Salmo 10 — Estudo Devocional

Encontrando Deus em Meio à Injustiça e à Opressão


O Salmo 10 surge como um lamento comovente diante da injustiça humana e da aparente ausência de Deus. Escrito por Davi, este capítulo luta com as realidades do sofrimento e da crueldade enquanto busca a presença e a intervenção de Deus.

O foco deste está no problema da teodiceia, ou seja, a justiça de Deus diante da prosperidade dos israelitas ímpios. O salmo dá uma imagem comovente do desenvolvimento do mal dentro da comunidade da aliança.

À medida que nos aprofundamos em seus versículos, descobrimos percepções profundas sobre perseverança, compaixão e a certeza da soberania de Deus. O Salmo 10 serve como um guia para navegar em tempos de angústia, cultivar resiliência e encontrar consolo no cuidado infalível de Deus.

Salmos 10:1

“Por que, Senhor, ficas de longe? Por que você se esconde em tempos de angústia?”

A garantia da realeza e da justiça de Deus está faltando na nota inicial do salmo. O tom é definido pelo interrogativo “Por quê?” O salmista não acusa Deus de ter abandonado os seus; ao contrário, parece-lhe que “os tempos de angústia” são um fardo demais para carregar. Suas orações por libertação não são ouvidas. Ele precisa da ajuda de Deus, mas é como se Deus mantivesse distância mantendo-se bem escondido. A pergunta introduz também o enigma da prosperidade dos ímpios e do sofrimento dos justos (cf. Salmos 73). O enigma não é resolvido, mas é reorientado para o Deus que cuida dos seus (v.14).

Davi começa com um clamor pela presença de Deus em meio à adversidade. Este versículo nos ensina a virtude da vulnerabilidade. Ao expressar nossas lutas a Deus, criamos um espaço para Ele nos encontrar em nossa dor.

10.1-8 Por que...? O fato de o Salmo 10 dar continuidade à estrutura alfabética do Salmo 9 ilustra com arte “o outro lado da moeda”: embora seja verdadeira a certeza de que os maus serão castigados e de que Deus não desampara os seus filhos, também é verdade que haverá períodos na vida em que nos sentiremos sozinhos e injustiçados, e não conseguiremos perceber a presença de Deus. Então será a hora de desabafar e pedir a ajuda dele. 

10.1-2 por que ficas de longe? Será que Deus realmente se importa e se mobiliza conosco? Em ocasiões de profunda aflição podemos sentir uma ausência ou distanciamento de Deus. O próprio Jesus sentiu e expressou isto quando de sua crucificação (veja Mateus 27.46, nota). Em certos períodos da vida podemos sofrer opressão, injustiça, violência e discriminação. Em meio a uma situação de angustia, solidão e desamparo, o salmista pergunta onde está Deus, e por que ele se esconde exatamente na hora do sofrimento? A vida em sociedade tem suas tensões devido à diversidade de caráter das pessoas, à forma como algumas exercem o poder, ao orgulho de muitos e ao pecado de todos. Então o salmista segue, respondendo para si mesmo, afirmando que os maus — aqueles que perseguem aos humildes com arrogância e crueldade — cairão em suas próprias armadilhas. 

Salmos 10:2

“Em sua arrogância, o ímpio persegue os fracos, que são apanhados nas tramas que ele trama.”

Em seu orgulho, os ímpios agem como “deuses” neste mundo. Suas palavras vis e atos despóticos ofendem e ferem o povo de Deus. Mas Deus nem sempre reage rapidamente para proteger a honra de seu nome. As pessoas que o salmista descreve estavam familiarizadas com Deus e sua lei, mas rejeitaram abertamente o modo de vida piedoso em favor da liberdade e do poder. Os caminhos do mal e da justiça são inconsistentes. O mal não pode tolerar a piedade, mas persegue os piedosos com um zelo profano. Os justos, a quem os ímpios tentam prender, não são “fracos”, mas “aflitos”. A tradução “caça” (GK 1944) traz à tona a “perseguição” dos ímpios. Mas não está claro se os piedosos são realmente “apanhados” por seus esquemas astutos ou se o salmista ora para que os ímpios sejam apanhados por suas próprias tramas.

O salmista observa a crueldade dos ímpios. Este versículo transmite a lição de empatia. Ao reconhecer o sofrimento dos outros, nos tornamos indivíduos que estendem a compaixão e defendem a justiça.

Salmos 10:3

“Ele se gaba dos desejos do seu coração; ele abençoa o ganancioso e insulta o Senhor”.

10:3–4 O ódio do homem mau pelos piedosos expressa um total desrespeito pelo Senhor e seus mandamentos. Ele está cheio de si mesmo. O ímpio “se gaba” de que tudo o que ele deseja, ele pode realizar por meio de suas maquinações. Este homem ganancioso não tem respeito por Deus ou seus mandamentos. Ele “elogia” a si mesmo, mas rejeita a aliança de Deus. Seu objetivo na vida é evitar intencionalmente Deus. Ele não é ateu, mas escolheu convenientemente viver sem Deus. A rejeição do Senhor é evidente no senso distorcido de justiça e preocupação do homem ganancioso (v.5), sua falsa confiança (v.6), sua linguagem obscena (v.7), seus atos perversos (vv.8–10), e seu total desrespeito à responsabilidade perante Deus (v.11).

10.3-6 Estes versos apresentam um perfil dos maus, suas atitudes e crenças: são orgulhosos, arrogantes, ambiciosos, insolentes, zombadores e autossuficientes. Envaidecidos pelo êxito, os maus se acham intocáveis e invencíveis, e assim negam a existência de Deus e de qualquer autoridade a quem tenham de prestar contas, e se riem de seus inimigos. E como tudo acontece de acordo com seus desejos, eles não creem em nada nem ninguém a não ser neles mesmos. O mau é o seu próprio deus.

Davi observa a arrogância dos ímpios e o desrespeito a Deus. Este versículo nos ensina a virtude da humildade. Ao reconhecer nossa dependência de Deus, nos tornamos indivíduos que priorizam um relacionamento com Ele.

Salmos 10:4

“Na sua soberba o ímpio não o busca; em todos os seus pensamentos não há lugar para Deus”.

O salmista reconhece a rejeição de Deus pelos ímpios. Este versículo transmite a lição de humildade. Ao convidar Deus para todos os aspectos de nossas vidas, nos tornamos indivíduos que cultivam um coração sintonizado com Sua presença.

Salmos 10:5

“Seus caminhos são sempre prósperos; suas leis são rejeitadas por ele; ele zomba de todos os seus inimigos.”

O sucesso pode coroar a injustiça. A prosperidade dos piedosos (1:3) é garantida por Deus, mas os ímpios se esforçam ao máximo para receber sua parte. Eles ostentam os “julgamentos” (“leis”) de Deus. Como Deus ainda não veio para julgar, os ímpios se tornam mais descarados em seu governo egoísta e despótico. Eles desprezam qualquer um que se interponha em seu caminho e os consideram seus “inimigos” (cf. Malaquias 1:13).

Davi observa o aparente sucesso dos ímpios. Este versículo nos ensina a virtude da confiança na justiça de Deus. Ao confiar os resultados a Deus, nos tornamos indivíduos que confiam em Seu plano soberano.

Salmos 10:6

“Ele diz a si mesmo: ‘Nada jamais me abalará’. Ele jura: ‘Ninguém jamais me fará mal.’”

Em sua prosperidade, os ímpios presunçosamente tomam para si os privilégios dos justos — aqueles a quem Deus prometeu não serão movidos. Os ímpios não precisam de Deus. Além disso, eles estão “felizes” consigo mesmos. Em seu orgulho, eles podem viver sem senso de responsabilidade, pois não esperam retribuição. Além disso, eles tomam medidas para nunca passar por “problemas” enquanto tentam autonomamente evitar o julgamento justo de Deus.

O salmista reflete sobre a confiança do ímpio. Este versículo transmite a lição de humildade e confiança. Ao reconhecer nossa vulnerabilidade, nos tornamos indivíduos que colocam nossa segurança somente em Deus.

Salmos 10:7

“A sua boca está cheia de mentiras e ameaças; problemas e males estão debaixo de sua língua”.

10:7–10 Os ímpios podem não parecer perigosos, mas usam a língua como arma. Eles intimidam com suas maldições e ameaças; seu juramento é inútil porque é uma mentira. Mas eles são tão poderosos e persuasivos em seu discurso que sempre parecem conseguir o que querem. Suas palavras refletem suas maquinações (vv.3-4, 6), e sua intenção é causar destruição. “Problemas e maldades” são um modo de vida para eles. Eles ficam à espreita como animais selvagens para emboscar e obter controle sobre vítimas inocentes. Uma vez que os ímpios têm suas vítimas, eles as levam como um “leão”. O salmista também compara o ímpio ao caçador que persegue sua presa e a prende em uma rede. Assim, as vítimas são dominadas pela força bruta. Eles não recebem justiça ou misericórdia.

Davi destaca a natureza enganosa do ímpio. Este versículo nos ensina a virtude da veracidade. Ao valorizar a honestidade, nos tornamos indivíduos que priorizam a integridade em nossas palavras e ações.

Salmos 10:8

“Ele arma ciladas perto das aldeias; da emboscada ele mata os inocentes. Seus olhos vigiam em segredo suas vítimas;...”

O salmista lamenta a violência dos ímpios. Este versículo transmite a lição da compaixão. Ao nos posicionarmos contra a opressão, nos tornamos indivíduos que promovem a justiça e protegem os vulneráveis.

10.8-11Seus olhos vigiam. Estes versos mostram claramente a conduta depredadora do mau: espreita e mata ao inocente, às pessoas simples e humildes, e tem em sua mira o fraco e indefeso. Ele atua como um leão escondido, na espreita, pronto para agarrar sua presa, arrastá-la e devorá-la (Sl 22.19-21; 91.13). O mau se julga impune, livre de qualquer penalidade ou castigo perante a justiça de Deus. E como “todo ladrão se avalia por sua condição”, ele crê que, se por acaso Deus existir, já se esqueceu do indefeso, virou o rosto e se fez de cego perante a injustiça.

Salmos 10:9

“Como um leão escondido, ele está à espreita. Ele fica à espreita para pegar os desamparados; ele pega os desamparados e os arrasta em sua rede.”

Davi descreve vividamente as ações predatórias dos ímpios. Este versículo nos ensina a virtude da empatia. Ao defender a causa dos oprimidos, nos tornamos indivíduos que imitam a compaixão de Deus.

Salmos 10:10

“Suas vítimas são esmagadas, elas desmoronam; eles caem sob sua força.”

O salmista lamenta o sofrimento dos oprimidos. Este versículo transmite a lição de solidariedade. Ao ficar ao lado daqueles que sofrem, nos tornamos indivíduos que oferecem conforto e apoio.

Salmos 10:11

“Ele diz para si mesmo: ‘Deus nunca notará; ele cobre o rosto e nunca vê.’”

O salmista volta ao seu ponto de partida (cf. vv.2-4). A arrogância dos ímpios se expressa na injustiça, mas a raiz do problema deles é o total desrespeito ao Senhor. Eles rejeitaram o Deus da aliança por palavras e ações. Eles confundem a paciência de Deus com o mal com a falta de interesse de Deus na justiça e nas vítimas inocentes. Sua ousadia cresce à medida que não sentem mais nenhuma responsabilidade perante Deus por suas ações.

Davi reflete sobre a percepção dos ímpios sobre a ausência de Deus. Este versículo nos ensina a virtude da confiança na consciência de Deus. Ao reconhecer a presença de Deus, nos tornamos indivíduos que encontram consolo em Sua vigilância constante.

Salmos 10:12

“Levanta-te, Senhor! Levanta a tua mão, ó Deus. Não se esqueça dos desamparados.”

Os versículos 12 e 15 juntos formam a oração pela intervenção de Deus. Entre esses dois versículos, o salmista reflete sobre a loucura dos ímpios. Ele pergunta com espanto “por que” ou “como” os ímpios ousam insultar a Deus e imaginar que Deus não vê o mal (cf. v.11). Ele responde a sua própria pergunta, acalmando seus sentimentos de perturbação e ansiedade diante da presença do mal. Afinal, Deus vê suas façanhas malignas.

10.12-15 Levanta tua mão. O salmista, indignado por essa situação tão injusta, eleva ao Senhor sua súplica e lhe pede que intervenha: “Levanta-te como poderoso guerreiro e defende os afligidos, castigue os malvados, não te esqueças dos pobres!” O salmista apresenta a situação a Deus, descreve a dificuldade do pobre e suas condições de vida, e as contrasta com as atitudes e ações dos maus, que desprezam, exploram e assassinam os humildes, creem-se intocáveis, e zombam da justiça. Em contraste, os indefesos não têm outro advogado a não ser Deus, amparam-se na justiça divina e no amor preferencial de Deus pelos órfãos e indefesos. O salmista termina sua intervenção pedindo justiça para os humildes e castigo para os maus. O Senhor é grande em misericórdia e perdão, mas também é justo e soberano em sua vontade para com os homens. Os maus erram mortalmente ao fazer descaso com a justiça divina.

Os ímpios podem desprezar a Deus e seus julgamentos (vv.3-5), enquanto as vítimas inocentes buscam a proteção de seu Pai celestial. O uso enfático de “mas tu” e “tu” implica que a única esperança das vítimas está em seu abandono a seu Deus, que prometeu ajudar o órfão e todos os seus filhos necessitados (cf. vv.17-18). A paciência de Deus explica a demora da justiça.

O salmista ora pela intervenção de Deus. Este versículo transmite a lição da petição. Ao buscar a ação de Deus, nos tornamos indivíduos que confiam em Seu poder para realizar mudanças.

Salmos 10:13

“Por que o ímpio insulta a Deus? Por que ele diz para si mesmo: ‘Ele não vai me chamar para prestar contas’?”

Davi questiona o desafio dos ímpios a Deus. Este versículo nos ensina a virtude da reverência. Ao reconhecer a autoridade de Deus, nos tornamos indivíduos que se submetem ao Seu julgamento.

Salmos 10:14

“Mas tu, ó Deus, vê a angústia dos aflitos; você considera a dor deles e a assume. As vítimas se comprometem com você; tu és o ajudante dos órfãos”.

O salmista afirma o cuidado de Deus pelos aflitos. Este versículo transmite a lição de esperança. Ao confiar na compaixão de Deus, nos tornamos indivíduos que confiam em Sua provisão e orientação.

Salmos 10:15

“Quebrai o braço do ímpio; chamar o malfeitor para prestar contas de sua maldade que de outra forma não seria descoberta.”

Davi ora por justiça contra os ímpios. Este versículo nos ensina a virtude de buscar a justiça. Ao defender a justiça, nos tornamos indivíduos que defendem os padrões de Deus.

Salmos 10:16

“O Senhor é Rei para todo o sempre; as nações perecerão de sua terra”.

 A esperança do justo em um mundo justo está no Senhor. Seu reinado é estabelecido “para todo o sempre”. Como podem os ímpios pensar que durarão “de geração em geração” (cf. v.6)? Junto com as nações, eles perecerão de “sua terra”, para deixar o povo de Deus em paz. A preocupação do salmista aqui é com a “terra” de Israel, onde prevalecia a anarquia. A palavra “nações” refere-se aos ímpios em Israel, que agem como as nações.

O salmista proclama a realeza eterna de Deus. Este versículo transmite a lição da soberania de Deus. Ao reconhecer Seu reinado, nos tornamos indivíduos que encontram segurança em Seu governo.

Salmos 10:17

“Tu, Senhor, ouve o desejo do aflito; tu os encorajas e ouves o seu clamor,...”

A realeza de Deus foi revelada a Israel (Êx 15:18) e se manifestou em Israel. Porque Deus é fiel à aliança, ele prometeu julgar os necessitados. “Os órfãos e os oprimidos” é uma referência à classe de pessoas que foram mais facilmente injustiçadas, mas foram protegidas pela lei de Deus (Êx 22:22–24; Dt 10:18; 16:11, 14). Deus dá aos necessitados o que eles desejam, interrompendo o reinado de terror daqueles que agem como deuses. A expressão “quem é da terra” expressa a fraqueza da humanidade.

Davi reconhece a atenção de Deus aos aflitos. Este versículo nos ensina a virtude da compaixão. Ao estender a compaixão, nos tornamos indivíduos que refletem o coração de Deus para os feridos.

Salmos 10:18

“Defendendo os órfãos e os oprimidos, para que meros mortais terrenos nunca mais espalhem terror.”

10.16-18 tu ouvirás. O salmista encerra o salmo afirmando que Deus é Senhor e Rei eterno, que suas promessas se cumprem (Sl 1.5-6) e que, por seu amor preferencial pelos pobres, garante que ele lhes ouvirá, sustentará na provação, atenderá e fará justiça.

10.18 nunca mais espalhem o terror. Deus não deixará impune quem ousa ferir ao pobre e afligir pessoas. Quem se sente seguro pelos benefícios que desfruta e faz pouco caso dos outros e de Deus colherá grande aflição. As condições serão revertidas, ainda que isso pareça demorar! Deus é o socorro certo e abençoará os que nele esperam. Os aflitos, os oprimidos e os necessitados serão agraciados.

Davi reconhece a atenção de Deus aos aflitos. Este versículo nos ensina a virtude da compaixão. Ao estender a compaixão, nos tornamos indivíduos que refletem o coração de Deus para os feridos.

O Salmo 10 nos convida a enfrentar as duras realidades da injustiça e da opressão enquanto buscamos consolo no cuidado inabalável de Deus. Ao aplicarmos seus ensinamentos, aprendemos a cultivar a resiliência em tempos de adversidade, a estender a compaixão aos oprimidos e a confiar na soberania de Deus mesmo quando Sua presença parece oculta. Ao reconhecer nossas vulnerabilidades e colocar nossa esperança na justiça suprema de nosso Criador, nos tornamos indivíduos que se opõem à injustiça, oferecem conforto aos que sofrem e encontram força no amor inabalável de Deus.

Bibliografia

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