Estudo sobre Gênesis 45
Gênesis 45: José se revela a seus irmãos
As palavras de Judá tocaram José tão profundamente que ele não consegue mais esconder sua identidade de seus irmãos. Ele dispensa seus assistentes e chora pela terceira vez. Mas desta vez ele fica com seus irmãos, diz simplesmente: “Eu sou José”, e depois pergunta sobre seu pai (45:3). A imagem da dor de seu pai pela perda de seus dois filhos por Raquel acaba levando José a se identificar diante de seus irmãos. Os irmãos estão sem palavras. José repete sua identidade, acrescentando que foi ele quem eles venderam como escravo. Suas palavras destacam tanto sua identidade quanto seu antigo relacionamento tenso com eles. Ele então explica que, embora os irmãos tenham agido pecaminosamente, tudo aconteceu sob o cuidado de Deus, para preparar o caminho para eles no Egito. Ele os envia de volta ao pai com instruções para trazê-lo de volta ao Egito, onde ele terá terras férteis suficientes para sua família, gado e todos os seus bens, para que possam sobreviver aos cinco anos de fome que restam. Eles viverão em Gósen, no nordeste do Egito, onde a terra é ideal para pastoreio de gado. José e Benjamim se abraçam (v. 14) , depois José abraça cada um de seus outros irmãos. Finalmente, eles conseguem conversar com ele depois de sua revelação chocante e depois de todos os anos de relacionamentos tensos (37:15).No versículo 16, o próprio Faraó envia saudações aos irmãos de José e incentiva José a chamar seu pai e toda a família. Ele repete a oferta em uma ordem formal. José dá provisões a seus irmãos para a viagem; para Benjamim ele dá presentes extras e também envia presentes e provisões para seu pai. Sua palavra final é intrigante; o texto hebraico pode significar: “Não tema pela sua segurança” ou “Não recrimine”. Quando Jacó ouve que José não apenas está vivo, mas também é governante do Egito, é a sua vez de ficar incrédulo (v. 26). Ao ver todas as provisões que José enviou para a viagem, ele decide ir ao Egito para ver José.
Notas Adicionais
A menção do seu pai finalmente compeliu José a revelar sua identidade; seguiu-se uma conversa intensamente pessoal, da qual foram excluídos todos os egípcios e assessores. A reação inicial dos irmãos foi pasmo e mudez (v. 4) — não somente em virtude do choque da descoberta, mas também pela preocupação em relação ao destino deles agora. Afinal, José já lhes tinha dado motivos para temê-lo, e eles tinham um grande peso na consciência; até muito mais tarde, eles ainda tinham medo (cf. 50.15). De sua parte, José não falou uma palavra sobre perdão, mesmo que possamos perceber os seus sentimentos por meio das lágrimas; as suas palavras nos v. 5-8 são de natureza mais objetiva, reconhecendo a mão de Deus por trás de tudo que havia acontecido. Eles tinham sido culpados de planejar o assassinato; mas Deus tinha de tal forma manipulado os eventos que toda a família seria beneficiada. Os temas da salvação são notórios nos significativos termos remanescente e livramento (v. 7). A alta posição de José no Egito (na nota de rodapé da NVI: pai do faraó, isto é, o seu conselheiro de honra; reflete expressão idiomática do Egito) possibilitou que ele providenciasse livramento dos anos de fome.
45:9-20. O passo seguinte foi providenciar que Jacó e toda a família fossem para o Egito (como predito em 15.13). O plano de José era que se estabelecessem na região de Gósen, perto da corte real (v. 10); essa é uma indicação da região do delta do Nilo (provavelmente o uádi Tumilate), e a localização sugerida da capital nessa parte do Egito é um ponto a favor da época dos hicsos (v. comentário de 41.1). O rei, de sua parte, reforçou o convite de José, colocando à disposição da família todas as honras e facilidades (v. 16-20). No entanto, ele não disse nada acerca de Gósen, e mais tarde José foi obrigado a manobrar com certa habilidade para alcançar os seus objetivos (cf. 46.28—47.6). 45:21-28. Mas por hora, então, os irmãos de José deixaram o Egito mais uma vez, carregados de presentes. A incredulidade e perplexidade de Jacó eram esperadas, só que dessa vez não há tom de tristeza em suas palavras, e assim ele pôde antever a sua morte sem pesar. A única nota dissonante no parágrafo é a instrução final de José a seus irmãos (v. 24). A referência provavelmente é às recriminações em que poderiam se perder, visto que, ao dar ao pai a notícia de que José ainda estava vivo, eles precisariam forçosamente confessar os fatos acerca dos delitos de tanto tempo. A conversa deles com Jacó é relatada de forma bem concisa (v. 26, 27), mas o leitor pode ter certeza de que a certa altura Jacó faria algumas perguntas bem incômodas. Embora Gn 45 ensine a realidade do controle de Deus sobre os assuntos humanos, toda a narrativa demonstra de forma igualmente clara que crimes brutais não são facilmente esquecidos e que os seus efeitos posteriores são sérios e de grandes proporções.
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