Significado de Salmos 30
Salmos 30
O Salmo 30 é um salmo de ação de graças que celebra a libertação e a cura de Deus. É atribuído a Davi e pode ser dividido em três partes: uma expressão de gratidão pela salvação de Deus (Salmos 30:1-5), uma reflexão sobre a fidelidade passada de Deus (Salmos 30:6-10) e uma declaração de louvor e dedicação a Deus (Salmos 30:11-12).
Na primeira parte do salmo, Davi expressa sua gratidão a Deus por resgatá-lo de seus inimigos e restaurar sua saúde. Ele declara que Deus o tirou das profundezas do desespero e transformou seu luto em dança. Davi louva a Deus por Sua misericórdia e fidelidade, e encoraja outros a se juntarem a ele em agradecimento.
Na segunda parte do salmo, Davi reflete sobre a fidelidade passada de Deus em sua vida. Ele descreve como uma vez se gabou de sua própria segurança, mas Deus permitiu que ele experimentasse dificuldades e sofrimento. Davi reconhece que foi somente por meio da graça e do poder de Deus que ele foi capaz de superar sua adversidade e sentir alegria novamente.
Na terceira parte do salmo, Davi declara seu compromisso de louvar a Deus e dedicar sua vida a Ele. Ele reconhece que todas as suas bênçãos vêm de Deus e jura confiar Nele sempre.
No geral, o Salmo 30 é um salmo de gratidão e dedicação que celebra a fidelidade e a misericórdia de Deus. Encoraja os crentes a se lembrarem das libertações passadas de Deus em suas vidas, e a agradecer e louvar a Ele por Sua salvação e cura. O salmo nos lembra que Deus é a fonte de todas as nossas bênçãos e que devemos confiar Nele e dedicar nossas vidas a servi-Lo.
Introdução ao Salmo 30
Comentário de Salmos 30
Salmos 30:1–3 O salmista experimentou uma doença terrível que o levou à beira da vida. Em vez de se sentir abandonado pelo Senhor, ele testemunhou a bondade de Deus em responder à sua oração e curá-lo. Ele exalta a Deus porque o ressuscitou da morte próxima, ouviu sua oração e não permitiu que os ímpios se regozijassem. A frase “você me levantou” significa “você me salvou”. As circunstâncias particulares do problema não são relevantes, mas a experiência da libertação foi importante para o salmista. Os inimigos não tiveram ocasião de “se vangloriar”.
O salmista louva ao Senhor pela oração respondida, chamando Deus pelo seu nome revelado: “Ó Senhor, meu Deus”. Na intimidade da comunhão está o segredo da oração respondida. Uma vez que o Senhor o tirou da “sepultura” (GR 8619) e o salvou de descer ao “poço” (GR 1014, 1071), ele o louva como o Exaltado.
Salmos 30.2, 3 Fizeste subir a minha alma da sepultura. Davi não está falando de uma ressurreição, mas de haver sido salvo de uma doença quase fatal. Como em Salmos 28.1, o salmista descreve a morte como um grande abismo, no qual o ser humano cai, tragado pelas trevas do desconhecido.
Salmos 30.4, 5 Davi julga, possivelmente, que sua doença está ligada, de algum modo, à ira de Deus. Vem pela manhã. Para o doente, nada dura tanto quanto uma noite dolorosa e insone; poucas coisas são tão desejadas quanto o alvorecer (Sl 5.3; 130.6; 143.8).
Salmos 30:4–7 O louvor a Deus vai do louvor individual à celebração comunitária. Os “santos” (GR 2883) são todos aqueles que são leais ao Senhor. Eles louvam “seu santo nome” pelo perdão e restauração. O salmista confessa na assembleia que pecou contra o Senhor por um espírito altivo e independente. Quando tudo estava indo bem com ele, ele “se sentia seguro”, até mesmo a ponto de ter autoconfiança. Aparentemente, ele havia chegado a um ponto de ateísmo prático.
Em sua “ira”, o Senhor afligiu o salmista, que em seu desespero lançou-se sobre o Senhor. O período de angústia foi como “noite” para ele, pela intensa experiência do choro. Sua tristeza resultou tanto do sofrimento quanto do arrependimento. O salmista voltou-se então para o Senhor seu Deus (cf. v.2) e experimentou o seu perdão. O Senhor então o restaurou - uma restauração ou cura que é comparada à luz da manhã. Tal restauração muda chorando de alegria. O salmista sabe que foi pelo “favor” (GR 8356) do Senhor que ele foi restaurado – uma palavra que significa uma renovação de amor, perdão, restauração e bênção. O salmista agora se sente mais seguro e compara sua renovada dependência do Senhor a uma “montanha”. Em sua própria força, ele era fraco; mas na cura de Deus, ele se tornou como uma montanha.
Salmos 30:6-10 Como em Salmos 6.5, o salmista pleiteia junto a Deus que salve sua vida, pois só assim poderá cumprir a promessa de louvá-lo na congregação. A ênfase está em poder cantar e louvar a Deus nesta vida. Auxílio, aqui, pode significar poder ou força (SI 33.20). O doente precisa de força para se recuperar. Deus é a grande força de que necessita.
Salmos 30:11, 12 Pranto em folguedo. O salmista foi transformado e renovado por causa da bênção de Deus sobre sua vida. Ele exulta em Deus, cumprindo seu voto de louvá-Lo. A minha glória se refere ao mundo interior do salmista (Sl 16.9).
Salmos 30:6-10 Como em Salmos 6.5, o salmista pleiteia junto a Deus que salve sua vida, pois só assim poderá cumprir a promessa de louvá-lo na congregação. A ênfase está em poder cantar e louvar a Deus nesta vida. Auxílio, aqui, pode significar poder ou força (SI 33.20). O doente precisa de força para se recuperar. Deus é a grande força de que necessita.
Salmos 30:8–10 Quão diferente é o relacionamento do salmista com seu Deus desde o momento em que ele se sentia seguro dentro de si mesmo! Ele afirma enfaticamente que olha para o Senhor “em busca de misericórdia” (GR 2858). Ele então reflete novamente sobre a situação desesperadora em que se encontrava (vv.9–10; cf. comentários nos vv.3–5).
Salmos 30:11, 12 Pranto em folguedo. O salmista foi transformado e renovado por causa da bênção de Deus sobre sua vida. Ele exulta em Deus, cumprindo seu voto de louvá-Lo. A minha glória se refere ao mundo interior do salmista (Sl 16.9).
O Senhor foi fiel em circunstâncias mutáveis. Ele efetivamente transformou o lamento em dança, o luto em alegria e um grito mortal em uma canção de alegria. Tal é a bondade de Deus. Por causa da misericórdia do Senhor, o salmista jura continuar louvando a Deus. A NIV traduz “glória” (GR 3883) como “coração”. A palavra frequentemente ocorre em paralelismo com “alma” (7:5; NVI, “vida”) e frequentemente se refere a todo o ser humano ou existência. Ele glorificará o Senhor!
Salmos 30:1-5 (Devocional)
Canção de Ação de GraçasO salmo é uma canção de ação de graças após a libertação de uma grande angústia, possivelmente uma doença, semelhante à doença de Ezequias (Is 38:1-6). É uma imagem da restauração interior das pessoas no futuro, seguida de cânticos de louvor.
Agora que o Senhor respondeu à oração do remanescente (Salmo 28) e apareceu (Salmo 29), os inimigos foram derrotados (Salmo 30) e Davi pode dedicar sua casa, o que significa que ele pode se mudar para seu palácio (Salmo 30: 1). Ao mesmo tempo, a dedicação é retratada como a cura de uma doença.
Para “[um salmo] de Davi”, veja Salmo 3:1.
Davi exalta o SENHOR porque Ele o “levantou” de uma doença que o trouxe perto da cova (Sl 30:1; cf. Sl 30:3). “Levantado” também é usado para ‘levantado da água’ (cf. Jer 38:7-13) e assim salvo do afogamento. Seus inimigos esperavam e se alegravam que ele morresse de sua doença. Por meio de sua cura, o SENHOR os privou da oportunidade de se alegrar com isso.
Ele clamou ao Senhor seu Deus em grande angústia e sua cura foi a resposta à sua oração (Sl 30:2). O Deus exaltado desceu e trouxe sua “alma do Sheol” (Sl 30:3). Deus o manteve vivo e assim o separou daqueles que descem à cova, isto é, à sepultura. Ele louva a Deus pelo contraste de ter sido “criado” e não “descido à cova”.
Davi não apenas agradece ao próprio Deus, mas chama todos os “piedosos” de Deus para fazerem isso junto com ele (Sl 30:4). A música solo deve se tornar uma música coral. E qual é o assunto do louvor aqui? A santidade de Deus, que aqui é a santidade de Seu Nome em conexão com Sua fidelidade à aliança. “Os piedosos” são aqueles que são fiéis à aliança – os chassidim hebraico, um termo também usado hoje para judeus ortodoxos.
Davi clama por dar graças ao “Seu santo nome”. Porque Deus é santo, Ele quer que os Seus também sejam santos. Se faltar, Ele traz disciplina para a vida deles, levando-os a remover o que está errado para que Ele possa ter comunhão com eles novamente e torná-los felizes novamente (Hb 12:9-11; 1Pe 1:14-19).
A ira de Deus dura “por um momento” (Sl 30:5; cf. Is 54:7-8). Depois disso, quando a raiva cumpriu Seu propósito, há o desfrute de Seu “favor… por toda a vida”. Na noite da prova há “o choro” pelos pecados. Mas depois da noite de choro, pela manhã há “um grito de alegria” pela libertação.
Com os dias da criação vemos a mesma ordem: “Então foi tarde e foi manhã”, e então vem o dia seguinte. Cada nova manhã nasce da noite. É como as palavras iniciais do Salmo 22, o salmo do sofrimento de Cristo, que tem em seu título “a parte de trás da aurora” (Salmo 22:1). Isso indica que depois do sofrimento vem a aurora que anuncia um novo dia sem fim.
O Senhor Jesus chorou à noite no Getsêmani, pois uma noite de sofrimento veio sobre Ele. Mas Ele então não se regozijou na ressurreição? Ele entrou no meio de Seus discípulos e se alegrou com eles. A alegria que começou então nunca terminará.
Salmos 30:6-10 (Devocional)
Clame ao SENHORNesta seção, ouvimos a história de angústia e salvação. Começa com um enfático “agora, quanto a mim, eu” (Sl 30:6). Davi conta sobre um período de sua vida que descreve como “nunca serei abalado”. Durante esse período, ele disse ou pensou que não vacilaria para sempre. Não há nenhuma noção em sua mente da possibilidade de uma mudança nessas circunstâncias. É essa ingenuidade que exigiu a disciplina de Deus, levando-o para perto da morte? Ele se parece com Nabucodonosor aqui, que também experimentou um período de orgulho e foi punido por Deus por seu orgulho (Dan 4:4-5; Dan 4:29-31)?
Não é fácil responder a essa pergunta. Há uma diferença entre Davi e Nabucodonosor. Davi diz no Salmo 30:7 que ele devia sua prosperidade, seu descanso despreocupado, ao favor de Deus, pois Ele havia feito sua “montanha ficar firme”. Com isso, Davi parece significar seu reino, que tinha a firmeza de uma montanha. Com Nabucodonosor, era claramente apenas orgulho.
Também o povo de Deus é posteriormente abordado por Deus sobre sua prosperidade, mas Deus acrescenta que eles não querem ouvir (cf. Jer 22:21). Com o Davi é diferente. Nele fica claro que viu a mão de Deus em sua prosperidade. Também é possível que ele tenha esquecido isso e o reconheça depois, aqui, como o verdadeiro motivo de sua prosperidade, depois de ter sofrido a disciplina de Deus.
Qualquer que seja a maneira como interpretamos sua prosperidade, a lição para nós é que não devemos colocar nossa confiança na prosperidade que podemos ter, mas em Deus. Se não temos preocupações, se temos saúde e temos tudo o que precisamos, se nossos filhos e netos estão bem, então estamos vivendo um período de ‘prosperidade’, de ‘descanso sem preocupações’. Pode então surgir o pensamento de que ‘nunca seremos movidos’.
Essa noção não precisa significar que estamos completamente separados de Deus, pois também não parece ser o caso aqui com Davi. Percebemos que devemos isso a Ele e dizemos a Ele: ‘Senhor, por Teu favor temos este descanso inabalável. Minha montanha permanece forte.’ ‘Minha montanha’ podemos então aplicar ao ‘pequeno reino’ que podemos ter, uma área que controlamos e cuja administração estamos fazendo bem. O nosso olhar voltou-se mais para a nossa prosperidade e paz como algo inabalável do que para o Senhor.
O Senhor, em Sua graça, torna Davi ciente disso, escondendo Sua face dele. O resultado é que Davi “ficou consternado” (cf. 2Sm 12,1-13). Isso também é evidência de que Davi não está realmente separado do Senhor. Ele não pode viver sem Ele. No entanto, sua atenção estava mais voltada para sua prosperidade do que para Aquele que a havia dado a ele. Essa é uma situação perigosa que pode ser o início de um rumo diferente e, portanto, de um fim diferente.
Com Davi, esconder a face de Deus tem o efeito desejado por Deus: ele começa a chamá-lo (Sl 30:8). Ele percebe novamente que é dependente de Deus. Na época de prosperidade, ele também terá orado, mas possivelmente de forma mais impensada. Por exemplo, podemos rezar “dá-nos hoje o pão nosso de cada dia” porque há uma falta real de pão de cada dia. Se tivermos tudo, e até mesmo um suprimento para vários dias, também podemos orar por isso, mas o perigo se torna grande porque não faz sentido.
Também podemos aplicar isso à saúde e à doença. Davi parece ter sido acometido por uma doença, e por uma doença tão grave que a morte era iminente. Como então toda prosperidade se torna relativa. Ele começa a orar, a clamar a Deus, a suplicar a Deus.
Davi aponta para Deus em sua oração que ele não pode louvá-lo se ele morrer (Sl 30:9). O pó ao qual ele retorna quando morre não tem voz. Certamente então isso não significa lucro para Deus, não é? O que Deus vai lucrar é ser louvado por Sua salvação. Isso também resultará em uma declaração de Sua fidelidade ao mundo.
Neste ponto de sua oração, Davi faz um apelo urgente a Deus para ouvi-lo e ser misericordioso com ele (Sl 30:10). À beira da morte, todos sabem que nada podem fazer sozinhos. Então ele precisa da graça de Deus e de Deus como Ajudador. Ele sente a necessidade de Deus para apoiá-lo e guiá-lo de momento a momento.
Salmos 30:11-12 (Devocional)
O luto se transforma em alegriaSó Deus pode transformar o sofrimento em alegria. Aqui encontramos a bênção da graça restauradora de Deus. Deus “afrouxou” seu “saco”, sinal de luto e penitência. Após a salvação, pode haver um tempo de alegria. Davi vê a diferença entre seu distanciamento de Deus e sua cura como a diferença entre uma lamentação de luto em um funeral e a alegria de um casamento (Sl 30:11; Is 61:3; Jr 31:13; Is 3:24; Lam 5:15).
Ele tem todas as razões para que sua “alma”, literalmente sua “glória”, isto é, a glória de sua majestade, cante louvores a Deus (Sl 30:12). Pela continuação e restauração de Seu reinado, Ele agradece a Deus. Ele não pode ficar calado sobre isso. Seu louvor não é apenas temporário, não apenas no momento da restauração e resposta à oração, mas ele louvará o SENHOR seu Deus “para sempre”. O que Deus fez por nós em Sua disciplina sobre nós será motivo para louvá-Lo para sempre.
O que o Salmo 30 me ensina sobre Deus?
O Salmo 30 é um cântico de ação de graças pelo livramento de Deus. Ela nos ensina várias coisas importantes sobre Deus:
Deus é um Deus de cura e restauração: O salmista declara: “Ó Senhor, meu Deus, clamei a ti por socorro, e tu me curaste” (versículo 2). Isso fala do poder de Deus para nos curar e restaurar, tanto física quanto espiritualmente.
Deus é um Deus que nos livra de nossos inimigos: O salmista declara: “Eu te exaltarei, ó Senhor, porque me levantaste e não deixaste que os meus adversários se alegrassem de mim” (versículo 1). Isso fala do poder de Deus para nos livrar de nossos inimigos e nos proteger do mal.
Deus é um Deus de misericórdia e compaixão: O salmista declara: “Pois a sua ira dura apenas um momento, e o seu favor dura a vida toda. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (versículo 5). Isso fala da misericórdia e compaixão de Deus, e sua disposição de nos mostrar graça e perdão.
Deus é um Deus que ouve e responde a oração: O salmista declara: “A ti, Senhor, clamo, e ao Senhor imploro misericórdia” (versículo 8). Isso fala da disposição de Deus de ouvir nossas orações e de nos responder quando o invocamos.
Deus é um Deus de alegria e celebração: O salmista conclui o salmo declarando: “Transformaste o meu pranto em dança; soltaste o meu pano de saco e me vestiste de alegria, para que a minha glória te cante louvores e não se cale. Ó Senhor meu Deus, eu te darei graças para sempre!” ( versículos 11-12). Isso fala do desejo de Deus de que experimentemos alegria e celebração, e nossa necessidade de dar graças a ele por todas as suas bênçãos.