Aplicação e Advertências Práticas — Hebreus 2.1-4
Aplicação e Advertências Práticas
(Leia Hebreus 2.1-4)
O escritor sagrado introduz aqui a primeira de suas características palavras de urgente exortação e solene advertência. Essa nova revelação impõe, sobre todos quantos a ouvem, a suprema obrigação de prestar-lhe ouvidos, obrigação essa que, devido a certo número de razões, é mais obrigatória que a da obediência à lei de Moisés. Em primeiro lugar, há a autoridade conhecida daquela lei. Tratava-se ela de uma palavra que não podia ser desafiada ou desconsiderada impunemente. Sob ela todo pecado de comissão (isto é, transgressão), e todo pecado de omissão (isto é, desobediência ou “não dar ouvidos”), recebia seu justo castigo (v. 2). Em segundo lugar, há o caráter da nova mensagem, que é a salvação (v. 3), tão grande e de tal espécie a ponto de ser admirável (cf. Jo 1.17). A terceira razão é a própria Pessoa do Mensageiro. Do lado divino, a lei sinaítica foi entregue a Moisés por meio de anjos (cf. At 7.53; Gl 3.19); pois tratava-se de uma revelação mediada. Mas esta nova revelação é direta e imediata, dada pelo próprio Senhor, pessoalmente. Em quarto lugar, encontramos a confirmação decisiva da mensagem. Em adição ao fato dela haver sido proferida pela primeira vez pelo próprio Senhor, ela foi-nos depois confirmada (v. 3) pela evidência prestada por testemunhas oculares, como também pelo testemunho extraordinário de uma grande variedade de sinais miraculosos da parte de Deus e por dons do Espírito Santo, que, em sua distribuição claramente não eram dispostos pelo homem, mas inteiramente de conformidade com a vontade divina (4). Cf. Mc 16.20; 1Co 12.11. Finalmente, há as inevitáveis conseqüências de negligenciarmos (3) tal mensagem. Afastarmo-nos até que ela fique fora de nosso alcance (1), quando temos a oportunidade de dar-lhe atenção, certamente nos deixa sem desculpa e na expectativa apenas do julgamento. Esse ponto se torna ainda mais explícito adiante (ver Hb 10.26-27). Como escaparemos nós...? (3, futuro do indicativo). Note-se a certeza subentendida do julgamento por vir.