Salmo 10 — Estudo Devocional

Salmo 10 — Estudo Devocional

Salmo 10 — Estudo Devocional





Salmo 10

10.1-8 Por que te escondes? O fato de o Salmo 10 dar continuidade à estrutura alfabética do Salmo 9 ilustra com arte “o outro lado da moeda”: embora seja verdadeira a certeza de que os maus serão castigados e de que Deus não desampara os seus filhos, também é verdade que haverá períodos na vida em que nos sentiremos sozinhos e injustiçados, e não conseguiremos perceber a presença de Deus. Então será a hora de desabafar e pedir a ajuda dele. Veja a nota seguinte.

10.1-2 por que ficas aí tão longe? Será que Deus realmente se importa e se mobiliza conosco? Em ocasiões de profunda aflição podemos sentir uma ausência ou distanciamento de Deus. O próprio Jesus sentiu e expressou isto quando de sua crucificação (veja Mt 27.46, nota). Em certos períodos da vida podemos sofrer opressão, injustiça, violência e discriminação. Em meio a uma situação de angustia, solidão e desamparo, o salmista pergunta onde está Deus, e por que ele se esconde exatamente na hora do sofri- mento? A vida em sociedade tem suas tensões devido à diversidade de cará- ter das pessoas, à forma como algumas exercem o poder, ao orgulho de muitos e ao pecado de todos. Então o salmista segue, respondendo para si mesmo, afirmando que os maus — aqueles que perseguem aos humildes com arrogância e crueldade — cairão em suas próprias armadilhas. Veja também o quadro “Depressão” (Sl 42).

10.3-6 as pessoas que exploram os outros. Estes versos apresentam um per- fil dos maus, suas atitudes e crenças: são orgulhosos, arrogantes, ambiciosos, insolentes, zombadores e autossuficientes. Envaidecidos pelo êxito, os maus se acham intocáveis e invencíveis, e assim negam a existência de Deus e de qualquer autoridade a quem tenham de prestar contas, e se riem de seus inimigos. E como tudo acontece de acordo com seus desejos, eles não creem em nada nem ninguém a não ser neles mesmos. O mau é o seu próprio deus.

10.5 tudo o que esse homem faz dá certo. Especialmente chocante é o aparente “sucesso” dos maus e dos arrogantes que menosprezam quem crê em Deus e trata de viver a vida honesta e justamente.

10.7 sua boca está cheia. O salmista descreve o modo de falar dos maus: maldições, mentiras e ofensas, cujo propósito é atemorizar, oprimir e causar mal para quem o ouve.

10.8-11 espia os que não podem se defender. Estes versos mostram claramente a conduta depredadora do mau: espreita e mata ao inocente, às pessoas simples e humildes, e tem em sua mira o fraco e indefeso. Ele atua como um leão escondido, na espreita, pronto para agarrar sua presa, arrastá-la e devorá-la (Sl 22.19-21; 91.13). O mau se julga impune, livre de qualquer penalidade ou castigo perante a justiça de Deus. E como “todo ladrão se avalia por sua condição”, ele crê que, se por acaso Deus existir, já se esqueceu do indefeso, virou o rosto e se fez de cego perante a injustiça.

10.12-15 castiga essa gente má! O salmista, indignado por essa situação tão injusta, eleva ao Senhor sua súplica e lhe pede que intervenha: “Levanta-te como poderoso guerreiro e defende os afligidos, castigue os malvados, não te esqueças dos pobres!” O salmista apresenta a situação a Deus, descreve a dificuldade do pobre e suas condições de vida, e as contrasta com as atitudes e ações dos maus, que desprezam, exploram e assassinam os humildes, creem-se intocáveis, e zombam da justiça. Em contraste, os indefesos não têm outro advogado a não ser Deus, amparam-se na justiça divina e no amor preferencial de Deus pelos órfãos e indefesos. O salmista termina sua intervenção pedindo justiça para os humildes e castigo para os maus. O Senhor é grande em misericórdia e perdão, mas também é justo e soberano em sua vontade para com os homens. Os maus erram mortal- mente ao fazer descaso com a justiça divina.

10.14 Mas tu… vês e percebes o sofrimento e a tristeza. Nunca esqueçamos esse maravilhoso consolo: Deus vê o que estamos sofrendo, e sempre está disposto a nos ajudar.

10.16-18 tu ouvirás. O salmista encerra o salmo afirmando que Deus é Senhor e Rei eterno, que suas promessas se cumprem (Sl 1.5-6) e que, por seu amor preferencial pelos pobres, garante que ele lhes ouvirá, sustentará na provação, atenderá e fará justiça.

10.18 nunca mais espalhem o terror. Deus não deixará impune quem ousa ferir ao pobre e afligir pessoas. Quem se sente seguro pelos benefícios que desfruta e faz pouco caso dos outros e de Deus colherá grande aflição. As condições serão revertidas, ainda que isso pareça demorar! Deus é o socorro certo e abençoará os que nele esperam. Os aflitos, os oprimidos e os necessitados serão agraciados.

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