram sua vontade contra a Babilônia (Is 13.5).

50.27 Touros: jovens soldados babilônicos, os melhores do exército (Is 34.7).

50.28 Os judeus libertados afirmam que o Senhor vingara-se dos babilônios por haverem incendiado o templo de Jerusalém.

50.31 Orgulhosa: Adjetivo usado como um nome próprio referente à Babilônia, assim como o Egito foi chamado de “Raabe”, arrogante.

50.34 Redentor: No heb goel. Título do parente próximo cujo dever era buscar vingança, ou servir de advogado como protetor geral. Trata-se de um título frequentemente atribuído a Jeová em Isaías 43.14, 44.6; 47.4; 48.17; 49.7; 54.5. Vd. Nm 35.12n

50.36 Gabarolas: Eram os adivinhos e sábios babilônios que prometiam a permanência da Babilônia.

50.37 Misto de gente: Tropas mercenárias estrangeiras, e de aliados.

50.39 Feras: Palavra árabe para “gato selvagem”. Chacais: lit. “criaturas uivantes”. A previsão humana não podia prever que a Babilônia seria varrida da face da terra, transformando-se em ruínas infestadas por feras, temida por causa das superstições dos árabes, com apenas uma, pequena vila, próxima da sua área, para assinalar o local. Uma cidade com três mil anos de história contínua, desde os dias de Ninrode, com poderosos reis, se exaltará contra Deus (Is 13.22); A passagem de vv. 41-43 é repetida de 6.22-24 com as alterações necessárias, adaptando-a de Judá à Babilônia, os citas sendo os invasores na ocasião anterior, e agora os persas.

50.41 Um povo: Os persas, aliados com os medos, no império medo-persa.

50.44-46 Passagem repetida em 49.19-21, com alterações necessárias, adaptando-a de Edom para a Babilônia.

50.44 Leãozinho: não mais Nabucodonosor, mas Ciro, o persa. • N. Hom. O cap. 50 mostra a derrota da idolatria (2-3), a conversão verdadeira do povo de Deus (4-5), com a consequente remoção do seu opróbrio (7). Isto envolve a derrota dos perseguidores dos fiéis (9-13 e 21-32) enquanto estes receberam a restauração física (19) e espiritual (20). Tudo isto depende da atividade do próprio Redentor (34) que rege os destinos do mundo (39, 41).

Índice: Jeremias 1 Jeremias 2 Jeremias 3 Jeremias 4 Jeremias 5 Jeremias 6 Jeremias 7 Jeremias 8 Jeremias 9 Jeremias 10 Jeremias 11 Jeremias 12 Jeremias 13 Jeremias 14 Jeremias 15 Jeremias 16 Jeremias 17 Jeremias 18 Jeremias 19 Jeremias 20 Jeremias 21 Jeremias 22 Jeremias 23 Jeremias 24 Jeremias 25 Jeremias 26 Jeremias 27 Jeremias 28 Jeremias 29 Jeremias 30 Jeremias 31 Jeremias 32 Jeremias 33 Jeremias 34 Jeremias 35 Jeremias 36 Jeremias 37 Jeremias 38 Jeremias 39 Jeremias 40 Jeremias 41 Jeremias 42 Jeremias 43 Jeremias 44 Jeremias 45 Jeremias 46 Jeremias 47 Jeremias 48 Jeremias 49 Jeremias 50 Jeremias 51 Jeremias 52