Isaías 65 — Explicação das Escrituras

Isaías 65

Isaías 65 prevê uma nova ordem e a resposta de Deus a diferentes grupos de pessoas. O capítulo contrasta aqueles que buscam a Deus com aqueles que O rejeitam. Fala de um tempo em que Deus suprirá as necessidades do Seu povo e os abençoará abundantemente. Dirige-se àqueles que adoram falsos deuses e alerta sobre as suas consequências. O capítulo descreve um novo céu e nova terra e a alegria e harmonia que virão com a presença de Deus. Enfatiza a transformação da tristeza em alegria e o estabelecimento de uma sociedade justa. Isaías 65 transmite uma mensagem da fidelidade de Deus, do cumprimento final de Suas promessas e da distinção entre aqueles que confiam Nele e aqueles que se rebelam contra Ele.

Explicação

A Resposta do Senhor à Oração do Remanescente

65:1 Aqui começa a resposta de Jeová à oração anterior (63:15-64:12). No contexto, o primeiro versículo refere-se ao fracasso de Israel em buscar a Deus e à sua relutância em responder ao Seu chamado. Mas Paulo aplica isso em Romanos 10:20 ao chamado dos gentios: “Fui encontrado por aqueles que não me buscavam; Fui manifestado àqueles que não perguntaram por mim.”

65:2–7 Esses versículos referem-se inequivocamente a Israel. Deus implora incansavelmente a um povo que se entrega às coisas abomináveis associadas à idolatria e ao paganismo. Por terem sido iniciados em ritos secretos, consideram-se mais santos que seus semelhantes. Porque eles são uma irritação contínua para o Altíssimo, Ele os retribuirá por toda a sua idolatria e pecado.

65:8–12 Jeová promete poupar um bom cacho de uvas (o remanescente fiel) em um vinhedo que de outra forma seria ruim (o resto da nação). Este remanescente preservado habitará na terra. Rebanhos pastarão na planície de Sarão, a oeste, e no vale de Acor, a leste, tudo para o benefício dos santos. Quanto à massa apóstata, a história é diferente. Eles abandonaram o templo e adoraram Gad (que significa Tropa, Fortuna) e Meni (que significa número, Destino). Portanto, Deus os destinará à espada. Em vez de responder às súplicas do Senhor, eles escolheram coisas que eram más e desagradáveis ao Senhor.

65:13–16 O contraste entre a sorte dos verdadeiros crentes e a dos incrédulos é destacado aqui. É a diferença entre comida abundante e fome, entre bebida abundante e sede, entre alegria e vergonha, entre canto e lamento, entre a maldição de uma adúltera (Números 5:21-24) e uma bênção. Naquele dia, quando os erros da Terra forem corrigidos, as pessoas usarão o nome “o Deus da verdade” quando se abençoarem ou quando fizerem um juramento. Em outras palavras, Deus será reconhecido como Aquele que realiza Seus planos, que faz o que Ele diz que fará.

65:17 Os versículos finais do capítulo 65 descrevem condições milenares. Os novos céus e a nova terra referem-se aqui ao reino de Cristo na terra; em Apocalipse 21 eles se referem ao estado eterno. Nos novos céus e na nova terra de Isaías ainda há pecado e morte; em Apocalipse 21, estes já passaram.

65:18–23 Quando o reino chegar, o Senhor se alegrará em Jerusalém e no povo de Israel. Os sons de tristeza e angústia não serão mais ouvidos. A mortalidade infantil e a morte prematura serão erradicadas. Uma pessoa que morre aos cem anos será considerada uma criança. Um centenário que peca exteriormente será eliminado. Os homens viverão para desfrutar do fruto do seu trabalho porque a duração da vida dos fiéis estender-se-á por todo o Milénio. Não haverá trabalho improdutivo e os jovens não serão isolados pela guerra ou pela calamidade. Pais e filhos desfrutarão da bênção do Senhor.

65:24, 25 Não haverá mais obstáculos à oração. Os animais selvagens serão domesticados e as cobras venenosas se alimentarão do pó da derrota e da humilhação. Não haverá mais perigo no monte santo de Deus, Sião.

Notas Adicionais

65.2 Estendi as mãos todo dia. Jesus, cujas mãos foram estendidas na cruz, agora as estende em misericórdia aos pecadores.

65.3 jardins...altares de tijolos. Descrevem-se aqui os característicos dos santuários dos ídolos pagãos em Canaã.

65.4 Mora entre as sepulturas. É a prática da necromancia, o apelo feito aos espíritos das mortos. Passa os noites em lugares misteriosos. Para assim terem sonhos prognosticadores, conforme o antigo costume do paganismo em geral. Carne de porco. A carne de porco era considerada impura e foi proibida aos israelitas (cf. Lv 11). No NT, esta proibição não existe mais, sendo uma lei cerimonial (Cl 2.16). Mesmo assim, não se pode deixar de notar que nos países tropicais esta carne acarreta muitos perigos à saúde. Carne abominável. Define-se em 66.17 como carne de ratos. O princípio destas festas é o princípio da “Missa Negra”, uma violação deliberada de tudo o que os fiéis aceitam como verdade religiosa.

65.6 Está escrito. Este registro se menciona também em 34.16.

65.8 Há bênção nele. É tudo o que resta dos ricos dons de Deus, concedidos à nação de Israel quando entrara em posse da terra.

65.9 Descendência... herdeiro. Refere-se ao Remanescente que é o verdadeiro Israel e à descendência da fé, a Igreja (cf. 6.13 e 53.10). Os crentes, tanto o resto; santo em Israel, como os dos gentios, são eleitos pela livre graça de Deus; não é por servirem a Deus que serão herdeiros dá bem-aventurança, mas são chamados servos de Deus por terem sido eleitos e feitos herdeiros sem mérito próprio.

65.11 Preparais mesa. Em oposição à Páscoa israelita e zombando desta festa, os desprezadores daquela época usaram essa ocasião para fazer ofertas festivas aos mencionados ídolos. Fortuna... Destino. São as divindades Gad e Meni, adoradas entre as primitivas tribos semíticas, e pelos árabes antes da época do Alcorão.

65.13.14 Meus servos. Os servos do Senhor em contraste com os apostatados. A fidelidade é o caminho para o verdadeiro banquete espiritual, para se ter a verdadeira canção de júbilo nos lábios, e não as modinhas dos bêbados. A alegria carnal dos mundanos dura pouco.

65.17 Novos céus e nova terra. É o Paraíso de Deus que nos espera (cf. 11.6-9; 25.8; 66.22; 2 Pe 3.13; Ap 21.1). O habitante desta terra física é Adão com a sua descendência; o habitante do novo universo eterno é o homem justo, justificado por Cristo, o segundo Adão, que nos oferece plena varonilidade para nos habilitar para toda boa obra no tempo e na eternidade.

65.20 Amaldiçoado. Cortado da comunidade por causa da falta de arrependimento. Confunde-se, aqui, o conceito de uma vida ideal em Israel depois da Restauração com o conceito do milênio e a vida eterna (cf. v. 18 “exultareis perpetuamente”). É que nas profecias, o físico é símbolos do eterno e o eterno é inspiração para a vida condigna.

65.25 Pó será a comida da serpente. Este versículo fala do milênio quando a natureza voltará ao seu bom estado original (cf. 11.1-10; Ap 20.4, 5). Parece que a serpente, o diabo, continuará na maldição que recebeu de Deus depois da queda de Adão (cf. Gn 3.14 e Jd 6; Ap 20.2).

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