Hebreus 2 — Exposição da Carta aos Hebreus

Exposição de Hebreus 2



Hebreus 2

2.1-3 PARA QUE EM TEMPO ALGUM NOS DESVIEMOS DELAS. Uma das razões por que o escritor de Hebreus destaca a superioridade do Filho de Deus e da sua revelação sobre a dos profetas e dos anjos é enfatizar, diante dos que experimentaram a salvação em Cristo, que devem levar muito a sério o testemunho e doutrina originais de Cristo e dos apóstolos. Por isso, devemos dar muita atenção à Palavra de Deus, ao nosso relacionamento com Cristo e à direção do Espírito Santo (Gl 5.16-25). (1) A negligência, o descuido ou a falta de interesse, é desastroso. O crente que, por negligência, desconhece a verdade e os ensinos do evangelho, corre o grande perigo de ser arrastado rio abaixo além do porto seguro, onde não há mais segurança. (2) Assim como todos os endereçados de Hebreus, todo cristão é tentado a tornar-se indiferente para com a Palavra de Deus. Por causa de descuido e desinteresse, é fácil começarmos a prestar menos atenção às advertências de Deus (v. 2), cessarmos de perseverar em nossa luta contra o pecado (12.4; 1 Pe 2.11), e aos poucos desviar-nos do Filho de Deus, Jesus Cristo (vv. 1-3; 6.4-8; 10.31,32; ver Rm 8.13 nota).
2.4 TESTIFICANDO...DEUS COM ELES. O Espírito Santo, através do escritor de Hebreus, reafirma que Deus confirmou e aprovou a mensagem do evangelho com sinais, prodígios, milagres e dons do Espírito Santo (At 2.22). Depois da sua ressurreição, Cristo prometeu que a confirmação milagrosa da mensagem do evangelho acompanharia todos aqueles que cressem (ver o estudo SINAIS DOS CRENTES). Deus deseja que o testemunho do crente seja mais do que simples palavras (Mc 16.20; Jo 10.25; At 2.22,43; 1 Co 2.4,5; Gl 3.5; 1 Ts 1.5; 1 Pe 1.12; ver At 4.30 nota)
2.8 AINDA NÃO VEMOS QUE TODAS AS COISAS LHE ESTEJAM SUJEITAS. Neste mundo caído, dominado por Satanás, ainda não vemos todas as coisas sujeitas a Cristo. Porém, Jesus já está coroado de glória e de honra no céu (v. 9), e isso significa que os poderes malignos do mundo estão condenados à ruína total e ao julgamento.
2.9 PROVASSE A MORTE POR TODOS. Cristo experimentou a humilhação e o sofrimento da morte em favor de todos. Sua morte não foi uma “expiação limitada” segundo afirmam alguns. Posto que Ele suportou o castigo dos pecados de toda a humanidade, sua morte é eficaz em favor de todos quantos o aceitam (ver Rm 3.25 nota)
2.10 CONSAGRASSE PELAS AFLIÇÕES. Isso não significa que Cristo precisava tornar-se moral e espiritualmente perfeito. O que foi aperfeiçoado foi seu papel de “príncipe” ou guia - aquele que vai adiante, para abrir caminho para os outros seguirem. Ele somente poderia ser o Salvador perfeito de todos quantos creem se primeiramente suportasse o sofrimento e a morte como ser humano. Sua obediência e morte na cruz qualificaram-no como o representante perfeito da humanidade caída e para levar sobre si a penalidade do pecado em favor deles.
2.11 O QUE SANTIFICA. O que santifica é Cristo (cf. 10.10,14,29; 13.12) e, “os que são santificados” são os que foram redimidos da culpa e do poder do pecado e separados como povo de Deus. A consagração de Cristo para morrer por nós abre o caminho para a nossa santificação (ver estudo A SANTIFICAÇÃO)
2.14 PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que Jesus veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. Cristo morreu para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com Deus (Jo 17.3; Ap 21; 22).
2.17 MISERICORDIOSO E FIEL SUMO SACERDOTE. Cristo se tornou um com a humanidade a fim de se tornar sumo sacerdote e, assim, representar os crentes diante de Deus. (1) Nesse ministério, a morte do Filho faz expiação ao remover a ira de Deus contra nós por causa dos nossos pecados (cf. Rm 1.18; 5.10). Como resultado, agora podemos aproximar-nos de Deus com confiança. (2) O Filho, com misericórdia, compadece-se de nós quando somos tentados e nos socorre, porque Ele, como ser humano, experimentou sofrimento, provações e tentações, porém sem pecar (cf. Hb 4.14,15; 2 Co 6.2).
2.18 ELE... PODE SOCORRER. Quando somos tentados a afastar-nos de Deus e a nos entregar ao pecado, devemos orar a Cristo, pois Ele triunfou sobre a tentação e agora como nosso sumo sacerdote, promete que nos dará força e graça suficientes para resistirmos ao pecado. Nossa responsabilidade é nos aproximarmos dEle nos tempos de aflição; sua responsabilidade é socorrer-nos em tempos de necessidade (ver Hb 4.16 nota).