Hebreus 12 — Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 12 — Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 12
12.1 A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA. Esta corrida é
o teste da fé neste mundo, que dura a vida inteira (Hb 10.23,38; 12.25; 13.13).
(1) A corrida deve ser efetuada com “paciente” (gr. hupomone), ou seja, com
perseverança e constância (cf. 10.36; Fp 3.12-14). O caminho da vitória é o
mesmo que o dos santos do capítulo 11 - esforçando-se para chegar até ao fim
(cf.Hb 6.11,12; 12.1-4; Lc 21.19; 1 Co
9.24,25; Fp 3.11-14; Ap 3.21). (2) Na corrida, devemos deixar de lado os
pecados que nos atrapalham ou que nos fazem ficar para trás (v. 1) e fixarmos
os olhos, nossas vidas e nossos corações em Jesus e no exemplo que Ele nos
legou na terra, de obediência perseverante (vv. 1-4). (3) Na corrida, devemos
estar conscientes de que o maior perigo que nos confronta é a tentação de ceder
ao pecado (vv. 1,4), de voltar àquela pátria de onde haviam saído” (11.15; Tg
1.12), e de nos tornar, de novo, cidadãos do mundo (11.13; Tg 4.4; 1 Jo 2.15;
ver Hb 11.10 nota).
12.2 OLHANDO PARA JESUS. Na nossa corrida da fé,
olhamos para Jesus como: (1) nosso exemplo de confiança em Deus (Hb 2.13), de
dedicação à vontade de Deus (Mc 14.36; 10.7-10), de oração (5.7; Mc 1.35; Jo 17),
de vencer as tentações e os sofrimentos (Hb 2.10; 4.15), de perseverança na
lealdade ao Pai (vv. 2,3) e de terminar a obra para a qual Deus nos chamou (v.
2; cf. Lc 15.6,24,32; Jo 15.11); e (2) nossa fonte de energia, amor, graça,
misericórdia e auxílio (Hb 4.16; 7.25; 10.22; Ap 3.21).
12.5 A CORREÇÃO DO SENHOR. Vejamos vários fatos a
respeito da disciplina que Deus aplica aos crentes, e as dificuldades e
aflições que Ele permite que soframos. (1) São um sinal de que somos filhos de
Deus (vv. 7,8). (2) São uma garantia do amor e cuidado de Deus por nós (v. 6).
(3) A disciplina do Senhor tem dois propósitos: (a) que não sejamos, por fim,
condenados com o mundo (1 Co 11.31,32), e (b) que compartilhemos da santidade
de Deus e continuemos a viver uma vida santificada, sem a qual nunca veremos o
Senhor (vv. 10,11,14). (4) Há dois possíveis resultados da disciplina do
Senhor. (a) Podemos suportar as adversidades, às quais Deus nos leva,
submeter-nos à sua vontade e continuarmos fiéis a Ele (vv. 5,6). Fazendo assim,
continuaremos a viver como filhos espirituais de Deus (vv. 7-9), a compartilhar
da sua santidade (v. 10); e produziremos então o fruto da justiça (v. 11). (b)
Podemos desprezar a disciplina de nosso Pai (v. 5), rebelar-nos contra Ele por
causa do sofrimento e da adversidade, e daí cairmos em apostasia (Hb 3.12-14; 12.25).
(5) Andando na vontade de Deus, podemos sofrer adversidades: (a) como resultado
da nossa guerra espiritual contra Satanás (Ef 6.11-18); (b) como teste para
fortalecer a nossa fé (1 Pe 1.6,7) e as nossas obras (Mt 7.24-47; 1 Co 3.13-15);
ou (c) como parte da nossa preparação para consolarmos o próximo (2 Co 1.3-5) e
para manifestar a vida de Cristo (2 Co 4.8-10,12,16). (6) Em todos os tipos de
adversidades, devemos buscar a Deus, examinar a nossa vida (2 Cr 26.5; Sl 3.4; 9.12;
34.17) e abandonar tudo quanto é contrário a sua santidade (vv. 10,14; Sl 66.18
nota; 60.1-12 nota; ver o estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS)
12.14 SEGUI... A SANTIFICAÇÃO. Ser santo é estar
separado do pecado e consagrado a Deus. É ficar perto de Deus, ser semelhante a
Ele, e, de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a sua comunhão.
Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para os seus
seguidores (Ef 4.21-24). (1) A santidade foi o propósito de Deus para seu povo
quando Ele planejou sua salvação em Cristo (Ef 1.4). (2) A santidade foi o
propósito de Cristo para seu povo quando Ele veio a esta terra (Mt 1.21; 1 Co
1.2,30). (3) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se
entregou por eles na cruz (Ef 5.25-27). (4) A santidade é o propósito de Deus,
ao fazer de nós novas criaturas e nos conceder o Espírito Santo (Rm 8.2-15; Gl
5.16-25, Ef 2.10). (5) Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus (2 Tm 2.20,21).
(6) Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus (Sl 15.1,2).
(7) Sem santidade, ninguém verá o Senhor (v. 14; Mt 5.8; ver o estudo A
SANTIFICAÇÃO)
12.15 RAIZ DE AMARGURA. “Raiz de amargura” refere-se
a um espírito e atitude caracterizados por animosidade e ressentimento
intensos. Aqui, talvez se refira a ressentimento do crente contra a disciplina
de Deus, ao invés de submissão humilde à sua vontade para nossa vida. A
amargura pode ter como objeto pessoas da igreja. Isso prejudica a pessoa que
está assim amargurada, i.e., deixando-a sem condições de entrar na presença de
Deus em oração. A amargura entre um grupo de crentes pode alastrar-se e
corromper a muitos, destruindo a “santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” (v. 14).
12.18-25 O MONTE PALPÁVEL. As circunstâncias
aterradoras da outorga da lei (cf. Êx 19.10-25; Dt 4.11,12; 5.22-26) e os
aspectos do evangelho são aqui contrastados entre si. Quem, hoje, abandona o
evangelho sofre piores consequências e perdas do que aqueles que rejeitavam a
lei.
12.26-29 MOVEU... A TERRA. Deus um dia destruirá a
presente ordem mundial e abalará o universo material, desfazendo-o (ver Ag 2.6
- 3.21 notas). A presente configuração do mundo não é eterna; será destruída
por fogo e substituída por um novo céu e uma nova terra (Ap 20.11; 21.1; cf. 2
Pe 3.10-13). A única coisa que sobreviverá na sua forma presente será o reino
de Deus e aqueles que a ele pertencem (v. 28).
Índice: Hebreus 1 Hebreus 2 Hebreus 3 Hebreus 4 Hebreus 5 Hebreus 6 Hebreus 7 Hebreus 8 Hebreus 9 Hebreus 10 Hebreus 11 Hebreus 12 Hebreus 13