Salmo 9 — Estudo Devocional

Confie na Justiça e Libertação de Deus


O Salmo 9 exala um espírito de louvor e gratidão pelo justo julgamento e libertação de Deus. Composto por Davi, este capítulo reflete sobre o triunfo da justiça de Deus sobre os ímpios e o refúgio dos fiéis Nele. À medida que nos aprofundamos em seus versículos, encontramos percepções profundas sobre confiança, gratidão e a certeza da presença de Deus. O Salmo 9 serve como um guia para cultivar uma fé inabalável, reconhecer a soberania de Deus e encontrar força em Sua libertação.

Salmos 9:1

“Eu te darei graças, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas”.

Estes dois salmos (Salmos 9 e 10) formam uma unidade, um poema alfabético (acróstico) parcial, em que os versos seguem a sequência do alfabeto hebraico, num belo exemplo de como o louvor — e também o lamento — podem ser expressos de forma artística, trabalhada e detalhada com esmero. 

Davi começa com uma declaração de gratidão e louvor pelas obras de Deus. Este versículo nos ensina a virtude da gratidão sincera. Ao reconhecer os feitos de Deus, cultivamos um coração que transborda de gratidão e adoração.

9.1-2 Te darei graças. O salmista, cheio de alegria, louva a Deus com todo o coração, dá testemunho de suas maravilhas, dá gritos de alegria e canta hinos em honra dele, confiado na sua justiça.

Salmos 9:2

“Regozijar-me-ei e regozijar-me-ei em Ti; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo”.

O salmista expressa alegria e regozijo na presença de Deus. Este versículo transmite a lição de alegria no Senhor. Ao celebrarmos o caráter de Deus, tornamo-nos indivíduos que se deleitam em Sua companhia.

Salmos 9:3

“Meus inimigos retrocedem; eles tropeçam e perecem diante de Ti”.

Davi testemunha a intervenção de Deus contra seus inimigos. Este versículo nos ensina a virtude da confiança na proteção de Deus. Ao confiar em Sua defesa, desenvolvemos um coração que busca refúgio em Sua força infalível.

Salmos 9:4

“Pois Tu sustentaste o meu direito e a minha causa, assentando-te no trono como justo juiz.”

O salmista reconhece o papel de Deus como um juiz justo. Este versículo transmite a lição de confiança na justiça de Deus. Ao reconhecer Sua justiça, nos tornamos indivíduos que confiam em Sua orientação e defendem o que é certo.

9.3-6 justo juiz. Ele louva a Deus porque por experiência própria o conhece como justo juiz, que faz justiça, repreende e profere a sentença contra seus inimigos. Estes, ao tentarem escapar da presença de Deus tropeçam e são alcançados por seus juízos. É bom saber e recordar que Deus é o justo juiz (vs. 4,7-8) que acolhe os que nele se refugiam (9-10). Através da oração podemos trazer-lhe nossas inquietações e causas, que ele nos defenderá. Há os que sofrem por questões políticas e conflitos armados; muitos hoje se encontram exilados, humilhados pelos poderosos e intimidados por bandidos. Podemos estar aflitos por pressões de ordem financeira, jurídica, ou outra qualquer. As Escrituras demonstram repetidamente que os maus não se firmarão, mas o justo, o humilde e o pacífico serão abençoados (Mt 5.3-12). Assim, firmados nas palavras do nosso misericordioso e justo Deus, sigamos nossa caminhada com esperança: ele é a fonte de nossa alegria (v. 2).

Salmos 9:5

“Repreendeste as nações e destruíste os ímpios; Tu apagastes o nome deles para todo o sempre.

Davi reflete sobre o julgamento de Deus contra os ímpios. Este versículo nos ensina a virtude da soberania de Deus. Ao reconhecermos Sua autoridade, cultivamos um coração que se rende ao Seu governo justo.

Salmos 9:6

“A ruína sem fim alcançou meus inimigos, Tu desarraigastes suas cidades; até a memória deles pereceu.”

O salmista contempla o destino final dos ímpios. Este versículo transmite a lição das consequências. Ao compreender as implicações das escolhas, tornamo-nos indivíduos que priorizam uma vida digna.

Salmos 9:7

“O Senhor reina para sempre; ele estabeleceu seu trono para julgamento.”

Davi proclama o reino e a autoridade eternos de Deus. Este versículo nos ensina a virtude de reconhecer a soberania de Deus. Ao nos submetermos ao Seu governo, nos tornamos indivíduos que vivem alinhados com Seu propósito divino.

9.7-10 reina para sempre. O salmista contrasta a brevidade da vida dos inimigos do povo de Deus e a permanência eterna de Deus como rei e juiz supremo, que julga com justiça, profere sentenças corretas e defende e protege os oprimidos em tempos de angústia. Por isso, os que conhecem e buscam a Deus depositam sua confiança e esperança nele, pois ele nunca os abandona.

Salmos 9:8

“Ele governa o mundo com justiça e julga os povos com equidade.”

O salmista enfatiza o governo justo de Deus. Este versículo transmite a lição de justiça. Ao valorizar o tratamento igualitário, nos tornamos indivíduos que promovem a justiça em nossas interações.

Salmos 9:9

“O Senhor é um refúgio para os oprimidos, uma fortaleza em tempos de angústia.”

Davi celebra o papel de Deus como refúgio e fortaleza. Este versículo nos ensina a virtude de buscar refúgio em Deus. Ao encontrarmos segurança Nele, nos tornamos pessoas que confiam em Sua proteção constante.

Salmos 9:10

“Aqueles que conhecem o teu nome confiam em ti, pois tu, Senhor, nunca desamparaste os que te buscam.”

O salmista enfatiza a confiança na fidelidade de Deus. Este versículo transmite a lição de confiança na constância de Deus. Ao buscar Sua presença, nos tornamos indivíduos que experimentam Sua companhia inabalável.

Salmos 9:11

“Cantai louvores ao Senhor, entronizado em Sião; proclamai entre as nações o que ele fez”.

Davi encoraja o louvor e a proclamação dos feitos de Deus. Este versículo nos ensina a virtude de compartilhar as obras de Deus. Ao testemunhar Sua bondade, tornamo-nos indivíduos que inspiram outros a reconhecer Sua grandeza.

9.11-12 proclamai entre as nações. Somos convidados a louvar ao Senhor e a testificar aos povos vizinhos sobre sua bondade e misericórdia para com os que sofrem, e sobre seu juízo e castigo para os que maltratam e fazem violência aos necessitados.

Salmos 9:12

“Porque o que vinga o sangue se lembra; ele não ignora os gritos dos aflitos”.

O salmista reconhece a preocupação de Deus com os aflitos. Este versículo transmite a lição da compaixão. Ao estender a compaixão, nos tornamos indivíduos que espelham o coração de Deus para os vulneráveis.

Salmos 9:13

“Senhor, vê como os meus inimigos me perseguem! Tenha misericórdia e levante-me das portas da morte,...”

Davi apela para a intervenção e misericórdia de Deus. Este versículo nos ensina a virtude da petição na oração. Ao buscarmos a ajuda de Deus, nos tornamos indivíduos que confiam humildemente em Sua graça.

9.13-14 tem misericórdia. Estes versos ecoam o clamor de um necessitado que pede compaixão em suas aflições e que, ao ser liberto de seus perseguidores, dará testemunho de que Deus é digno de louvor e expressará sua felicidade por ter sido salvo. Repare como a certeza da intervenção futura de Deus nos anima a suportar o presente.

Salmos 9:14

“Para que eu declare seus louvores nos portões da filha de Sião, e ali me regozije em sua salvação.”

O salmista imagina louvar a Deus em triunfo. Este versículo transmite a lição da antecipação. Ao esperar a libertação de Deus, nos tornamos indivíduos que mantêm a esperança em tempos difíceis.

Salmos 9:15

“As nações caíram na cova que cavaram; seus pés estão presos na rede que armaram”.

Davi reflete sobre as consequências da maldade. Este versículo nos ensina a virtude da responsabilidade. Ao reconhecer os resultados das ações, nos tornamos indivíduos que priorizam a integridade.

9.15-18  presos na rede que armaram. O salmista apresenta os resultados da má conduta dos que não levam Deus em conta: os maus cairão em suas próprias armadilhas, e ficarão presos nas redes que eles mesmos esconderam. Os que se esquecem de Deus irão terminar no reino da morte, porém os pobres não serão esquecidos, nem perderão sua esperança.

Salmos 9:16

“O Senhor é conhecido por seus atos de justiça; os ímpios são enlaçados pelo trabalho de suas mãos.”

O salmista destaca a justiça de Deus. Este versículo transmite a lição da justiça divina. Ao reconhecer Sua justiça, nos tornamos indivíduos que defendem a justiça em nossos negócios.

Salmos 9:17

“Os ímpios descem ao reino dos mortos, todas as nações que se esquecem de Deus.”

Davi contempla o destino daqueles que se esquecem de Deus. Este versículo nos ensina a virtude da lembrança. Ao valorizar nosso relacionamento com Deus, nos tornamos indivíduos que honram Sua presença.

Salmos 9:18

“Mas Deus nunca se esquecerá do necessitado; a esperança dos aflitos jamais perecerá.”

O salmista reafirma a preocupação de Deus com os necessitados. Este versículo transmite a lição de esperança. Ao confiar no cuidado de Deus, nos tornamos indivíduos que personificam a esperança para os necessitados.

Salmos 9:19

“Levanta-te, Senhor, não triunfem os mortais; que as nações sejam julgadas na tua presença”.

Davi ora pela intervenção de Deus. Este versículo nos ensina a virtude da súplica. Ao buscar a intervenção de Deus, nos tornamos indivíduos que confiam em Seu governo divino.

Salmos 9:20

“Inflige-os com terror, Senhor; que as nações saibam que são simples mortais.”

O salmista apela para a revelação divina. Este versículo transmite a lição da revelação divina. Ao buscar a revelação de Deus, nos tornamos indivíduos que buscam entender Seus caminhos.

9.19-20 são simples mortais. O salmista termina sua oração pedindo a Deus que ponha um fim no orgulho das pessoas, que os chame a juízo, os faça tremer em sua presença e reconhecer que não passam de simples mortais. Davi não procura fazer justiça por suas próprias mãos, mas somente apresenta seu caso ao melhor juiz do mundo, e espera nele. O fato dele expressar a Deus todos os sentimentos de dor, frustração, rejeição e falta de aceitação sobre uma situação específica, e depois esperar que Deus faça justiça, é um convite e um exemplo a seguir — façamos o mesmo!

O Salmo 9 nos orienta a cultivar confiança, gratidão e consciência da justiça de Deus. Ao aplicarmos seus ensinamentos, aprendemos a abraçar a fé inabalável, proclamar os feitos de Deus e buscar refúgio em Sua presença. Por meio de um coração de ação de graças e confiança em Seu julgamento justo, nos tornamos indivíduos que permanecem firmes diante dos desafios, confiantes de que a libertação de Deus é certa e Sua justiça prevalece.


Bibliografia

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