Estudo sobre Gênesis 36

Gênesis 36: Descendentes de Esaú

Segue-se uma genealogia detalhada dos descendentes de Esaú, intercalada com duas outras listas, as tribos indígenas de Seir e os reis edomitas. As listas são complicadas porque algumas informações são fornecidas em outros lugares, com algumas variações. Os versículos 1-8 dão os nomes das três esposas de Esaú e de seus filhos e netos. Aqui os nomes das esposas são Adá, uma hitita; Oolibama, um heveu; e Basemate, filha de Ismael; estes diferem ligeiramente dos nomes dados em 26:34 e 28:9: Judith, Basemath e Mahalath. Ada e Basemate (de acordo com a lista no capítulo 36) dão à luz um filho a Esaú; Oolibamá dá à luz três.

Os versículos 9-14 listam os filhos nascidos de cada uma das esposas de Esaú em Seir, onde eles se estabelecerão depois que Jacó voltar para casa. O filho de Ada tem seis filhos, dos quais um nasceu de uma concubina, e o filho de Basemate tem quatro filhos. A lista não nomeia os netos de Basemath. Os nomes são repetidos nos versículos 15-19 com a inclusão de um neto adicional aos descendentes de Ada. Amaleque, filho da concubina, é listado como filho pleno com seus irmãos.

Os versículos 20-30 listam os descendentes de Seir, que se tornaram sete clãs. Então os versículos 31-39 nomeiam os oito reis de Edom que governaram antes do estabelecimento da monarquia em Israel. Finalmente, os versículos 40-43 nomeiam os onze clãs edomitas. Estas listas, atribuídas a P, representam o cumprimento da bênção de Isaque a Esaú em 27:39-40: Esaú viverá longe e será um guerreiro em vez de um agricultor. Eles também cumprem as palavras do Senhor a Rebeca, quando os gêmeos ainda estavam em seu ventre (25:23), de que o mais velho serviria ao mais novo: os descendentes de Esaú eventualmente serviriam aos descendentes de Jacó.

As listas atestam a longa história dos primeiros habitantes da terra e ilustram a contínua mistura dos povos ao longo da história. Eles também testemunham a contínua proteção divina do povo em todas as suas idas e vindas na região. Após essas notas genealógicas, o foco da narrativa muda para o filho de Jacó, José, o primeiro filho de sua amada esposa Raquel, que morreu ao dar à luz seu segundo filho, Benjamim.

Notas Adicionais

36.1-43
O leitor se depara com uma dificuldade imediata no cap. 36; parece impossível conciliar os dados apresentados nos v. 2,3 com afirmações anteriores acerca dos casamentos de Esaú em 26.34,35 e 28.9. A omissão do nome de Judite aqui é de importância menor; provavelmente ela morreu sem filhos ainda jovem. A real dificuldade está no fato de que em 26.34 Basemate era filha de Elom, e em 28.9 Maalate era filha de Ismael; enquanto aqui Basemate aparece como filha de Ismael, e um nome novo, Ada, é atribuído à filha de Elom. Um artifício simples, usado, e.g., por Leupold, é argumentar que a filha de Elom tinha dois nomes, Basemate e Ada; mas é forçar a credibilidade querer defender que a filha de Ismael também tinha o nome de Basemate além de Maalate. Parece mais simples admitir, junto com Kidner, que “as listas sofreram com a transmissão”; mas não há como saber em que estágio da transmissão as variantes foram introduzidas. As variantes sem dúvida mostram que os relatos tinham uma história independente; as informações anteriores e mais breves podem ter sido facilmente transmitidas em círculos israelitas, mas a riqueza de detalhes no cap. 36 sugere fortemente que as listas que ele contém foram compiladas pelos edomitas. Se esse for o caso, o reinado de Davi (quando Israel conquistou Edom) é uma época provável em que Israel teve acesso a esses dados; o v. 31 dá a entender essa época. Atualmente, alguns eruditos evangélicos (conservadores) aceitam a idéia de que alguns versículos e seções do Pentateuco foram incorporados depois da época de Moisés.

Os v. 1-5 referem-se a nascimentos anteriores à separação entre Jacó e Esaú, narrada nos v. 6-8. Nenhuma hostilidade causou a sua separação definitiva; de certa forma, ela foi semelhante à separação entre Abraão e Ló no cap. 13, em que exatamente a prosperidade dada por Deus aos dois homens forçou a sua separação. O capítulo como um todo mostra um interesse fraternal em Edom por parte de Israel. O território escolhido por Esaú, não definido no v. 6 (pelo menos no TM; a Versão Siríaca traz país, e algumas versões modernas seguem essa sugestão; v. BJ), era Edom ou Seir, como o país veio a ser conhecido. O nome Seir (v. 8), designando os montes de Seir, estava associado a antigos habitantes da região (v. 20); cf. 14.6. E incerto se os horeus (v. 21) eram os “hurritas”, conhecidos de outras fontes antigas; eram, de qualquer forma, habitantes anteriores da terra, não aparentados com a família de Abraão.

Os v. 15-30 alistam nomes associados a Esaú e os horeus. O termo chefes (v. 15 e em todo o capítulo) é incomum no hebraico, e alguns eruditos preferem “tribos” (cf. NTLH); mas “chefes” parece preferível, visto que outro tipo de líder, reis, são listados nos v. 31-39.

36:31-39. A monarquia edomita é de interesse para nós; evidentemente não houve nenhuma dinastia, nem capital fixa. Os detalhes sugerem uma monarquia não hereditária, talvez eleita, com cada governante fazendo da sua cidade natal a capital (assim como Saul fez de Gibeá o seu centro administrativo). E muito improvável que Reobote, capital de Saul, ficasse perto do longínquo Eufrates (v. 37); o substantivo hebraico simplesmente significa rio (embora com freqüência se refira ao Eufrates), e é melhor traduzir aqui por “Reobote junto ao rio” ou “Reobote do rio”, como fazem a ARC e algumas outras versões. 36:40-43. Visto que após esses chefes vem a lista dos reis, foi sugerido com alguma hesitação que eles eram governadores sob a monarquia israelita após a conquista de Edom por Davi.

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