Tiago 1 — Comentário Devocional

Tiago 1 — Comentário Devocional



1.1 — O escritor desta carta, um líder da Igreja em Jerusalém (ver At 12.17; 15.13). foi Tiago, que era meio irmão de Jesus, e não o apóstolo Tiago, irmão de João, o qual foi morto por ordem de Herodes Agripa I (At 12.1.2). O livro de Tiago é uma das cartas mais antigas do NT. escrita provavelmente antes de 50 d.C. Após o martírio de Estêvão (At 7.55-8.3). a perseguição aumentou, e os cristãos em Jerusalém foram espalhados por todo o mundo romano. Havia comunidades cristãs judaicas prósperas em nome, Alexandria. Chipre, e em várias cidades na Grécia e na Ásia Menor. Pelo fato destes primeiros crentes não terem o apoio das igrejas cristãs estabelecidas. Tiago escreveu-lhes como um líder preocupado, visando encorajá-los em sua fé durante aqueles tempos difíceis.

1.2,3 — Tiago não quer dizer: “Se a dificuldade surgir em seu caminho...”, mas refere-se a quando ela vier. Ele presume que teremos dificuldades, e que é possível tirar proveito delas. A questão é não fingir estar feliz quando se enfrenta a dor, mas ter uma perspectiva positiva (deixar que ela seja uma oportunidade para a alegria), por causa daquilo que as dificuldades podem produzir em nessa vida. Tiago diz que devemos transformar nossas dificuldades em momentos de aprendizado. Os tempos difíceis podem nos ensinar a perseverar firmes em Deus. Veja outras passagens que tratam da perseverança (também chamada de paciência ou firmeza), em Romanos 2.7; 5.3-5; 8.24,25; 2 Coríntios 6.3-7; 2 Pedro 1.2-9. 

1.2-4 — Não podemos conhecer de fato a profundidade de nosso caráter ate que vejamos como reagimos sob pressão. E fácil ser bondoso com os outros quando nos tratam bem. e tudo está bem. mas será que ainda podemos ser bondosos quando os outros nos tratam de forma injusta? Deus quer nos tornar maduros e completos, e não nos poupar de toda dor. Ao invés de reclamarmos de nossas lutas, devemos vê-las como oportunidades para o crescimento espiritual em Cristo. Agradeça a Deus por ter prometido estar com você em tempos difíceis. Peça que Ele lhe ajude a resolver seus problemas ou que lhe dê forças para suportá-los. Então seja paciente. Deus não lhe deixará sozinho com os seus problemas; Ele permanecerá por perto e lhe ajudará a crescer na graça e na fé.

1.5 — Ao mencionar a “sabedoria” Tiago está se referindo não somente ao conhecimento, mas também à habilidade de tomar de cisões sábias em circunstâncias difíceis. Sempre que precisamos de sabedoria, podemos orar a Deus, e Ele generosamente prove rá aquilo que precisamos. Os cristãos não têm que tatear procurando no escuro, esperando encontrar inesperadamente as respostas. Podemos pedir a sabedoria de Deus para dirigir as nossas escolhas.

1.5 — Sabedoria significa “discernimento prático”. Começa com o respeito a Deus. conduz a um viver correto, e resulta em habilidade aumentada para dizer o que é certo ou errado. Deus está disposto a nos dar esta sabedoria, mas seremos incapazes de recebê-la se os nossos propósitos forem egocêntricos e não estiverem centrados em Deus. Para conhecermos qual é a vontade de Deus. precisamos ler a sua Palavra e pedir que Ele nos mostre como obedecê-la. Então devemos fazer aquilo que Ele nos diz. 

1.6 — Não devemos acreditar apenas na existência de Deus. mas também em seu cuidado amoroso. Isto inclui confiar em Deus e ter a esperança de que Ele ouvirá e responderá quando orarmos. Devemos deixar de lado a nossa atitude crítica quando vi ermos a Ele. Deus não concede todo pedido irrefletido ou egoísta. Devemos ter a confiança de que Deus alinhará os nossos desejos com os seus propósitos. Veja mais informações sobre este conceito, leia a nota sobro Mateus 21.22.

1.6 — Uma mente duvidosa não está completamente convencida de que a maneira de Deus seja a melhor. Ela trata a Palavra de Deus como qualquer conselho humano e retém a opção de desobedecer. Oscila entre a submissão aos sentimentos subjetivos. às ideias do mundo, e aos mandamentos de Deus. Se sua fé e nova. fraca, ou relutante, lembre-se de que você pode confiar em Deus. Então seja leal a Ele. Para estabilizar sua mente oscilante ou duvidosa, comprometa-se sinceramente com Deus. de todo o seu coração. 

1.6-8 — Se você já viu o movimento constante das enormes ondas no mar. você sabe como elas são turbulentas — sujeitas às forças do vento, da gravidade, e da maré. A dúvida torna uma pessoa inquieta como as ondas turbulentas. Se você quiser deixar de ser agitado, confie em Deus para mostrar o que é melhor para a sua vida. Peça sabedoria, e confie que Ele lhe dará. Então suas decisões serão certas e sólidas. 

1.9 — Os cristãos que não ocupam posições elevadas neste mundo devem estar contentes, porque são grandes aos olhos do Senhor. Tais pessoas são frequentemente desprezadas, até mesmo em nossas igrejas, hoje: porém não são desprezadas por Deus. 

1.9-11 — Os pobres devem ficar contentes por saber que a riqueza material não significa nada para Deus; caso contrário estas pessoas seriam consideradas indignas. Os ricos devem ficar contentes por saber que o dinheiro não significa nada para Deus. porque o dinheiro pode ser facilmente perdido. Encontramos a verdadeira riqueza desenvolvendo nossa vida espiritual, e não nos recursos financeiros. Deus está interessado naquilo que é duradouro (nossas almas), não naquilo que é temporário (nosso dinheiro e posses). Veja as palavras de Jesus sobre este assunto em Marcos 4.18, 19. Esforce se para tratar cada pessoa como Cristo a trataria.

1.10,11 — Se a riqueza, o poder e as posições sociais não significam nada para Deus, por que atribuímos a estas tanta importância e damos tanta honra àqueles que as possuem? Será que as suas posses materiais são aquilo que você considera como o mais importante, dirigem os seus objetivos e são a sua única razão de viverá Se estas desaparecessem, o que restaria? O que importa para Deus, e dura pela eternidade, é o que você tem em seu coração. não em sua conta bancária. 

1.12 — A coroa da vida é como a coroa da vitória dada aos atletas vencedores (ver 1 Co 9.25). A coroa da vida dada por Deus não é glória e honra aqui no mundo, mas a recompensa da vida eterna — viver com Deus para sempre. O caminho para fazer parlo do círculo de vencedores de Deus é amá-lo e permanecer fiei a Ele. mesmo sob pressão.

1.12-15 — A tentação vem de nossos maus desejos interiores, não de Deus. Começa com um pensamento mau. e se toma pecado quando nos demoramos neste pensamento e permitimos que elo se torne uma ação. Como uma bolo de neve rolando montanha abaixo, o pecado cresce e se torna cada vez mais destrutivo à medida que permitimos quo ele prossiga. O melhor momento para deter uma tentação é antes que esta esteja demasiadamente forte ou se mova rápido demais para ser controlada. Para mais informações sobre como escapar da tentação, veja Mateus 4.1-11; 1 Coríntios 10.13; e 2 Timóteo 2.22.

1.13,14 — As pessoas que vivem para Deus frequentemente se perguntam por que ainda tem tentações. Deus as tenta? Deus testa as pessoas, mas Ele jamais as lenta procurando seduzi-las a pecar. Porém Deus permite que Satanás tente as pessoas a fim de refinar a sua fé e ajudá-las a crescer em sua dependência em relação a Cristo. Podemos resistir à tentação de pecar voltando-nos a Deus em busca de forças e escolhendo obedecer à sua Palavra.

1.13-15 — É fácil culpar os outros e dar desculpas por pensamentos maus e ações erradas Usamos desculpas tais como: (1) é culpa da outra pessoa: (2) não pude evitar; (3) todo mundo está fazendo isso: (4) foi só um engano; (5) ninguém é perfeito: (6) o Diabo me fez fazer isso: (7) fui levado a isso: (8) ou não sabia que era errado; ou (9) Deus está me tentando. Uma pessoa que da desculpas está tentando jogar a sua própria culpa em algo ou em outra pessoa. Um cristão, por outro lado, aceita a responsabilidade por seus erros, confessa-os. e pede perdão a Deus. 1.17 A Bíblia frequentemente compara a bondade com a luz, e o mal com as trevas. Para outras passagens onde Deus é retratado como a luz, veja Salmos 27.1. Isaías 60.19-22, e João 1.1-14.

1.19 — Quando falamos muito e ouvimos pouco, a mensagem que transmitimos aos outros é que pensamos quo as nessas ideias são muito mais importantes do que as deles. Tiago nos aconselha sabiamente a invertermos este processo. Coloque um cronômetro mental em suas conversas, e controle o quanto você fala e o quanto escuta Quando as pessoas falam com você. elas sentem que seus pontos de vista e ideias têm valor?

1.19,20 — Estes versículos falam da ira que explode quando nosso ego o ferido: “Eu fui magoado ’. 'Minhas opiniões não estão sendo ouvidas”. Quando a injustiça e o pecado acontecem, de vemos ficar irados pelo fato de outros estarem sendo magoa dos. Mas não devemos ficar irados quando não vencemos uma argumentação, ou quando nos sentimos ofendidos ou abando nados. A ira egoísta nunca ajuda ninguém.

1.21 — Tiago nos aconselha a nos livrarmos de tudo que está errado em nossa vida e a aceitarmos “com mansidão” a mensagem da salvação que recebemos, porque somente isto pode nos salvar.

1.22-25 — É importante ouvir o que a Palavra de Deus diz. mas é muito mais importante obedece Ia e fazer o que ela diz. Podemos medir a eficiência do tempo do nosso estudo bíblico polo efeito que ele tem em nosso comportamento e atitudes. Você coloca em ação aquilo que estuda? 

1.25 — Parece paradoxal que uma lei possa nos dar a liberdade, mas a lei de Deus aponta o pecado em nós e nos dá a oportunidade de pedirmos o perdão do Senhor (ver Rm 7.7,8). Como cristãos, somos salvos pela graça de Deus. e a salvação nos livra do controle do pecado: somos livres para viver da maneira que Deus nos criou para viver É claro que isto não significa que estamos livres para fazer o que bem entendermos (ver 1 Pe 2.16). Somos agora livres para obedecer a Deus.

1.26 — Veja as notas no cap. 3. para mais informações sobre controlar a língua. Não importa quão espirituais possamos pensar que somos, todos nós podemos controlar nossa fala de forma mais eficaz.

1.27 — No primeiro século, os órfãos e as viúvas tinham pouquíssimos meios de apoio econômico. A menos que um membro da família estivesse disposto a cuidar deles, seriam reduzidos ã mendicância, vendendo-se como escravos, ou morreriam de fome. Ao cuidar destas pessoas, a igreja colocava a Palavra de Deus em prática. Quando damos sem pensar em receber, mostramos o que verdadeiramente significa servir aos outros.

1.27 — Para impedir que o mundo nos corrompa, precisamos nos comprometer com o sistema ético e moral de Cristo, não com o do mundo. Não devemos nos adaptar ao sistema de valores do mundo, que é baseado no dinheiro, no poder, e no prazer. A verdadeira fé não significa nada se estivermos conta minados com tais valores. 

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