Isaías 51 — Explicação das Escrituras

Isaías 51

Isaías 51 encoraja o povo de Israel a lembrar-se da sua herança e a confiar nas promessas de Deus. O capítulo aborda aqueles que buscam a justiça e a salvação, enfatizando a capacidade de Deus de trazer conforto e libertação. Recorda a fidelidade de Abraão e Sara, destacando o seu exemplo de confiança na aliança de Deus. O capítulo fala de um tempo em que Deus restaurará Jerusalém e reunirá Seu povo de volta. Encoraja o povo a deixar de lado o medo e a confiar no poder de Deus. Isaías 51 oferece uma mensagem de esperança, restauração e a importância de manter a fé e a confiança na fidelidade de Deus.

Explicação

51:1–3 Todos em Israel que buscam libertação devem lembrar-se do cuidado de Deus por eles desde que Ele os tirou da pedreira (Mesopotâmia). Eles deveriam ser encorajados pela lembrança do trato gracioso de Deus com Abraão (…) e Sara, e como Ele lhes deu uma posteridade numerosa. E eles deveriam sentir-se encorajados por Sua promessa de consolar Sião. Observe três chamados para ouvir (vv. 1, 4, 7) e três chamados para despertar (51:9, 17; 52:1).

51:4–6 O Messias governará os povos gentios, bem como Israel durante o Milênio. No final do reino, os céus e a terra serão destruídos e todos os incrédulos perecerão, mas o povo de Deus estará eternamente seguro.

51:7, 8 O Senhor exorta o remanescente a não temer a ira dos homens durante os dias sombrios do período da Tribulação, porque a condenação dos homens maus está selada e a libertação do Seu povo está assegurada.

51:9–11 Isso leva o remanescente a invocar o Senhor para libertar Seu povo, assim como Ele os libertou do Egito (Raabe) e do Faraó (a serpente, seu símbolo), secando o mar para que os remidos pudessem atravessá-lo. A memória da intervenção de Deus no passado faz com que prevejam o regresso dos cativos resgatados a Sião. F. C. Jennings descreve o evento lindamente:
Suas cabeças estão enfeitadas com a alegria e a alegria que eles perseguiram em vão até agora, mas que finalmente alcançaram, enquanto a tempestade pela qual passaram rola como uma nuvem espessa, levando consigo todos os seus suspiros e lágrimas! (Jennings, Isaiah, p. 593.)
51:12–16 Jeová transmite uma mensagem de conforto àqueles que temem o tirano, seja Nabucodonosor naquele dia ou o homem do pecado no futuro. Deveriam temer ao Senhor que estendeu os céus e fundou a terra; então eles perderiam o medo do homem frágil. O cativo exilado se apressa para ser solto, para que não morra na cova e para que seu pão não falte. Esses cativos foram libertados naquela época por Ciro e serão libertados pelo Messias quando Ele aparecer em glória. Jeová fará com que isso aconteça; Aquele que é infinitamente elevado também está intimamente próximo, escondendo o Seu povo com a sombra da Sua mão. Ele coloca Suas palavras em suas bocas para que possam ser Seus missionários no mundo. O versículo 16 também pode ser aplicado ao Senhor Jesus. O Pai colocou Suas palavras na boca do Messias, protegeu-O e equipou-O para que Ele pudesse plantar os novos céus e a nova terra do período milenar e dizer a Sião: “Tu és Meu povo”.

51:17–20 “Desperta, desperta!” Ele convida Jerusalém depois de sua noite escura de sofrimento, quando nenhum de seus filhos poderia guiá-la, quando ela foi devastada pela fome e pela espada, quando seus homens jaziam indefesos como um antílope exausto preso em uma rede.

51:21–23 Ele pegará o cálice de Sua fúria que fez Jerusalém cambalear, e o dará aos seus inimigos que ultrapassaram os limites designados a eles por Deus, sendo cruéis e impiedosos.

Notas Adicionais

51.1 Procurais... buscais. Deus consola os arrependidos que, atribulados, buscam a justiça e sua Fonte, que é o próprio Deus, acrescentando todas as coisas àqueles que assim fazem (Mt 6.33; Rm 8.32).

51.2 Eu o chamei. A livre escolha de Deus é pela graça, sem méritos humanos tanto nos casos dos patriarcas como no do povo de Deus.

51.4 Lei. Heb tôrâh. A palavra vem da raiz que significa “atirar” contra o alvo”, “almejar um alvo”. Na forma causativa deste verbo, a raiz significa também ensinar, como se fosse ”conduzir alguém a um alvo”. Já que o sentida básico de pecado é “errar o alvo que Deus propõe”, é importante reconhecer que a lei conduz à vontade de Deus, e nos aponta para a pessoa de Jesus Cristo. É neste sentido que consta aqui, como parte integrante da revelação de Deus, que é Sua palavra. “Lei” no sentido de ser um a prática legalista de preceitos com o fito de se ganhar a vida eterna, pelos próprios méritos, contrasta com o evangelho, e neste segundo sentido é oposta à graça de Deus (Rm 5.20; Gl 53-5). Direito. Anuncia-se o direito da nova aliança, a ética cristã.

51.6 As belezas perecíveis dos céus e da terra aqui se acham em contraste com a salvação que é a graça mutável de Deus. Justiça. Em contraste com a vaidade da terra e de tudo o que nela há, a salvação e a justiça, adquiridas pelo Salvador, não terão fim nem limites, vê-se aqui a doutrina dos novos céus e da nova terra (65.17).

51.9 Egito. Heb rahabh, lit. “o orgulhoso”, “o insolente”. Aplica-se claramente ao Egito, como também em Sl 89.10, onde aparece o nome Raabe (cf. Sl 87.4). A referência específica é a derrota sofrida pelos exércitos do Egito, ao perseguir os israelitas, depois do Êxodo. O nome tem sido aplicado ao crocodilo da mitologia da Babilônia, o caos que ameaçava a ordem. O crocodilo do Nilo tem servido como símbolo do Egito (Is 27.1; Ez 29.3).

51.10 No fundo do mar. É a travessia do mar Vermelho, Êx 14.21-25.

51.11 A restauração total dos remidos cf. 35.10.

51.16 Tu és o meu povo. Isto é um grande conforto e encorajamento para os israelitas que antes do cativeiro ouviram a sentença: “Não sois o meu povo!” (Os 1.9).

51.17 Bebeste o cálice. Nesta visão Jerusalém já tem passado pelas punições que os profetas todos pronunciaram em nome de Deus (cf. 40.2).

51.18 Nenhum a guiou. Justamente os líderes políticos de Jerusalém tinham sido politiqueiros internacionais, e por isso foram os primeiros a ir para o cativeiro, na leva de 605 a.C.

51.19 Duas coisas. O país assolado (“assolação e ruína”), e os habitantes entregues à morte (“fome e espada”).

51.21 Embriagada. Desmaiando de dor e de desolação.

51.23 Passemos sobre ti. Pondo o pé sobre o pescoço dos seus habitantes, como se fazia antigamente com o inimigo vencido.

Mais: Isaías 1 Isaías 2 Isaías 3 Isaías 4 Isaías 5 Isaías 6 Isaías 7 Isaías 8 Isaías 9 Isaías 10 Isaías 11 Isaías 12 Isaías 13 Isaías 14 Isaías 15 Isaías 16 Isaías 17 Isaías 18 Isaías 19 Isaías 20 Isaías 21 Isaías 22 Isaías 23 Isaías 24 Isaías 25 Isaías 26 Isaías 27 Isaías 28 Isaías 29 Isaías 30 Isaías 31 Isaías 32 Isaías 33 Isaías 34 Isaías 35 Isaías 36 Isaías 37 Isaías 38 Isaías 39 Isaías 40 Isaías 41 Isaías 42 Isaías 43 Isaías 44 Isaías 45 Isaías 46 Isaías 47 Isaías 48 Isaías 49 Isaías 50 Isaías 51 Isaías 52 Isaías 53 Isaías 54 Isaías 55 Isaías 56 Isaías 57 Isaías 58 Isaías 59 Isaías 60 Isaías 61 Isaías 62 Isaías 63 Isaías 64 Isaías 65 Isaías 66