Hebreus 6 — Interpretação Bíblica
Hebreus 6
6:1 arrependimento de atos que levam à morte. Esta frase refere-se a uma mudança de mente sobre as exigências da lei de Moisés (9:14). Embora a lei fosse boa (1Tm 1:8), era fraca por causa da fraqueza de nossa natureza pecaminosa (Rm 8:3). O que é necessário para a salvação não são obras sem vida que não podem salvar, mas a fé dirigida a Deus.Advertência contra a apostasia
Hebreus 6
A linguagem parece implicar que a igreja de Jerusalém havia caído em grande parte dos altos padrões de vida cristã que antes a caracterizavam, e que eles estavam se afastando dos objetivos pelos quais deveriam lutar fervorosamente.
A queda de um cristão, mencionada no versículo 6, pode ser parcial ou total, assim como uma pessoa pode cair do topo de um edifício parcialmente até uma saliência ou até o fundo. Enquanto a apostasia for parcial, pode haver esperança. Quando se torna total, a recuperação pode ser impossível.
O pecado aqui mencionado pode ser semelhante ao pecado imperdoável mencionado por Jesus (Mt 12:31-32; Mc 3:28-30), onde a implicação é que esse pecado consistiu em atribuir os milagres de Jesus a Satanás, e que, em Lucas 12:9-10, está relacionado com a negação de Jesus; pode ser cometido por uma pessoa de fora da igreja. O pecado referido em Hebreus 6:6 é a queda de um cristão. A essência do pecado fatal, seja por um cristão ou por um não-cristão, é a rejeição deliberada e final de Cristo. É como se uma pessoa no fundo de um poço, a quem uma corda é lançada, cortasse a corda acima de seu alcance, cortando assim sua única esperança de fuga. Para aqueles que rejeitam a Cristo, nunca haverá outro sacrifício pelo pecado (10:26-31). Eles terão que sofrer por seu próprio pecado.
Contra essa terrível advertência contra o afastamento de Cristo, o escritor é muito positivo que para aqueles que permanecem fiéis e fiéis a Cristo, a esperança da salvação eterna é absolutamente certa e inabalável, baseada na imutabilidade das promessas de Deus para aqueles que confiam nele. (vv. 9-20).
6:2 imposição de mãos. Esta ação foi usada para transmitir o Espírito Santo (At 8:17-18; 19:6). Também foi usado para a ordenação do ministério (At 6:6; 13:3). Esta prática também é encontrada no Antigo Testamento em comissionar alguém para um cargo público (Nm 27:18, 23; Dt 34:9) ou no contexto de apresentar uma oferta de sacrifício ao Senhor (Lv 1:4; 3:2).; 4:4; 8:14; 16:21). julgamento eterno. Isso se refere à crença de que todos serão julgados pelo grande Juiz.
6:4–6 e que caíram. Esta difícil passagem foi interpretada de várias maneiras. Alguns insistem que o autor está falando de cristãos nominais que ouviram a verdade e pareciam crer em Cristo, mas não eram sinceros em sua fé. Outros veem esses versículos como um argumento hipotético. Em outras palavras, o autor está usando este caso hipotético para alertar os espiritualmente imaturos. Essas duas posições são apoiadas por passagens que falam da consistência de Deus em sua obra, que nada pode nos separar de seu amor (Jo 6:39-40; 10:27-29; Ro 8:28-30). Mas outro grupo de comentaristas insiste que o autor está falando de cristãos genuínos que renunciam a Cristo. Eles apontam que aqueles que “provaram o dom celestial” caem. Passagens como 2 Coríntios 11:1–4; 2 Timóteo 2:17–18; 1 João 2:21–25 apoiam esta posição. Seja qual for a maneira como se interpreta esta passagem, é claro que o autor de Hebreus nos deu uma advertência clara para não renunciar a Cristo ou rejeitar sua oferta de salvação.
6:6 trazer de volta. Esta palavra significa “restaurar”. Em outras palavras, é impossível um esforço contínuo por parte de qualquer pessoa da comunidade cristã para restaurar um apóstata de volta à comunhão com Deus. Continuar a imaturidade cristã é perigoso.
6:13–15 Abraão. Aqui está um exemplo de fé e paciência na promessa de Deus (v. 12). Abraão esperou 25 anos desde o momento em que a promessa foi feita pela primeira vez até Isaque, o filho prometido, nascer (Gn 12:3-4; 15:4; 18:10; 21:5).
6:18 duas coisas imutáveis. Essas coisas são a Palavra de Deus e o juramento de Deus. Visto que Deus não mente e visto que é todo-poderoso, cumprirá todas as suas promessas.
6:20 precursor. Esta palavra foi usada no século II dC para os barcos menores enviados ao porto por navios maiores incapazes de entrar devido ao mau tempo. Esses barcos menores carregavam a âncora através das ondas dentro do porto e a largavam lá, prendendo o navio maior. Precursor também pressupõe que outros o seguirão. Assim, Jesus é como um barco que levou nossa âncora ao porto e a prendeu lá.
Notas Adicionais:
6.1 ensinamento de adultos. O autor está pensando no ensinamento a respeito do Grande Sacerdote Jesus (caps. 7-8).
6.2 dos batismos. Ou “das cerimônias de purificação”. Nesse caso, o autor estaria falando sobre as cerimônias de purificação dos judeus (Mc 7.1-4). cerimônia de pôr as mãos sobre os cristãos. Provavelmente, a cerimônia em que uma pessoa era separada para o serviço cristão (At 6.6; 1Tm 5.22; 2Tm 1.6); ou, então, pôr as mãos sobre a pessoa para que ela receba o Espírito Santo (At 8.17; 19.6).
6.4 Como... pessoas que abandonaram a fé podem se arrepender de novo? Esta severa advertência vem acompanhada de lembretes a respeito de tudo de bom (vs. 4b-5) que Deus tem preparado para aqueles que creem e têm paciência (v. 12). o dom do céu. Isto é, a salvação dada por Deus.
6.6 É impossível levar essas pessoas a se arrependerem de novo. Não se trata de pessoas que cometeram pecados de fraqueza, comuns na vida do cristão, mas de pessoas que abandonaram a fé (Ver Hb 5.11—6.12, n.; ver também Hb 10.26,29). Sem o arrependimento, não podem receber o perdão de pecados (Mt 12.32; Mc 3.29; 1Jo 5.16). O autor diz isso não porque deseja levar seus leitores ao desespero, mas porque quer evitar que se tornem preguiçosos na fé (v. 12).
6.13-20 Desejando que seus leitores sejam como os que creem e têm paciência, para que recebam o que Deus prometeu (v. 12), o autor apresenta Abraão, que teve paciência e recebeu o que Deus havia prometido (v. 15). A promessa de Deus é certa, pois, junto com a promessa, fez o juramento (v. 17).
6.13 não havia ninguém maior do que ele mesmo. Quando alguém fazia uma promessa, sempre jurava em nome de alguém mais importante (v. 16). Deus só podia jurar “pelo seu próprio nome” (Gn 22.15-18).
6.14 Ele disse a Abraão. Gn 22.16-17; ver também Gn 12.2-3; 15.5; 17.5-6.
6.18 há duas coisas. A promessa e o juramento que Deus fez de que vai cumpri-la. Deus não pode mentir. Nm 23.19; 1Sm 15.29.
6.19 passa pela cortina... e entra no Lugar Santíssimo. O autor compara o céu com a Tenda da Presença de Deus (Hb 9.1-14; ver também Êx 26.31-33; Mt 27.51, n.).
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